Desde que nascemos somos coagidos por todo tipo de perguntas embebidas em cobranças e expectativas sobre o que queremos, somos, esperamos e faremos das nossas vidas. Basta aprendermos a delicada arte da comunicação que logo somos bombardeados com as inquisições sociais: “gostas mais da vovó ou do vovô?”; “gostas mais daquela vovó ou da outra vovó?”; “quem é a tia mais legal do mundo?”; “o que você quer ser quando crescer?”; “já decidiu para qual curso vai prestar vestibular?”; “tá na hora de noivar, não acham não?”; “quando vão marcar o casamento?”; “agora que já estão casados, quando vem o primeiro filhinho?”; “que lindo, estão grávidos! Mas e aí, preferem menino ou menina?”.
E é desta última pergunta que partimos.
Desde o primeiro dia após a comunicação da nossa gravidez
para os queridos mais próximos, já ouvimos algumas centenas de vezes: “e aí,
preferem menino ou menina?”, mas lhes garanto, tanto eu quanto Priscilla não
temos a menor preferência. De verdade. O que vier será ótimo, cada gênero com
suas particularidades e charme, mas ambos são muito legais e, portanto, não
conseguimos desenvolver uma preferência por um ou por outro.
Durante um tempo, quando tocávamos no assunto, a Pri sempre
demonstrou preferir menino, uma vez que na sua família só nascem mulheres, um
menininho seria o xodó da família. Contudo, há pouco tempo nasceu o lindo
Eduardo, filho do PC e da Thaís, primos da Pri e agora meus por direitos civis
adquiridos. Mas mesmo antes dele nascer, antes de começarmos nossas primeiras
investidas fecundativas, esta preferência já começou a se dissolver, pois ela
adora brincar com meninas, e brincando com sua irmã e respectivas amiguinhas ou
com minha sobrinha Sofia, ela se deu conta que, fosse menino ou menina, seria
delicioso na mesma proporção.
Eu, idem. Durante algum tempo quis ter menina. Depois,
brincando com meu sobrinho Thiago – futuro craque do Figueira, importante que
se diga –, passando uma tarde inteira jogando videogame com ele, vendo as
reações, ouvindo as risadas, imaginando aquela cena com um filho meu, vi também como é legal um menino, difícil
definir uma preferência. Há os que dizem: “ah, todo cara quer um filho homem
para levar ao estádio, comprar a camisa do seu time, essas coisas.”; mas quem
disse que não posso fazer isso com uma menina também? Qual o problema de ver
uma magrelinha com cabelo de cachopa trajando um belo vestidinho do Figueira?
Enfim, impossível estabelecer uma
preferência, vamos nos apaixonar ainda mais no momento em que confirmarmos o
sexo, disso temos certeza, mas não é ele que vai determinar se gostaremos mais
ou menos do filhote que vamos ter.
Contudo, entretanto, porém e todavia, preciso revelar meu
segredo: tenho um dom! Sou mais rápido e eficaz do que qualquer aparelho de
ultrassom. Em nove tentativas, acertei nove vezes o sexo do bebê de casais
amigos logo nas primeiras semanas de gravidez. Na maior parte dos casos
confirmo a expectativa dos pais, mas não é sempre o que acontece. Meu grande
amigo e compadre Alex Bagual achava que teria um menino, mas avisei-o antes do
ultrassom que seria menina. Hoje está linda, a Rebecca! Meu querido irmão,
mundialmente conhecido por Cherinho, acreditava que o primogênito seria menina,
mas eu avisei, é menino. Hoje o Pedro está lá, lindo, brincalhão e a paixão do
papai babão.
Meu processo é simples, só preciso colocar minha mão
esquerda na barriga da futura mamãe e na hora eu digo com total garantia de
sucesso ou o seu dinheiro de volta. Entretanto, mesmo antes de começarmos a
tentar engravidar, já colocava meu dom em cheque, na dúvida se ele teria num
filho meu a mesma eficácia que tem em filhos de terceiros. E foi meio
angustiante a dúvida, pois desde que nos descobrimos grávidos, colocava minha
infalível mão esquerda sobre a barriga da minha amada, e nada se revelava. Mais
do que isso, dava um medo de prever determinado gênero, começar a tratar por um
dos nomes escolhidos e, se ao fazermos o ultrassom o sexo se confirmasse o
contrário, de repente provocar alguma espécie de trauma pré-natal no nosso
bebê-larvinha.
Mas, embora ainda meio receoso com a ideia do trauma
pré-natal, ontem eu tive certeza: É UMA MENINA!
A mamãe não gosta de ficar idealizando, prefere esperar o
exame para depois começar a pensar em vestidinhos ou calças curtas, mas o papai
já sabe, serão vestidinhos as roupas que compraremos em breve.
Noite passada sonhei que eram gêmeos e meninos, mas
reafirmo, é uma menina!
O exame para descobrirmos o sexo será feito em dezembro, mas
ele servirá apenas para confirmar a assertividade da minha infalível mão
esquerda e, tão logo isto aconteça, vocês serão oficialmente informados aqui
neste modesto espaço.
Contudo, por via das dúvidas combinemos o seguinte, caso
meus temores iniciais de meu dom não funcionar comigo mesmo, estejam cientes de
que este post será imediatamente deletado, evitando assim uma prova documental
do fim dos 100% de aproveitamento da minha mão esquerda, e, principalmente, não
subsidiando materialmente o eventual trauma pré-natal do nosso bebê-larvinha.
Combinado?
Nenhum comentário:
Postar um comentário