sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

As aparências enganam...


Ludovico estava deitado na cama com a sua nova namorada, Euclésia Maria.
Depois de terem feito um amorzinho gostoso, Euclésia Maria ficou um longo tempo acariciando os testículos de Ludovico, seu amado.
Euclésia Maria demonstrava gostar imensamente de fazer aqueles carinhos em seu amado.
Ludovico também estava adorando as carícias de sua amada mas, com curiosidade, perguntou:

- Euclésia Maria, meu amor, por quê você gosta tanto de acariciar os meus testículos?

E com sua voz macia, um pouco rouca, quase um grave disfarçado, Euclésia Maria respondeu:

- É que eu sinto tanta saudade dos meus...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Dica do Don: Moda!


Tá, eu sei, foi muito viado esse título e, mais viado ainda falar de moda. Mas não tenho como fugir do assunto que é tão presente no nosso cotidiano.

Regra básica: Quer saber o que não usar? Veja o que está na moda!

Nada possui mais mau gosto do que a moda. Ela é brega por excelência, o seu âmago é composto da mais absoluta e completa falta de critério.

Todos nós já nos deparamos com aquela foto de uns cinco, seis anos atrás em que quando a olhamos, pensamos: “putaqueopariu, como eu tive coragem de sair com uma roupa dessas na rua?” “caralho, como é que eu podia achar esse corte de cabelo bonito?”

Para ficar mais claro, vale uma contextualização histórica.
A palavra moda, não é uma derivação de “modelo” “modelagem”, como muitos acreditam ser. Na verdade esta palavra é o nome de uma antiga rainha Vicking, que dominava todos os mares nórdicos na virada do século IV para o século V, era a Rainha Moda Fökehr.


Todos os prisioneiros de guerra das nações derrotadas pelos impiedosos vickings, eram levados até a Rainha Moda Fökehr, que para mostrar sua superioridade sobre a nação dominada, obrigava-os a vestirem-se de maneira ridícula, humilhando-os diante da multidão que se divertia vendo-os trajarem calças quadriculadas com um adidas branco e cadarço verde-limão, uma camiseta regata rosa cintilante e um lencinho com caveirinhas no pescoço. Isso sem contar o óculos escuro de armação quadrada branca de acetato, modelo Tom Cruise no filme Cocktail, e um chapeuzinho de feltro quadriculado pendendo para um dos lados da cabeça, a lá Waldick Soriano.

Tenho amigos extremamente modernosos, superprafrentex, sempre ligados nas últimas tendências. Mas não existe tendência mais perigosa, do que ir atrás da palavra tendência.
Se essa palavra acompanha alguma sugestão de vestimenta, do tipo: “menina, esse corte de vestido de uma manga só, sendo que esta única manga é fofa, é a tendência da nova estação!” PELO AMOR DE DEUS, NÃO USE! A tendência tende a avacalhar com a tua cara!
Tendências podem até ficar bem em astros do rock e estrelas do cinema, mas por mais doído que seja admitir, admitamos, você não é nem um, nem outro!

Entre as senhoritas, a onda do momento são as blusas de cores ofuscantemente berrantes. Blusas, sandálias, óculos, pulseiras, brincos, unhas em cores verde-limão, amarelo berrante, rosa cintilante e mais uma série de exageros tão bonitos quanto imaginar o Silvio Santos pelado só de meia preta.
Minhas queridas, acreditem no titio aqui, essas cores não são bonitas. Talvez demore um pouco para você perceber, uns dois ou três meses (a moda é cada vez mais volátil), mas você vai perceber, acredite! Sem contar que é arriscado demais usar uma roupa dessas, vá que você esteja passeando de barco com uma dessas blusas, e de repente a embarcação começa a balançar. Alguém preocupado com a segurança de todos pode te jogar no mar achando que você é um sinalizador. Ou seja, além de feia de dar dó, a sua blusa pode representar um grande risco à sua integridade física!

Se a sua unha está pintada num tom claro, suave, você está sendo discreta.
Se a sua unha está pintada de vermelho, escarlate, você está sendo um tanto mais sensual.
Agora, se a sua unha está amarela tal qual uma caneta marca-texto, aí, minha filha, você está doente! Vá urgentemente procurar um médico!


Algumas coisas são de gosto questionável, por exemplo, homens com camisas quadriculadas, aquela tal da moda Indie. Em alguns, até que a roupa cai bem, mas são poucos. A maior parte dos caras que vestem uma camisa destas, ficam parecendo um plantador de fumo de Braço do Norte. (não estou falando mal dos plantadores de fumo, estou dizendo que o que eles usam para trabalhar, outros usam para ir à balada achando que estão bem vestidos. NÃO ESTÃO!)

Outra belezura bastante comum, são estas calças que os “fundilhos” vão até a altura dos joelhos que algumas mulheres e, pasmem, até homens (será?) usam. Como se fosse uma bombacha com a dispensa da bota. Essa, acho que é uma das coisas mais feias que vi nos últimos tempos, uma das maiores sacanagens da rainha Moda Fökehr. Não há corpo no mundo que fique bonito em uma calça que faz quem a usa parecer que está cagada(o).

Enfim, as atrocidades vestuárias são muitas: calça embaixo da bunda com a cueca da bad boy aparecendo, boné do tamanho de uma panela com a aba reta e torto na cabeça,rapazes com os cabelos cuidadosamente desarrumados, com formas quase artísticas em suas madeixas de tão elaborada que é a desorgainzação capilar feita a base de gel ou "mousse"(na minha época musse se comia, mas tudo bem...) para os cabelos (aliás, qualquer homem que demore mais do que 15 segundos para pentear os seus cabelos, deve ter a sua masculindade questionada!), sandália (ou seria um tênis, ou seria um sapato?) de borracha, que parece um sapato de playmobil ou algo que o valha, “Ah, mas é confortável pra caramba, parece que eu estou descalço!” E DAÍ? ANDA DESCALÇO, ENTÃO, VAI SER MENOS FEIO! Andar pelado também é confortável, mas nem por isso eu saio na rua vestido de Adão!, Cabelos com moicanos, cabelos com mechas rosa, gel em excesso, topetes em excesso, justo em excesso, solto em excesso, tudo em excesso é excesso, passou do limite, óculos escuros coloridos com armação quadrada de acetato (Jean, meu querido, eles não são bonitos...).

Estes óculos foram o começo dos anos 80, E OS ANOS 80 FORAM HORRÍVEIS! Estou só esperando a repetição da moda que veio a seguir, aquele gel com glitter da onda new-wave. Já, já alguém aparece usando, tenho certeza.

Tudo isso é brega, muito brega, acredite! Você está anestesiada(o) neste momento, mas vá por mim, daqui a pouquíssimo tempo você vai perceber que não era legal aquilo que você até bem pouco tempo, usava.
E mais, se é para ser brega, escute Wando, Amado Batista, que são bregas de verdade sem a intenção de parecer modernoso.

“ai, como tu é chato...” Não, minha querida, sou sensato.

