Escrevi há algumas semanas um
texto sobre Doulas, dizendo que pretendia fazer o curso de Doula, me tornar uma
espécie de papai-Doula para que pudesse ajudar de uma maneira mais prática, e
não apenas emocional, no transcorrer dos nove meses da nossa gestação.
Contudo, não consegui fazer o
curso, pois as entidades com as quais entrei em contato não me aceitaram por eu
ser homem. Triste pensar que numa época tão avançada, onde se busca a igualdade
de direitos e deveres, quebra de preconceitos, alguns pensamentos desta
natureza ainda persistam. Ainda mais se pensarmos que o papel da Doula é
fomentado num meio de pessoas que estão totalmente ligadas a humanização da
chegada de novos seres-humanos à face da terra. A sensação que deu, foi que elas
pensaram que minha intenção ao fazer o curso era dispensar a Doula, como se ao
aprender suas atribuições, não a contrataria. Em outro caso, ficou explícito o
medo de concorrência.
Nos dois casos a interpretação
das pessoas sobre minhas intenções estava totalmente errada. Primeiro, por
melhor que fosse o curso que eu fizesse e caso eu tivesse um desempenho
extraordinário, ainda assim faríamos questão da presença de uma Doula no nosso
parto. Segundo, não pretendo trabalhar como “Doulo”.
No fim de maio, início de junho,
não é apenas a Clara que vai nascer, é a nossa família que estará nascendo. É a
Clara filha, a Priscilla mãe e o David pai. É o início da família Rebello
Mattos vindo ao mundo. E, por ser também o meu nascimento, ainda que tivesse
tido o máximo de excelência no meu hipotético curso de Doulas, eu também estarei
precisando de apoio, incentivo, carinho, suporte e todas as atribuições que as
boas Doulas executam no exercício das suas profissões. Tanto quanto eu estou
grávido com a Pri, eu vou parir com ela. Sim, vou estar forte para ajudá-la na
respiração, para caminhar com ela, se ela assim quiser, para entrar na banheira
com ela, se ela assim quiser, para entrar no chuveiro com ela, se ela assim
quiser, mas, assim como ela, também estarei num estado emocional diferente do
habitual. Posso não passar pela experiência física do parto, mas emocionalmente
estarei de mãos dadas com ela quando entrarmos na “partolândia” e, por isso,
nós dois temos total certeza que a presença de uma Doula em quem confiemos fará
do nascimento da nossa Clarinha, uma experiência ainda mais bonita e intensa.
Ficaremos muito mais tranquilos e seguros, mais “empoderados”, como se diz no
meio, ao sabermos que a equipe que está conosco foi cuidadosamente escolhida,
nos conhece e sabe bem das nossas expectativas para este momento. Já estávamos
muito felizes pelos obstetras que escolhemos, confiamos neles, e agora –
finalmente – encontramos a Doula que nos fez sair do seu consultório com a
mesma felicidade com que saímos do consultório dos nossos obstetras todos os
meses, certos de termos encontrado a pessoa ideal para vivenciar conosco esse
momento tão singular.
A cada dia que nossa gestação
avança, temos mais consciência do quão privilegiados somos por termos ao nosso
lado pessoas tão importantes quanto nossos amigos, antigos ou recentes. Por
termos a sorte de estarmos cercados de pessoas envolvidas com a humanização do
parto, nossos amigos nos trouxeram uma série de ótimas indicações. Nossos
obstetras também contribuíram bastante com outras sugestões e, no fim das
contas, tínhamos uma série de bons profissionais a nossa disposição, bastando
escolhermos aquele com quem a empatia ocorresse de maneira mais espontânea e acentuada.
Ou seja, com cinco meses de
gestação, tínhamos opções de Doulas com formação em fisioterapia, em enfermagem
e em psicologia. Tinha até uma Doula com especialização em sub-celebridade, mas
é melhor deixar isso quieto, não vem ao caso.
Buscamos informações sobre todas
as opções, tentamos contato com todas elas, algumas nos retornaram, outras não,
e eis que no fim da tarde de ontem – 29/01 – tivemos uma hora de conversa com a
Carol, uma profissional com formação em psicologia, Doula e parteira.
Foi uma conversa deliciosa, onde
conhecemos uma pessoa que enxerga o nascimento da Clara como algo muito
especial, do mesmo modo que nós enxergamos também. Uma pessoa capacitada, com
ótimas referências e com um diferencial que foi exatamente o que nos pegou: a
psicologia. A Pri é estudante de psicologia, logo, mesmo antes de termos
conhecido a Carol, a mamãe da Clara já tinha uma quedinha por esta Doula.
A maior parte das Doulas inicia o
acompanhamento mais efetivo das futuras famílias a partir da trigésima sexta
semana de gestação, mas nós estamos no transcorrer da vigésima segunda semana,
logo, um pouco precoce para a maior parte das Doulas.
O que gostamos muito no trabalho
da Carol, é que nosso acompanhamento com ela começará agora, aliás, já começou.
Nós faremos consulta com a psicóloga para entrarmos cada vez com mais
intensidade na nossa experiência de nascimento, a partir das nossas próprias
experiências individuais e como casal. Um trabalho que, para nós, será mais
profundo e intenso do que o acompanhamento apenas do último mês da nossa
gestação. Além disso, ela promoverá também um grupo com outros dois casais
grávidos, com uma idade gestacional parecida com a nossa, para que possamos
neste período trocar experiências, conversarmos sobre nossas inseguranças,
descobertas, expectativas que, provavelmente se assemelharão as deles. É sempre
bom dar uma espiadinha no espelho, seja para corrigir algo que está meio
desalinhado no nosso visual, ou para constatarmos como estamos bonitos.
Vocês sabem, Copa do Mundo
acontece sempre no mês de junho. Diferente da Copa do Brasil de 2014, a nossa
Copa do Mundo será em junho de 2013, e ontem completamos a convocação da nossa
Seleção!
A Carol é a volantona que faltava
no nosso time, nossa camisa 5, aquela que dá proteção à defesa, não deixa o
adversário sequer se aproximar da zaga. Para nos proteger, se for preciso ela
vai dar bicuda. Mas ela também tem uma saída de bola apurada, vai saber pegar a
bola e iniciar o contra-ataque. O passe para o gol do título pode ser meu, que
vou estar lá no ataque ao lado da Pri, nossa camisa 9, mas poderá também vir
dela, da nossa volantona, que se for preciso terá a técnica necessária para dar
o passe milimétrico para deixar a craque do time na cara do gol.
Bem-vinda ao time, Carol!
(Para conhecer melhor o trabalho
da Carol, acessem: http://empoderando-se.blogspot.com.br)
2 comentários:
Que lindo o post. Fiquei emocionada! Um beijo grande para vocês três!
David e Pri, toda esta programação, convocação de time... tudo isso é uma delícia!! Aproveitem cada fase, cada dia, cada mudança... Aceitem os desafios como aprendizado, enfrentem as dificuldades como experiência... E tirem muitas, muitas, mas muuuitas fotos! ;) Estou aqui pro que precisar (não só pras fotos!) já tive dois partos normais, em duas situações completamente diferentes, e duas boas experiências. Espero que possamos marcar um encontrinho pra contar pra Pri e pra você, tenho várias dicas!! ;) Ah, tenho até vídeos, fotos, mas daí tem que ver se vocês estão preparados pra isso... rsrs Adorei o post! BEijos nos tres!!
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