quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Encontramos a nossa Doula, agora a Seleção está completa!


Escrevi há algumas semanas um texto sobre Doulas, dizendo que pretendia fazer o curso de Doula, me tornar uma espécie de papai-Doula para que pudesse ajudar de uma maneira mais prática, e não apenas emocional, no transcorrer dos nove meses da nossa gestação.
Contudo, não consegui fazer o curso, pois as entidades com as quais entrei em contato não me aceitaram por eu ser homem. Triste pensar que numa época tão avançada, onde se busca a igualdade de direitos e deveres, quebra de preconceitos, alguns pensamentos desta natureza ainda persistam. Ainda mais se pensarmos que o papel da Doula é fomentado num meio de pessoas que estão totalmente ligadas a humanização da chegada de novos seres-humanos à face da terra. A sensação que deu, foi que elas pensaram que minha intenção ao fazer o curso era dispensar a Doula, como se ao aprender suas atribuições, não a contrataria. Em outro caso, ficou explícito o medo de concorrência.

Nos dois casos a interpretação das pessoas sobre minhas intenções estava totalmente errada. Primeiro, por melhor que fosse o curso que eu fizesse e caso eu tivesse um desempenho extraordinário, ainda assim faríamos questão da presença de uma Doula no nosso parto. Segundo, não pretendo trabalhar como “Doulo”.
No fim de maio, início de junho, não é apenas a Clara que vai nascer, é a nossa família que estará nascendo. É a Clara filha, a Priscilla mãe e o David pai. É o início da família Rebello Mattos vindo ao mundo. E, por ser também o meu nascimento, ainda que tivesse tido o máximo de excelência no meu hipotético curso de Doulas, eu também estarei precisando de apoio, incentivo, carinho, suporte e todas as atribuições que as boas Doulas executam no exercício das suas profissões. Tanto quanto eu estou grávido com a Pri, eu vou parir com ela. Sim, vou estar forte para ajudá-la na respiração, para caminhar com ela, se ela assim quiser, para entrar na banheira com ela, se ela assim quiser, para entrar no chuveiro com ela, se ela assim quiser, mas, assim como ela, também estarei num estado emocional diferente do habitual. Posso não passar pela experiência física do parto, mas emocionalmente estarei de mãos dadas com ela quando entrarmos na “partolândia” e, por isso, nós dois temos total certeza que a presença de uma Doula em quem confiemos fará do nascimento da nossa Clarinha, uma experiência ainda mais bonita e intensa. Ficaremos muito mais tranquilos e seguros, mais “empoderados”, como se diz no meio, ao sabermos que a equipe que está conosco foi cuidadosamente escolhida, nos conhece e sabe bem das nossas expectativas para este momento. Já estávamos muito felizes pelos obstetras que escolhemos, confiamos neles, e agora – finalmente – encontramos a Doula que nos fez sair do seu consultório com a mesma felicidade com que saímos do consultório dos nossos obstetras todos os meses, certos de termos encontrado a pessoa ideal para vivenciar conosco esse momento tão singular.

A cada dia que nossa gestação avança, temos mais consciência do quão privilegiados somos por termos ao nosso lado pessoas tão importantes quanto nossos amigos, antigos ou recentes. Por termos a sorte de estarmos cercados de pessoas envolvidas com a humanização do parto, nossos amigos nos trouxeram uma série de ótimas indicações. Nossos obstetras também contribuíram bastante com outras sugestões e, no fim das contas, tínhamos uma série de bons profissionais a nossa disposição, bastando escolhermos aquele com quem a empatia ocorresse de maneira mais espontânea e acentuada.
Ou seja, com cinco meses de gestação, tínhamos opções de Doulas com formação em fisioterapia, em enfermagem e em psicologia. Tinha até uma Doula com especialização em sub-celebridade, mas é melhor deixar isso quieto, não vem ao caso.

Buscamos informações sobre todas as opções, tentamos contato com todas elas, algumas nos retornaram, outras não, e eis que no fim da tarde de ontem – 29/01 – tivemos uma hora de conversa com a Carol, uma profissional com formação em psicologia, Doula e parteira.
Foi uma conversa deliciosa, onde conhecemos uma pessoa que enxerga o nascimento da Clara como algo muito especial, do mesmo modo que nós enxergamos também. Uma pessoa capacitada, com ótimas referências e com um diferencial que foi exatamente o que nos pegou: a psicologia. A Pri é estudante de psicologia, logo, mesmo antes de termos conhecido a Carol, a mamãe da Clara já tinha uma quedinha por esta Doula.

A maior parte das Doulas inicia o acompanhamento mais efetivo das futuras famílias a partir da trigésima sexta semana de gestação, mas nós estamos no transcorrer da vigésima segunda semana, logo, um pouco precoce para a maior parte das Doulas.
O que gostamos muito no trabalho da Carol, é que nosso acompanhamento com ela começará agora, aliás, já começou. Nós faremos consulta com a psicóloga para entrarmos cada vez com mais intensidade na nossa experiência de nascimento, a partir das nossas próprias experiências individuais e como casal. Um trabalho que, para nós, será mais profundo e intenso do que o acompanhamento apenas do último mês da nossa gestação. Além disso, ela promoverá também um grupo com outros dois casais grávidos, com uma idade gestacional parecida com a nossa, para que possamos neste período trocar experiências, conversarmos sobre nossas inseguranças, descobertas, expectativas que, provavelmente se assemelharão as deles. É sempre bom dar uma espiadinha no espelho, seja para corrigir algo que está meio desalinhado no nosso visual, ou para constatarmos como estamos bonitos.

Vocês sabem, Copa do Mundo acontece sempre no mês de junho. Diferente da Copa do Brasil de 2014, a nossa Copa do Mundo será em junho de 2013, e ontem completamos a convocação da nossa Seleção!
A Carol é a volantona que faltava no nosso time, nossa camisa 5, aquela que dá proteção à defesa, não deixa o adversário sequer se aproximar da zaga. Para nos proteger, se for preciso ela vai dar bicuda. Mas ela também tem uma saída de bola apurada, vai saber pegar a bola e iniciar o contra-ataque. O passe para o gol do título pode ser meu, que vou estar lá no ataque ao lado da Pri, nossa camisa 9, mas poderá também vir dela, da nossa volantona, que se for preciso terá a técnica necessária para dar o passe milimétrico para deixar a craque do time na cara do gol.

Bem-vinda ao time, Carol!
(Para conhecer melhor o trabalho da Carol, acessem: http://empoderando-se.blogspot.com.br)

2 comentários:

Carol disse...

Que lindo o post. Fiquei emocionada! Um beijo grande para vocês três!

Pri disse...

David e Pri, toda esta programação, convocação de time... tudo isso é uma delícia!! Aproveitem cada fase, cada dia, cada mudança... Aceitem os desafios como aprendizado, enfrentem as dificuldades como experiência... E tirem muitas, muitas, mas muuuitas fotos! ;) Estou aqui pro que precisar (não só pras fotos!) já tive dois partos normais, em duas situações completamente diferentes, e duas boas experiências. Espero que possamos marcar um encontrinho pra contar pra Pri e pra você, tenho várias dicas!! ;) Ah, tenho até vídeos, fotos, mas daí tem que ver se vocês estão preparados pra isso... rsrs Adorei o post! BEijos nos tres!!