Lembre-se da dica do Don: quer saber o que não usar? Veja o que está na moda!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Pequena justificativa

Apenas para fins de esclarecimento, tenho postado com alguma constância textos, ou trechos de textos que já haviam sido publicados em minha finada coluna Mattos Sem Cachorro, no site Tô Puto!, pois estou bastante empenhado em escrever meu segundo romance, e, considerando o tempo do meu dia que preciso dedicar às obrigações nossa de cada dia (trabalho, leitura, vinho, cerveja, limpar a caixa de areia dos gatos, receber amigos alcoolatras em minha humilde morada, sofrer vendo o Figueirense jogar...)tem me sobrado pouco tempo para pensar em baboseiras inéditas para escrever neste espaço, logo, tenho reciclado as baboseiras já pensadas e escritas, com pequenas alteraçõezinhas aqui e ali.

Irei me valer deste recurso ainda por algum tempo, mas claro que vez ou outra buscarei novas besteiras para tomar o vosso precioso tempo.

Caso interessar possa, tão logo saia o registro na biblioteca nacional do meu primeiro romance, "Mais vinho pra mim", irei disponibilizá-lo para download neste e em outros espaços. Essa foi uma sugestão de um querido amigo, Jean Mafra, que é um dos mártiris do M.P.B. (Música Para Baixar). Sendo assim, se você, meu amigo, minha amiga, tiver interesse, poderá ter acesso aos meus escritos sem gastar um tostão por isso. Mas claro, se quiser depositar qualquer quantia em minha conta bancária, sinta-se a vontade, será um prazer receber parte dos seus rendimentos. Garanto que serão muitíssimo bem empregados entre as sessões de queijos e vinhos do supermercado mais próximo da minha casa.

É isso.
Beijo do magro barrigudo.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Reeditando: Conto de Sapas


Era uma vez um reino encantado, em uma terra muito, muito distante.

Neste reino, onde as flores primaveris emprestavam aos ares seus aromas suaves e refrescantes, quase todas as pessoas viviam felizes e em plena harmonia.
Quase todas...

A única família que não conseguia ostentar uma felicidade plena, era justamente a família imperial, já que a filha do casal real ainda não havia se decidido por algum dos vários pretendentes que já haviam lhe cortejado. A idade já lhe avançava, e nenhum cavalheiro lhe parecia bom o suficiente. Aquela situação incomodava e preocupava o Rei, um velho homem bom, justo e generoso. Não foram poucos os pretendentes, de príncipes a sapos, opções não faltaram para a doce donzela. Dos príncipes, a dama esquivava-se, dizendo não aceitar compactuar com a classe dominante e opressora que, segundo ela, construíram suas fortunas na base da exploração do proletariado. Não adiantava jurar para ela uma vida de conforto, luxo, riqueza e qualquer bem material que uma dama pudesse desejar. Isso não lhe bastava.

Surgiram também alguns sapos que diziam-se amaldiçoados, cujo feitiço que lhes servia de suplício só seria quebrado quando o toque leve dos lábios de uma donzela, tocasse os lábios viscosos do anfíbio enfeitiçado. Os sapos chegavam, mas do retorno deles nunca se soube. Uma única estranha coincidência é que, nestes dias, os jantares sempre eram saborosas rãs ao molho pardo, sempre preparadas pela própria princesa.

Os anos se passavam e a preocupação dos patriarcas reais só aumentava. A donzela, outrora bela e frondosa, estava com uma imagem um tanto quanto diferente da filha que o velho rei carregara no colo. Nas axilas, onde nos anos passados havia apenas uma fina e clara penugem, agora havia uma concentração generosa de pelos grossos e volumosos, tal qual uma moita. Os seios virgens, outrora firmes e rosados, realçados pelos corpetes escarlates que suas amas tão carinhosamente confeccionavam para a bela donzela, agora apresentavam-se profundamente tocados pela implacável ação da lei da gravidade, somando-se a isso a recusa da donzela em usar sutiã. Os sutiãs de outrora, a donzela queimara no quintal de casa, pois julgara que a imposição estética que lhe fora doutrinada desde a tenra idade, era também um sinal da opressão das oligarquias burguesas.

Um belo dia a princesa (que já não podia ser chamada de bela) , percebera que os príncipes já não apareciam há alguns anos. As princesas vizinhas a ela, que durante anos se recusaram em montar um time de rugby com a monarca rebelde, estavam todas casadas, algumas já com filhos e, certamente, viveriam felizes para sempre, mesmo que seus maridos se reunissem todas as quartas para bater uma bolinha.
Eis que por esses dias, surgiu um sapo diferente. Um pouquinho mais gordo do que os outros, cigarro na boca e andar cambaleante, parecendo estar levemente embriagado. Os olhos da princesa marejaram, seria aquele anuro uma nova chance? Sem pestanejar, ela interpelou-o:

_Olá formoso sapo, será você um príncipe enfeitiçado, cujo destino será desposar-me após um beijo meu?

_Como é que é?

_Deixe-me adivinhar, você é o herdeiro de um belo condado nas divisas das terras do meu pai, e veio até aqui para encontrar uma mulher com quem você possa constituir uma bela e feliz família.

_Não, não sou eu não. Acho que a senhora deve ter se enganado, dona.

_Mas vem cá, você não foi enfeitiçado, e por isso está na forma de sapo? Afinal de contas sapo não fala.

_É, enfeitiçado eu fui, mas não por ser um príncipe. Eu fui enfeitiçado por que galinhava demais. Andei por essas redondezas uns tempos atrás, cortejei uma dama que morava aqui nesse castelo mas ela me esnobou me chamando de facínora burguês. Nunca descobri o que isso significava isso, mas achei chique. Voltei para o meu condado mas, no meio do caminho, encontrei uma bruxa. A bruxa se chamava Raimunda, era feinha de cara, mas tinha suas compensações. Pois bem, casei com ela, tivemos alguns filhinhos, tínhamos nossas briguinhas, coisa normal que todo casal tem, mas o que pegou foi quando ela descobriu que eu pegava a varinha dela escondido, para ficar transformando as rãs do brejo onde morávamos em belas dançarinas de axé music. Ela me flagrou no meio de uma dança do maxixe com duas rãs/dançarinas maravilhosas, uma mulata e uma loira, coisa de louco, mas ela não achou muito divertido. A Raimunda transformou as rãs/dançarinas em patê, e me transformou nesse sapo gordo que agora fala com você.

_Nossa, mas você também passou dos limites. Onde já se viu aprontar desse jeito, bem que mereceu ter virado essa coisa gorda e feia em que ela te transformou.

_É verdade, eu aprontei demais. Mas sabe que às vezes eu até acho que valeu a pena. Virei esse bicho gordo e feio, mas me diverti pra caramba. A maldição teve suas compensações. Mas vem cá, diz aí, a minha arte deve ter sido fichinha perto da tua, fala sério, o que foi que você aprontou para ter virado isso aí?

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Cerveja não dá barriga!!!



Diferente do que os professores de academia e seus comparsas, os nutricionistas, sempre afirmaram, cerveja não dá barriga. Essa história de que cerveja da barriga é um complô das empresas que vendem aparelhos de abdominais para denegrir a imagem deste precioso néctar. Cientistas da UFB (Universidade Federal de Biguaçú) comprovaram após realizar testes com 2 camundongos, 1 chimpanzé e 1 Lontra Desmaiada (todos estes animais alcoólatras confessos), que a cerveja não dá barriga. Eis a explicação:

É notório que o estado de espírito das pessoas fica muito mais leve após a ingestão da cerveja. Tal reação ocorre, pois a cevada combinada com lúpulo e água de boa qualidade (o nome científico dessa mistura é: “Cerveja Original” ), depois de ingerida provoca a produção de forma acelerada da serotonina, hormônio este fabricado em alguns lóbulos do cérebro, que depois do terceiro copo eu já não faço a mínima idéia de qual deles é. Pois bem, a serotonina é a substância responsável pela alegria e pela euforia, e ela é produzida com tanta intensidade após o consumo da cerveja, que não chega a ser totalmente desgastada. Sendo assim, esse excedente de euforia precisa ficar armazenado em alguma parte do corpo e, comumente, acaba alojada na região abdominal. Logo, aquela pochete que você possui, mas tenta em vão esconder dos outros, não é barriga, é felicidade acumulada!

sábado, 23 de janeiro de 2010

A justiça não é um pré-requisito do amor


“A justiça não é um pré-requisito do amor.”

