O nome foi escolhido, para ser
exato, em 1993. Priscilla tinha 5, 6 anos, ainda morava em Porto Alegre e
provavelmente nem fazia ideia de como é que os bebês nasciam. Eu, então com 14
anos e morando em Nossa Senhora do Desterro, daria risada se me dissessem que um dia casaria com uma mulher oito anos
mais nova.
Mas, ainda que Florianópolis
estivesse muito mais “Longe demais das capitais” do que Porto Alegre,
coincidentemente foi de lá, onde estava Priscilla, que veio o nome da filha que
agora iremos ter.
Como já disse no texto “Trilha
Sonora”, tive minha época de fã fervoroso dos Engenheiros do Hawaii. Eu fã do
trio gaúcho, meu irmão fã do Raul Seixas, dizíamos na época que, tivéssemos
filho homem, o dele se chamaria Raul, o meu Humberto. Ainda bem que não engravidei
ninguém naquela época. O filho do meu irmão não se chama Raul, mas há uma
subjetividade envolvida, ele se chama Pedro. Sacou? Não? Busque a resposta no
disco “A Panela do Diabo”, de Raulzito e Marecelza.
Enfim, tinha decidido o nome do
filho, “Humberto”, mas não poderia chamar uma eventual menina de “Humberta”.
Mas, como bom fã, tinha que encontrar uma maneira de prestar minha homenagem ao
trio gaúcho, logo, decidi então que o nome da minha filha seria “Ana”, menção
direta a música “Refrão de Bolero” (Lembra? “Ana, teus lábios são labirintos
Ana...”). Mas eis que em 1992, Humberto se tornou pai e trouxe ao mundo a
Clara. Logo, adaptei o nome da filha que teria para: “Ana Clara”.
O tempo passou, algumas namoradas
vieram, umas aceitavam minhas sugestões, outras tinham preferências diferentes,
outras não me levavam a sério (estas estavam certas), mas o tempo passou, e nem
por isso deixei de achar os nomes bonitos.
Hoje já não me considero mais um
fã dos Engenheiros do Hawaii. Na verdade deixei de ser pouco tempo depois da
história contada acima, em 1994, quando o trio deixou de existir, para mim não
fazia mais sentido as milhares de formações que se sucederam ao trio clássico,
me desinteressei pelo som de Humberto Gessinger e seus asseclas.
Contudo, entretanto, porém e todavia,
continuei achando ambos os nomes muito bonitos, independente da relação que
tiveram com o David adolescente de 93, através da banda que estampava
praticamente todas as camisetas do guarda-roupa do menino magrelo de cabelos
amarelos e, do nome que havia imaginado quando pirralho, excluímos
o Ana e, assim sendo, nossa filha chamar-se-á: CLARA!
Sim, eu sei, indo de encontro com
o que disse no texto de ontem, tadinha, será vítima de uma série de apelidos: “E
aí, a tua irmã não vem? Que irmã? A Gema!”; “E aí Clara, cadê a escura?”, mas
achamos o nome lindo, e assim como Vinícius remete a bossa-nova, Clara também
esteve lá na bossa nova, cantando para o mar serenar. Nossa Clarinha, nossa
pequena sereia vem pisar na areia do nosso mar para serenar nossas vidas!