Alguém nos disse que o Bebê já é capaz de guardar em alguma parte do subconsciente do cérebrinho que se forma, sensações atreladas as músicas que os pais escutam. Passei a lembrar das várias trilhas sonoras que embalaram minha vida desde sempre, e em qual trilha sonora farei tocar para embalar os primeiros anos de vida do nosso bebê, até que ela possa definir suas próprias preferências musicais.
Comecei a pensar nisso por que, ontem, minha mãe me deu de
presente um disco da Gigliola Cinquetti. Ok, você leitor mais novo talvez nunca
tenha ouvido falar nela, mas lhe afirmo, esteve no Top 10 durante toda a década
de 80, várias de suas músicas encabeçaram a lista dos maiores sucessos da casa localizada
na rua João Câncio dos Santos, 74, Pantanal, Florianópolis, Santa Catarina,
Brasil, residência da família Mattos.
Gigliola Cinquetti é uma cantora italiana, também se
aventurou nas telas do cinema no final da década de 60 e possui músicas lindas!
Talvez você não ache nada demais, ache música de velho, mas eu gosto muito.
Desde ontem não paro de ouvir o disco que minha mãe me deu de presente, como é
bom! Os arranjos de grande orquestra, a melancolia com que ela busca – e alcança
– os acordes das músicas, a beleza delicada, embora forte, do idioma italiano.
Cresci ouvindo Gigliola, Roberto Carlos e Padre Zezinho. Gosto muito dos três!
Aí alguém me pergunta: “Padre Zezinho? Ué, tu não és ateu?” Sim, sou, mas não
me impede de admirar muitas das coisas que ele fez e faz, algumas músicas muito
bonitas e que, oras, fizeram parte da minha infância, me remetem a um tempo
ótimo, e isso basta para que eu goste muito das músicas dele. Roberto Carlos é
o Rei e realeza não se discute, se
reverencia.
No fim da infância, e pela maior parte da adolescência, foi
minha irmã Dedê que formou o meu gosto musical. Foi ela quem me mostrou Pink
Floyd, Led Zeppelin, Deep Purple, Raul Seixas, Barão Vermelho, Rita Lee, Lulu
Santos entre vários outros. Foi a paixão dela pelos Engenheiros do Hawaii, que
fez de mim mais um fã do então trio gaúcho. Não foi ela quem me mostrou
Beatles, isso foi a minha irmã mais nova, Memé, quando me deu de presente um
vinil do Let it be. Foi por essas referências que me apaixonei por música, por
ver meu pai tocando violão que quis aprender também e, consequência disso, tive
34 milhões de bandas que não fizeram qualquer sucesso, mas serviram para me
fazer conhecer alguns dos caras que ainda hoje estão entre os meus melhores
amigos.
Enfim, sempre fui apaixonado por música, ainda sou, mas
agora – voltando ao início do texto – fico pensando nas músicas que embalarão a
infância do nosso bebê, e que no futuro ela lembre destas músicas com o mesmo
carinho que eu lembro da Gigliola, que sinta a mesma sensação boa que eu sinto
quando escuto aquelas músicas que hoje provavelmente interessam a pouquíssimas
pessoas da minha idade.
O vovô Adriano, meu sogro, foi quem presenteou nosso bebê
com o seu primeiro disco.
Uma importante observação sobre vovô Adriano. Ele adora U2,
mas ele não é fã do U2, ele é devoto!
Como não poderia deixar de ser, o primeiro disco do nosso
bebê é “U2 for baby”, com os grandes hits da banda tocados instrumentalmente para
bebês. Este é o primeiro disco da trilha sonora do nosso bebê.
Outras muitas músicas virão, as primeiras escolhidas pro
nós, outras tantas pela criança já cheia de vontade própria.
É provável que algumas das coisas que nosso bebê virá a
escutar não me agrade, assim como meus pais nunca se interessaram pelos meus
discos do Led Zeppelin, mas me comprometo aqui diante de vocês, prezados leitores, a respeitar o que nosso bebê ouvir. Contudo, mesmo ciente dos riscos que o livre arbítrio
musical oferece, apenas rogo a São Bono de Dublin que afaste dos ouvidinhos da
nossa filhinha qualquer tendência a Sertanejos Universitários e/ou qualquer
outra coisa que esteja tocando na Band FM, amém.
(dedicada as mamães mais lindas do mundo: a minha e a do meu bebê!)
Um comentário:
taí, vou ouvir a moça!
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