Ela disse isso de longe, com um olhar já sem foco, mas com a mesma profundidade de sempre, olhos castanhos. Intensos como os olhos dos Maias. Castanho de madeira nobre.

Haviam se amado por acaso e da maneira errada, confusa. Aquele amor não era bastante para ela, embora fosse o único que ele podia dar. E depois de alguns amores insuficientes, parecia a ele um sentimento novo, mais adequado à sua inconstância. À ela não parecia haver adequação qualquer que fizesse com que ele coubesse no seu compêndio de virtudes e defeitos que o amor, para ela, deveria ter. Eram até interessantes os defeitos e virtudes dele, e até mesmo o bigodinho sem-vergonha que usava, dependendo da foto, tinha um certo charme. Mas os que ele tinha, não eram os defeitos e virtudes que ela necessitava.

O amor e a paixão. Os artigos que os precede já sela a essência do caráter de cada um.

O amor é masculino, e como tal, inseguro, reticente, egoísta, quer tudo para si.

A paixão é feminina, e como tal verdadeira, intensa, corajosa e quer doar-se toda.

Quando ela deu-se conta, viu que eram outros os braços que ofereceriam o abraço que ela necessitava. Não os dele.
Foi ao encontro dela, voltou para a única pessoa que seus sentimentos, tanto os femininos quanto os masculinos, queria.

Ele olhou as fotos delas, e disse em voz alta para o espelho, Se o amor tivesse forma ele seria fálico, até por que, sempre acaba fodendo com a vida da gente.

Raspou o bigodinho sem-vergonha e, pela primeira vez na vida, lamentou não ter nascido mulher.

(trecho do meu segundo livro, "Teu amor é meu demônio predileto", em fase final de construção)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

As aventuras de Alex Bagual, o tarado do pau mole!


_Buenas, China bem linda, me diga uma coisa: tu estás esperando o ônibus?

_Ãhn? Ônibus? Não, não, meu senhor, isso aqui não é uma parada, é uma praça, estou apenas lendo meu livro.

_Barbaridade, guria, mas bem que tu estás no ponto!

_Olha, me desculpe, é que eu estou bem ocupada, não vou poder te dar atenção agora.

_Prometo que vou ser bem breve, mas não posso deixar de te falar algumas coisas.

_Hum?

_Vem cá, guria, tu acreditas em amor a primeira vista?

_Ai meu deus do céu, você tá de palhaçada, né?

_Não, juro, preciso saber de ti: tu acreditas em amor a primeira vista?

_Não! Pronto? Posso ir embora?

_BAH, TCHÊ! SABIA!

_Sabia o quê?

_Nós dois, tudo a ver. Eu também não acredito em amor a primeira vista. Surpreendente barbaridade, estas coincidências da vida, surpreendente barbaridade!

_Você tá gozando com a minha cara?

_Não. Mas se tu quiseres...

_O QUÊ?????

_Nada não, deixa pra lá.

_Escuta aqui, ô carinha...

_Alex.

_Ãhn?

_Meu nome é Alex. Alex Bagual, para os íntimos, mas se tu quiseres ser ainda mais íntima, algo como a prenda do meu galpão, podes me chamar só de Bagual. O teu Bagual saracoteador!

_O que é que você quer com essa cantadinha barata, hein ô meu filho?

_Calma, guria, só quero te fazer feliz! Feliz barbaridade!

_Isso já deu certo com alguém?

_Nunca! Mas também nunca tentei. Ensaio este diálogo faz anos, e quando te vi sabia que contigo tinha que ser especial barbaridade, tinha que fazer o meu melhor.

_Isso é o teu melhor?

_Na verdade não, mas posso te apresentar o meu melhor no pelego lá do meu rancho.

_Olha, Alex, não quero te deixar desapontado, mas o meu negócio é mulher. Sei que não parece, sou até bastante feminina, mas sinto muito, eu gosto mesmo é de mulher.

_Mas bah tchê! Eu também! Não é maravilhoso?! Mais uma coisa que temos em comum, se isso não é amor, pelo menos dá um belo dum chamamé!

_Ô ANIMAL...

_Ai, guria, não fala assim que eu me derreto como gordura de picanha no fogo de chão...

_Ô IMBECIL...

_Xinga este teu índio velho, xinga minha chinoca...

_EU SOU GAY! Gosto de mulher, aliás, eu vivo com uma mulher, e estamos muito bem, obrigada.

_Mas que coisa mais maravilhosa tchê, quando eu acho que já sou feliz tu melhoras ainda mais minha vivência! Eu também adoro uma mulher, duas então... Pega lá a tua prenda e traz ela também para o meu galpão, vamos saracotear os três, me deito no chão e deixo as duas fazerem uma gineteada em cima de mim, que te parece, guria?

_Mais uma dessas e eu te enfio a mão na cara.

_Mas que coisa bem linda, essa tua brabeza! Mulher braba faço que nem com Baio chucro, monto, grudo na crina e só largo quando amansar. E quero ver se me derruba!

_Ah é?! Então vamos ver o que você esconde debaixo dessa bombacha. Quero ver, me mostra!

_Mas guria, tu vais ficar bem doida com o guapo que trago nas ceroulas! Mas ligue para tua amiguinha, deve ser uma coisa bem linda, duas chinas usando esses cordãozinho no lugar das tangas, serpenteando as língua na boca uma da outra!

_E então, Bagual, você vai ou não vai mostrar o teu “guapo”?

_Mas te fresqueie pra ver! Queres ver o meu novilho? Pois eu te mostro! Mas te aviso, não se pode ter tudo na vida...

_Como assim?

_Minha carabina é cano duplo, mas não anda engatilhada.

_Você está querendo me dizer que é broxa?

_Mas tu também nunca estás feliz, guria. Não basta ser grande, ainda querias que fosse duro?

_Sim, mas o que vou fazer com uma “carabina desengatilhada”?!

_Chame de bomba e tome teu mate, que tal? Pode não ser verdinho, mas vai te deixar um amargo nos beiço.

_Você tem cuia em casa, Bagual?

_Mas claro!

_Tua cuia tem bomba, Bagual?

_Certamente!

_Então, tenho certeza que a bomba da tua cuia é dura. Se fosse mole o teu mate não sairia.

_Mas guria, de dura já basta a vida! De duro já basta ser prensado contra o alambrado e sentir aquela avalanche maravilhosa atrás de mim, cada vez que o Imortal põe lá dentro.

_Olha, é melhor eu ir embora.

_Mas China linda, se o problema é esse tu chama tua amiga, e eu chamo um amigo meu, o Cristóvão.

_Cristóvão? Quem é esse Cristóvão?

_Cristóvão é um negrão de dois metros, coisa mui linda, só de ver dá vontade de morrer abraçadinho nos braços largos daquele príncipe africano.

_Iiiiihhhh...

_Não, guria, que é isso. Estou apenas dizendo o que pensarias se te deparasses com ele, não que eu ache isso, não que eu repare naquelas mãos enormes, naqueles ombros largos, coxas musculosas, peito definido, jamais repararia nisso, imagine... Sou gaúcho, macho, forte. Gaúcho barbaridade!

_Bom, nesse caso podemos até conversar, eu ligo para minha namorada, você liga para o Cristóvão...

_Mas tem um problema.

_O que?

_A bainha é grande, mas o facão não passa de um canivete de chaveiro.

_Ãhn?

_Se eu trago comigo uma carabina cano duplo desengatilhada, o Cristóvão até que anda engatilhado, mas porta uma pistolinha calibre 22, não serve nem para causar um desconforto, que dirá para dar alegria.

_Olha, agora chega vou embora.

_Espere, guria. (disse isso e segurou forte o braço da moçoila)

_PAFFF

(som da bolsa da moçoila esbofeteando a cara do Bagual. Ela vai embora, ele fica abaixado com a mão na face agredida. Nisso, uma outra menina que observou a agressão, se aproxima para ver se está tudo bem).

_Oi moço, está tudo bem com o senhor? O senhor está precisando de alguma coisa?

_Que é isso, guria, sou Maragato barbaridade, e nem uma tropa inteira de Ximangos me apoquentaria, imagine uma China brabinha...

_Bom, já que o senhor está bem, então eu vou indo, até mais.

_Mas calma, China bem linda, pra que a pressa? Me diga uma coisa, minha passarinha: antes de tu vires gorjear nos meus ouvidos, tu estavas esperando ônibus?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O outro lado da história



Vou bater a real pra tu, as coisas não aconteceram exatamente como andam dizendo por aí.
Tá certo, eu admito que dedurei o cara, mas não foi assim, do nada. Chegar lá e pá, cagüetar o cara, não.
Ele fez por onde.
É fácil agora ficar por aí se fingindo de bonzinho e pagando de bom moço, mas tu não sabe o que eu passei...

Antes eu não tinha essa fama de fofoqueiro, de traíra.
Antes era diferente.
Quando começou todo o esquema, tinha aquele papo de: “somos todos irmãos” “somos todos iguais”, pô, a galera achou aquilo irado!. Parceria mermo, tá ligado?!
Vou te bater a real, todo mundo comprou a ideia do maluco na fé mesmo, irmão. Pode crer!
Não demorou nada para juntar os 12 neguinho, o papo era massa, transformar o mundo e tal, um lance assim meio revolucionário, tá ligado?! Eu achei da hora! Comprei a ideia da bagaça, vesti a camisa mesmo!

Aí, quando toda a galera topou encarar o negócio, todos os 12 camarada, daí a parada começou a crescer, começamo a ficar famoso, todo mundo comentando pelas boca que tinha uma galera chamando atenção e talz, até que pintou um empresário na jogada e começou a dar bode. O que era camaradagem, começou a cheirar trairagem, tá ligado?!

No começo eu até gostei da ideia do empresário, achei irado, saca? Pô, um empresário pode levantar a carreira do cara, tá ligado?! Eu dei a ideia de fazer um grupo de RAP para entrar no movimento HIP-HOP. Pô, podia botar uns cara pra fazer grafite, outros pra fazer o street dance, outros pros skate e eu e o Cabeça ia ficar no verso, tá ligado?! Eu mandava a letra, ele respondia, sem contar que eu mando bem pacarái no beatbox, tá ligado?!

Eles não curtiram essa idéia. Fiquei mordidasso com a parada.
Tinha um cara lá da galera que sugeriu fazer uma boys band, tá ligado?! Tipo Backstreetboys. Quis até copiar o nome, chamar de Heavenstreetboys. Mas eu fui contra. Achei aquilo a maior baitolagem, tá ligado?! Ia ficar lindo pra minha cara lá na comunidade, aparecer em clip de roupinha branca, mergulhando numa piscina e sair dela devagarinho fazendo cara de míope para parecer gatão, ah, dá um tempo porra. Mas vou te dizer, eu sempre desconfiei daquele cara...

Mas não vou dizer o nome do fresquinho não. Pô, pega mal delatar os cara né mano? Não é da minha fazer trairagem, tá ligado?!
Mas posso te dizer uma coisa, quando a gente saía por aí em turnê, sempre ficavam dois em cada barraca, e da barraca dele só se ouvia risinhos e uns versinhos assim: “pára Pedro, Pedro pára, pára Pedro, Pedro pára.” Parece que quando tudo acabou, e os dois voltaram para a terra deles, lá em Pelotas. Até gravaram isso e fizeram algum sucesso, mas desde as antigas que eu não curtia muito esse som não. Meu lance mesmo era o RAP, tá ligado?!

Daí teve outro que era metido a esportista, o Mateus. Ele sugeriu fazer um time de futebol, botar o nome de “Os celestiais”, “Os galáticos” , ou qualquer coisa assim. No começo até gostei da ideia, mas eles sempre me deixavam no banco, era o único reserva da parada, e isso que nem chegou a ter jogo oficial, foi só treino mesmo. Eu chiei mesmo, tá ligado?! Pô, cadê a parceria? Cadê a camaradagem? Quando tudo era difícil eu servia, agora que tava todo mundo ficando famoso iam me deixar de fora, não concordei com aquela palhaçada não. Deixamos a ideia do time de lado.

O empresário, não lembro bem o nome dele, era não sei o quê do Espírito Santo, uma coisa assim. Ele sugeriu que a gente saísse aí pelas quebrada só dando a letra, divulgando a palavra, tá ligado?! E não deu outra, foi o que a gente fez, e vou te falar irmão, deu o maior ibope! A galera tava curtindo mesmo!

Pô maluco, a parada ficou sinistra! Aí aquele lance todo subiu pra cabeça, tá ligado?!
Antes era parceria, “somos todos iguais”, “somos todos irmãos”, e não sei mais o que. Quando o negócio emplacou de vez, aí mudou o discurso, e o Magrão, que era o Cabeça veio com um papinho de: “eu sou o filho do homem”, “eu sou o caminho, a verdade.”, “eu sou luz, sou raio, estrela e luar”. Pô, qualé mano, tá pensando que é quem, o Wando porra?! Fiquei bolado com aquilo, na moral, fiquei boladasso com aquilo.
Quanto mais o tempo passava, mais aquilo ia subindo pra cabeça.

Ô maluco, tu vai pirar se souber tudo o que rolava nos bastidores, irmão. Só festança, a galera toda muito doida. Sabe como é famoso, pede uma coisa, vem mil. Acabou o vinho, puf, parecia milagre, toda a água da parada virava vinho na hora. E não era Campo Largo não, era coisa fina, irmão. Era coisa fina mesmo! Acabou o rango, puf de novo, aparecia um monte de pão italiano, tainha frita, tainha escalada, tainha grelhada, tainha ensopada, cara, era peixe que não acabava mais. Só festão! Na moral, irmão, só festão da pesada.

E também tinha umas mina massa, mas uma é que era nervosa mesmo.
O nome dela era Maria Madalena, mas a galera chamava ela de Madá treme-treme. Mina da pesada mesmo.

Daí que o Cabeça se encarnou na da Madá. Ela que fazia a festa da galera agora ia ser exclusiva. Malzaço pô! Parceiro que é parceiro não faz uma dessas, tá ligado?!
A galera foi bater uma real com a Madá:
“Pô Thuctchuca, que palhaçada é essa de exclusividade, mau pra caralho, tá ligada?!”
E ela:
“Qualé mané, tô melhor assim, tá ligado?! Antes é que eu tava errando, agora acertei!”Pó, aí o bagulho ficou nervoso, me queimei mesmo, tá ligado?!
“Qualé Madá??? Que tava errando o quê, eu sei que tu curtia, que papo é esse que tu tava errando?”
Nisso que o Cabeça se meteu por que viu que a treta tava ficando quente:
“Ô, ô, ô, que palhaçada é essa aqui? Deixa a mina, ela tá comigo, por quê? Vai querer encara, vai querer vir no mano-a-mano?”
Eu mandei a letra pra ele:
“Qualé Cabeça, cadê a parceria pô? A Madá ta errando feio. Tu tá errando feio também, irmão, qualé, cadê a parceria?”
Ele nem olhou pra mim, levantou as mãos como se fosse o maioral e soltou:
“Errando? Que errando o quê? Atire a primeira pedra quem nunca errou! Agora vaza, vaza. Vaza que eu quero ficar aqui sussa com a Madá.”
Nas escondida, a galera tava chamando a Madá de Yoko Ono, falei pros cara que por causa dela a parada ia começar a degringolar de vez.

Pô irmão, aquele lance foi foda. Fiquei mauzão com aquilo, irmão, tá ligado?! O cara bota a maior fé nos amigos, acredita que é tudo parceiro, irmão, e ele vem com uma daquelas, pô, sacanagem da braba, tá ligado?!

A galera sacou que o clima tava pesadasso. Aí rolou um rangaçal, uma baita ceia. Só pros chegado mesmo. Os doze mais o Cabeça. Daí, nesse rango que rolou a treta que ninguém fala. O Cabeça sugeriu que eu saísse da galera, e que colocariam outro no meu lugar. Pô, fiquei mordido, irmão. Aquilo não se faz. Mandei a letra na cara dele:

“Qualé irmão, tu tá achando que é quem? O Humberto Guessinger, o Axl Rose, que fica trocando todo mundo quando dá na telha? Eu faço parte disso aqui irmão, eu criei isso aqui também. E tu sabe que rola grana na parada, se botar um na minha mão eu até saio, mas não vou sair assim do nada, com uma mão na frente e outra atrás, tá pensando o quê.”

Mano, soltei aquilo peguei uma garrafa de vinho e saí do boteco onde tava rolando a ceia.

Pra mostrar que ainda gostava do cara, ainda fui lá e dei um beijo nele. Beijo no rosto, nada de viadagem, coisa de amigo, de parceiro, tá ligado?!

Depois fui dar um perdido por aí. Eu tava lá, tranquilão, na minha, bebendo sossegado quando pintou uma galera e falou que tavam sentado numa mesa perto da nossa, lá no boteco, que ouviram o meu bate-boca com o Cabeça e perguntaram se eu tava afim de vender a minha parte na bagaça.

Como eu tava virado num alho, soltei meu preço:

“40 paus, irmão. 40 paus e pode ficar com a minha parte da bagaça”
“Pô, 40 paus é muita coisa, só tenho 20”
“Então vaza véio, vaza que por 20 eu nem levanto daqui.”
“25 paus.”
“35”
“30”


Aí eu parei pra pensar, irmão. Pô, não tava mais afim da bagaça, tá ligado?! E 30 paus dá pra bater um rango massa, eu saí do boteco sem nem ter comido nada, tava com uma fome do cão. Só que não ia entregar assim fácil, ainda barganhei mais um pouco.

“30 paus mais essa corda aí que tu tá amarrando o teu cavalo.”
“Pô, pra que tu queres a corda, tu nem tá de cavalo.”
“Ah, sei lá, nunca se sabe quando vai se precisar de uma corda.”


Fechamos negócio ali mesmo, peguei minha grana, minha corda e dei o fora dali.
O cara ainda me perguntou se eu sabia onde eles estavam:

“Ô mané, tu não visse eles lá no boteco, devem estar por lá ainda. Corre que tu ainda pega o Cabeça.”

E pegaram.
Na real eu não sabia que os caras eram da Polícia Federal, tá ligado?! Chegou lá e pegou todo mundo no maior bundalelê, o bicho pegando bonito, um monte de mina, bagulho, coisa e tal. Os caras chegaram perguntando quem era o cabeça daquilo tudo, e o Cabeça se entregou na maior:

“Sou eu, por quê? O que tá pegando?”

Daí o resto tu já sabe, deu o maior xabú, o Cabeça se deu mal pra caramba e eu fiquei com fama de cagüete.

Ô, mas na boa irmão, nunca fui traíra, na moral.
Eu sempre fui parceiro, tá ligado?!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Reeditando: Olha o passo do elefantinho


ELA: Hoje eu vou sair com o Zé.

AMIGA: O quê???

ELA: É, o Zé. Ele me convidou para sair, e eu aceitei.

AMIGA: Mas como assim, te convidou para sair? Te convidou para ir aonde, fazer o quê?

ELA: Ah, sei lá. Sair, tomar um chopp, bater um papo, nada demais. Sair como dois bons amigos que já não se vêem há algum tempo, só isso.

AMIGA: Tá, mas acontece que esse teu “bom amigo”, até um ano atrás era teu noivo.

ELA: E daí?

AMIGA: Como assim: “e daí”??? E daí que vocês terminaram o noivado por que ele te traiu.

ELA: Exatamente: traiu. Passado, bem passado, diga-se de passagem.

AMIGA: Te traiu com alguma grande amiga tua, que o safado nunca quis dizer quem era a piranha.

ELA: Sabe que eu sempre desconfiei da minha prima. Aquela lá já deu para o bairro inteiro. Fez a festa do quartel quando se alistou para ser bombeiro voluntária, aquela vagabunda...

AMIGA: E agora você está noiva de novo. De outro. Do Digo, primo do Zé.

ELA: Viu como não tem perigo? Sou uma mulher comprometida, segura, apaixonada e feliz em ser de um homem só.

AMIGA: Mas já faz quatro meses que você não vê o Digo.

ELA: Esse maldito intercâmbio...

AMIGA: E você sempre me disse que na cama, o Zé dava um show no Digo.

ELA: Para de complicar as coisas, nós só vamos bater um papinho, nada demais.

AMIGA: Mas você ta há quatro meses sem nada, nada. Nem umazinha rapidinha para dar uma aliviada na tensão.

ELA: Nem me fale, menina, nem me fale...

AMIGA: Nem um beijijnho...

ELA: Eu que sei, eu que sei...

AMIGA: Faz assim, ó, quando você se encontrar com o Zé, se ele se engraçar, pense em outra coisa, algo totalmente bizarro.

ELA: Bizarro? Como assim?

AMIGA: Bizarro, algo que broxe qualquer uma. Sei lá, pense na ovelha Dolly, pense em... em... pense em ervilhas. Isso, ervilhas!

ELA: Ervilhas??? Eu não preciso disso. Basta eu pensar no meu noivinho lindo, no meu Digo, naqueles olhos azuis sedutores que nada será capaz de me abalar.

AMIGA: O Zé também tem olhos azuis.

ELA: É... bem... Tá bom, eu penso nas ervilhas.

AMIGA: Não, faz assim: se ele se meter a Don Juan sedutor, imagine ele pelado, de pinto mole, só de meia preta.

ELA: Mas ele é tão gostoso, se eu imaginar ele pelado, não vai dar certo...

AMIGA: Então pense nele usando uma cueca de elefantinho, dessas que ficam as orelhas nos lados, e a tromba na frente, encaixando no pinto. Essa imagem é muito cômica, ninguém agüentaria uma cena dessas.

ELA: É verdade, cueca de elefantinho é dose...


DUAS HORAS DEPOIS, NA MESA DE UM BAR QUALQUER...


ZÉ: Oi linda, que saudade! Tudo bem contigo?

ELA: É... Oi, Zé, tu-tudo bem?

ZÉ: O que foi, linda, você está nervosa?

ELA: Ne-nervosa, eu? Não, claro que não. É que fazia tempo que eu não sentia esse perfume que você usa.

ZÉ: E fazia tempo que eu não usava também, mas eu sei que você gosta. Coloquei especialmente para você, gostou?

ELA: É.. é... gostei. Não precisava ter se incomodado com isso.

ZÉ: Incomodo nenhum, linda. Você sabe que por mim, nós jamais teríamos terminado, ainda mais por uma bobeira como aquela...

ELA: Bobeira???? Você diz isso por que não foi você que saiu com fama de corna. E você nem admitiu quem era a vagabunda que estava no seu carro, saindo daquele motel maldito, que você disse que só iria comigo, desgraçado!

ZÉ: Deixa isso pra lá, linda. Passado é passado, vamos pensar no agora, viver o momento, deixa o que passou pra trás.

ELA: Iiiiiiii, papinho brabo esse de viver o momento, hein?!

ZÉ: Que é isso, linda, só acho que não devemos desperdiçar as oportunidades que a vida nos dá, de viver coisas tão intensas, tão fortes, como as que nós vivemos tantas vezes.

ELA: Não vem com esse papinho de João sem braço pra cima de mim não, meu filho. Você sabe muito bem que eu estou noiva do Digo. E estou muito bem com ele, se queres saber.

ZÉ: Há quatro meses sem vê-lo, é estar muito bem para você? Só se você mudou muito, por que aquele seu fogo, não agüentaria uma semana sem...

ELA: Olha aqui, seu engraçadinho, as pessoas mudam, sabia? Tem coisas na vida que são muito mais importantes do que sexo (o que é que eu tinha que pensar? O que é que eu tinha que pensar? Ai, meu Deus do céu, milho, semente, cabrito, ervilha... Não, não era isso...)
ZÉ: Que é isso, linda, você está suando? Você está nervosa?

ELA: Não, eu n-não estou nervosa. (PUTAQUEOPARIU, ele pegou no meu braço... Ai, essa mão enorme... Caralho, qual era a merda da coisa que eu tinha que pensar...)
ZÉ: Olha aqui, linda.

ELA: Q-que foi? O que você quer comigo? Ãhn, ãhn, fala daí, não chega perto não! (Desgraçado, que olhar desgraçado... Em que porra maldita eu tinha que pensar, merda??? JÁ SEI!!! Ele pelado, de meia... Hummmm, pelado? Esse bração... Essas mãos enormes... Esse...Não, pelado não!)

ZÉ: Por que nós não vamos dar uma volta, vamos para um lugar mais arejado, aqui está meio abafado, você está suando, o que você acha?

ELA: T-tá bom, mas é só uma voltinha, hein?! Nem pense em se engraçar para o meu lado...

ZÉ: Que é isso, linda?!. Eu não vou fazer nada que você não queira, prometo...

ELA: Tá bom, onde está o seu carro? Rápido, me diga, onde está o seu carro? Vamos, vamos...


DUAS HORAS DEPOIS, NA BANHEIRA DO MOTEL...


ZÉ: Nossa, para quem não ia fazer nada, você me surpreendeu bastante... Nem nos nossos tempos áureos você fazia tudo com essa vontade toda...

ELA: Não se acostume, isso não vai se repetir. Foi apenas um momento de fraqueza, que quando nós sairmos desse quarto já vai ter passado.

ZÉ: Tudo bem, linda. Vamos viver o momento, curtir o agora. Vem cá, vem, vamos fazer daquele jeito de novo. Gostei daquilo, gostei bastante...

ELA: Gostou é?

ZÉ: Gostei...

ELA: (o que é aquilo no chão?) Ô Zé, desde quando você tem cueca de elefantinho?

ZÉ: Gostou? É um presentinho que eu ganhei.

ELA: Ganhou de quem? Quando?

ZÉ: Ganhei de uma amiga minha, uma conhecida. Já faz um tempinho, um ano, mais ou menos.

ELA: AQUELA VAGABUNDA...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Um pouco de filosofia, para começar bem o dia!


Às vezes você chora e ninguém vê as suas lágrimas...
Às vezes você se entristece e ninguém percebe o seu abatimento...
Às vezes você sorri e ninguém repara na beleza do seu sorriso...
Às vezes você é caridoso, e ninguém repara no seu altruísmo...
Às vezes você é carinhoso, e ninguém repara no seu gesto...

Agora...PEIDA...pra ver....

sábado, 16 de janeiro de 2010

JESUS É FODA!!!


Filho de uma adolescente que, mesmo estando grávida, convenceu o noivo de que era virgem e, mais do que isso, que o filho que esperava havia sido concebido por uma pomba.

Passou a juventude rodeado por doze amiguinhos, sendo que acabou traído por um deles, e um outro negou ser amigo do cara por três vezes consecutivas.

Foi perseguido, torturado, morto e cruxificado, mal tinha feito 30 anos.

Mas, apesar disso tudo, ressucitou, virou DJ e comeu a Madonna.

Não sei se ele salva, mas que ele é foda ele é!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O mundo já não é mais tão bonito.


Caso leias este espaço com alguma freqüência, já deves ter percebido minha total aversão à religiões, seitas e crenças místicas transcendentais de qualquer natureza.

Sou cético.
Ou melhor, sou epicurista, e se você faltou às aulas de filosofia romana, sinto muito, estou com preguiça de explicar a diferença entre eles.
O certo é que deus não me convence.
Mas e daí, por que estou falando isso tudo?

Por que, apesar da minha postura anti-religião, tento, na medida que o meu humor negro permite, respeitar estas manifestações e, mais do que isso, reconheço a importância sociológica destas manifestações para a manutenção do pouco de ordem que faz com que as pessoas não se atirem coletivamente do alto dos seus edifícios e, mais ainda do que isso, reconheço que existem muitas, muitas, muitas pessoas muito boas que em nome das suas crenças, fazem coisas maravilhosas pela humanidade.

Para mim, não existem santos, mas sei que Madre Paulina foi uma mulher espetacular. Quem, ao invés de ficar acendendo velinha e comprando bugiganga quando vai à Nova Trento, interessar-se em conhecer a vida e obra desta mulher, vai certamente passar a admira-la de verdade, e não apenas como uma concessora de milagres e dádivas de toda ordem. E, muito mais ainda do que isso, vai ficar puto – como eu fico – com aquela feira livre da muamba sagrada que se tornou Nova Trento.

Como já disse num texto escrito há uns dois ou três anos, em outro espaço que não este, se Madre Paulina visse aquele circo que foi montado em seu nome, ficaria puta da cara! Se o dinheiro utilizado para a construção daquele mercado eclesiástico, daquela igreja fenomenal, fosse dado à ela, a sua obra teria um alcance muito maior do que o que de fato teve.
Estou usando a Madre Paulina como exemplo, mas iguais a ela existem vários outros, católicos, evangélicos, budistas, muçulmanos e ateus. Não é necessário uma bandeira de crenças específicas para se fazer o bem ao próximo, mas algumas pessoas precisam disso. Então, se é para o bem, que seja assim.

Mas repito a pergunta do início, e daí, por que estou falando isso tudo?

Por que esta semana a humanidade perdeu uma dessas pessoas raras que servem de exemplo de abnegação e dedicação irrestrita ao bem coletivo. A médica sanitarista Zilda Arns.

Estou triste de verdade.

De 2003 à 2007 fui contratado por uma ONG para coordenar alguns projetos na área social, e lá tive a oportunidade de aprender muito, provavelmente o maior aprendizado que tive e terei na minha vida. Aprendi que existem políticos muito sérios e comprometidos com a causa pública, empresários idem, e profissionais que também agem desta maneira. Dona Zilda era uma dessas pessoas.

Por mais avesso a religiões que eu seja, o trabalho social criado por ela, a Pastoral da Criança, tem um alcance e uma importância de valor incomensurável, incalculável. Essa instituição tem alcance mundial, são quase trinta países em que ela está presente, e em todos estes países sempre consegue contornar as dificuldades econômicas, barreiras políticas, resistências culturais, para levar as pessoas alvo dos seus trabalhos, o carinho e apoio que a vida lhes negara.
Se tiveres a oportunidade de conversar com uma mãe ou uma criança que tenha sido atendida por essa instituição, pelo ideal de solidariedade de Dona Zilda, você perceberá na hora o valor dessa obra.

Em duas oportunidades o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso indicou o nome de Dona Zilda Arns para o Nobel da paz. Em nenhuma delas ela ganhou. Não que isso diminua o valor dela ou de sua obra, o Nobel, seja ele da paz, da ciência ou da literatura, é um prêmio muito mais político do que qualquer outra coisa, mas ela merecia a comenda.

No último ano o presidente norte-americano Barack Obama recebeu o prêmio. Não vou entrar em julgamento de valor para dizer se ele merecia ou não. Acho a sua eleição para presidente um marco realmente importante para a história da humanidade, se ele fará disso um legado é outra história. Mas quando ele ganhou o prêmio, fiquei com a sensação ainda mais forte do cunho político desta comenda, afinal de contas deram o prêmio por acreditar que ele tenha potencial para fazer muito, e não pelo fato de ter realmente feito alguma coisa.

Dona Zilda fez, e muito!

Quero deixar claro que não sou um anti-americano como esses que existem aos montes, desses que fazem questão de chamá-los de “estado-unidensses” ao invés de “americanos” (puta merda, que idiotice panfletária...). Não tenho nada contra eles. Possuem erros e falhas como qualquer outro povo de qualquer outro canto do mundo, na verdade possuem muito mais coisas boas do que ruins. A Harley-Davidson, o Frank Sinatra e a Pamela Anderson, por exemplo. Mas ficou a sensação que seu poder político determinou o endereço do Nobel.

Não digo que o Nobel tenha sido injusto, mas acho que pela relevância que este prêmio tem, outras mãos seriam mais merecedoras.

Por minhas crenças, não acho que agora ela esteja em algum outro plano astral. Mas acho sim que ela, como algumas poucas pessoas, se tornou eterna. Ela já havia se tornado eterna muito antes de ter morrido.
Nossa eternidade dura a exata medida do alcance, relevância e perecibilidade do nosso legado, e o legado de Dona Zilda Arns, estará para sempre registrado nas poucas coisas boas que a espécie humana foi capaz de realizar pela sua auto-preservação e bem-estar.
Por isso que este espaço, que majoritariamente é dedicado ao humor, hoje se presta a merecida reverência.

Muito obrigado, Dona Zilda.
Muito obrigado!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O perigo do cu doce!


Super Mario – Olá, tudo bem? Você deve ser a princesa, certo?

Princesa – Isso mesmo, sou a princesa. Presumo que você é o carinha que veio me salvar. Já matou todos os monstros?

Super Mario – É, dei um jeitinho neles.

Princesa – Pô, legal. Valeu, valeu mesmo! Então acho que podemos ir embora, né?

Super Mario – É, acho que sim. Só quero que você me dê um beijo antes.

Princesa – SMACK.

Super Mario – Não, não. Na bochecha não. Na boca.

Princesa – O quê? Ta maluco?

Super Mario – Ah, qualé ô, vai ficar regulando essa mixaria? Só um beijinho, o que custa?

Princesa – Vê se te enxerga o anão. Acha que é só por que parece o baixinho da Kaiser que virou artista? Não é assim não. Não é por que você me salvou que eu vou transar com você.

Super Mario – Quem foi que falou em transar? Eu não quero te comer, só quero um beijinho, nada demais. Lábios nos lábios, uma lingüinha aqui outra ali e deu, um só, sem mistério, sem drama.

Princesa – Mas nem a pau!

Super Mario – Porra, então eu enfrento um monte de perigos para te salvar e é assim que você me agradece?

Princesa – Perigos? Tu chama sair pulando meia dúzia de cogumelos de perigos?

Super Mario – Olha, pra quem conseguiu ser capturada por um bando de cogumelos até que você ta falando muito. Me explica, como é que alguém consegue ser seqüestrada por um ingrediente de strogonoff, por um acompanhamento de salada? E eu além de enfrentá-los, ainda tive que derrotar um monte de tartarugas, não foi fácil.

Princesa – Tartarugas? Nossa, estou impressionada...

Super Mario – Você fala isso por que não teve que passar pelo o que eu passei. Pelo menos às vezes apareciam umas estrelinhas, eu pulava, pegava algumas delas e me sentia um pouco melhor, dava uma aliviada na pressão, mas não foi fácil, foi uma barra...

Princesa (lixando as unhas) – Estou comovida, pára se não eu choro...

Super Mario – Não vai me dar um beijinho?

Princesa – Nem nessa nem em outra vida.

Super Mario – Ah é? Então vá se foder, fica aí e te vira sozinha.

Sai o Super Mario, a Princesa fica.

Volta o Rei Koopa e arranca fora a cabeça da Princesa.

Fim.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Reeditando: Foi bom pra você?


Ele: Foi bom pra você?

Ela: É.

Ele: Como assim: “É”?

Ela: É, foi legal.

Ele: LEGAL??? A gente passa mais de uma hora transando sem parar, e você vem me dizer com essa cara deslavada: “é, foi legal.”

Ela: Uma hora??? A gente começou no início do primeiro bloco do Jornal Nacional, e ainda nem chegou no comercial.

Ele: Não muda de assunto! A gente mal tinha começado a transar e você já começou a gritar como uma louca: “Ai, ai, ai, puta-que-o-pariu, puta-que-o-pariu”, e agora vem me dizer:”é, foi legal”?!

Ela: Câimbra.

Ele: O QUÊ????

Ela: É, câimbra. Me deu uma câimbra do caramba na batata da perna esquerda. Por isso que eu gritei.

Ele: Mas você é muito cara-de-pau mesmo!!!! Vem pra cá falar com esse desprezo, como se não tivesse nem aí, mas no meio do vuco-vuco você me afastou um pouco de cima, olhou pra baixo e falou com uma puta cara de admiração: “NOOOOSSAAAAA!!! O QUE QUE É ISSO???”

Ela: Foi por causa do avião.

Ele: Avião??? Que avião???

Ela: É, avião. O avião que caiu no meio da floresta. Tava passando a reportagem no jornal. Eu afastei você um pouco para conseguir ver a televisão. Você viu que acidente horrível? Que tragédia, meu Deus do céu, que tragédia...

Ele: Ah... O avião...

Ela: É, o avião.

Ele: Tá, mas quando eu tava quase lá, você começou a se mexer toda e a falar: “isso, isso... assim, não para, assim... isso, isso... aaaaaiiii... que coisa boa!!!” E agora, como você me explica, ãhn, ãhn, ãhn?

Ela: Lembra da frieira?

Ele: Frieira? Que mané frieira???

Ela: Eu falei pra você hoje cedo, que eu tô com uma baita frieira no dedão do pé direito, que tá me matando de tanta coceira.

Ele: Tá, e o que isso tem a ver?

Ela: Então, eu tava me mexendo por que tava coçando pra burro, aí o Romoaldo começou a lamber bem onde tava coçando, bem em cima da frieira. E você sabe como o nosso gatinho tem a língua áspera. Me deu um alívio...

Ele: Ah... O nosso gato persa que fez aquilo tudo com você...

Ela: Se fez! Você não faz idéia do quanto foi bom!

Ele: Você tá muito metida a engraçadinha! Mas acho bom você ficar com os olhos bem abertos, viu minha querida?!

Ela: Ah, é? E por que eu deveria ficar mais atenta, o que você tem de tão ameaçador escondido embaixo da manga?

Ele: Você tá aí fazendo pouco caso de mim, mas eu vi a sua cara de ciúme aquele dia na festa que nós fizemos aqui em casa para o meu chefe, no dia da minha promoção, quando as suas amigas não paravam de tirar os olhos de cima de mim. Pensa que eu não percebi?

Ela: HAHAHAHAHAHAHA....

Ele: Que foi??? Tá rindo do quê? Ãhn? Tá rindo do quê? Me diz, me diz.

Ela: Meu amor... Não quero desiludir você, mas elas estavam é reparando no tanto que você engordou nesses últimos meses. Elas até comentaram comigo.

Ele: Comentaram o quê?

Ela: Deixa isso pra lá, meu amor, que diferença faz?

Ele: Não enrola, não enrola. Pode ir desembuchando. O que foi que elas falaram de mim?

Ela: Bem, já que você insiste, elas me chamaram no canto e falaram assim: “desculpa a nossa indiscrição, mas aquela camisetinha baby-look não ficou legal. Nem pega bem para ele, ainda mais agora que vai ocupar um cargo mais alto na empresa. Dá um toque pra ele, umas camisas de cores mais escuras, um pouco mais larguinhas vão ficar melhor. Pelo menos vão disfarçar um pouco aquela barriguinha. Ele deu uma engordadinha, né?”.

Ele: Não teve graça nenhuma. Não sei por que você deu aquela gargalhada.

Ela: Meu amor, não fica assim. Eu gosto de você do jeito que você é, não precisa ficar chateado. Eu te amo com ou sem barriga.

Ele: Mas você está muito cheia de si.

Ela: Que é isso, meu amor. Não fica assim. Você devia é agradecer por ter uma mulher como eu do seu lado, que cuida de tudo para que você possa brilhar. É como diz aquele velho ditado: “atrás de todo grande homem, tem sempre uma grande mulher”.

Ele: HAHAHAHA... É verdade, boa observação!

Ela: Não entendi. Contei alguma piada? Qual foi a graça?

Ele: Não, não. Você não contou nenhuma piada não. É que naquele dia da festa, quando o pessoal foi pra piscina e você apareceu enfiada no biquíni da nossa filha, eu estava conversando com dois amigos meus lá do escritório e um deles me perguntou: “vem cá, você nunca pensou em dar um maiô de presente para sua mulher?” E antes que eu respondesse, o outro, que já estava pra lá de Bagdá, emendou: “Que é isso rapaz, você não conhece aquele ditado que diz que atrás de todo grande homem tem sempre uma GRAAAANDE mulher???” Hahahaha, muito boa, muito boa...

Ela: O QUÊ???? E você nem para me defender daquele bando de bêbados???

Ele: Defender? Eu ainda completei: “Se dependesse disso para ter sucesso, o meu sogro tava na capa da Forbes, por que aquilo lá que ele tem em casa sim, é que é uma GRAAAAANDE mulher.” Hahahaha, nós estávamos impossíveis aquele dia, muito bom, muito bom...

Ela: Seu cafajeste, além de não me defender ainda resolve falar do peso da minha mãe???

Ele: Que é isso, meu amor. Poderia ter sido pior, eu poderia ter falado da língua dela, hahahahaha.

Ela: Mas você não vale nada mesmo! Você tem é que dar graças a Deus por ter a mim e a minha mãe para ajudar você. Não se esqueça que fomos nós duas que preparamos toda a festa da sua promoção, pois se dependesse de você, você ainda estaria no almoxarifado periférico.

Ele: Bem, minha querida, eu estaria no almoxarifado periférico é se dependesse das festas de vocês, aí sim é que eu estaria encrencado.

Ela: O quê???? Mas você é muito mal agradecido mesmo!!! A festa foi um sucesso, todo mundo adorou! Tenho certeza que no dia seguinte o comentário de toda a empresa era a festa maravilhosa que eu e a minha mãe organizamos!

Ele: Não quero frustrar as suas expectativas, mas ninguém comentou nada.

Ela: Duvido! Duvido que ninguém tenha comentado nada. Fala a verdade, tenho certeza que o seu chefe elogiou a festa.

Ele: Bem, na verdade ele não falou nada a respeito. E eu já estava até meio constrangido pela ausência de comentários sobre a festa. Então eu mesmo resolvi ir até o meu chefe e perguntar se ele tinha gostado.

Ela: E aí, o que ele respondeu?

Ele: Eu perguntei pra ele: “E então Doutor Alvarenga, gostou da festa de ontem?” E ele, sem tirar os olhos do relatório que estava lendo: “É, foi legal.”.

Ela: LEGAL????

Ele: Exatamente: “É, legal”. Putz, que coceira no dedão... O Romoaldo tá por aí?.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A lógica dos amantes


Um casal dormia profunda e tranquilamente o sono dos justos, como inocentes bebês...
De repente, não mais que de repente, lá pelas três horas da madrugada, escutam ruídos fora do quarto.
A mulher se sobressalta e, apavorada, sussurra para o homem que dorme ao seu lado:

- Acoooorda, rápido, acorda pelo amor de Deus, deve ser o meu marido!!! Você tem se que sair daqui agora!

O cara se levanta rapidamente e, apavorado, pula pelado pela janela.
Na queda, se arrebenta nos espinhos de uma roseira e, quando sai da roseira, cai sentado com a bunda numa moita cheia de urtiga.
Todo machucado e coçando mais que cachorro vagabundo cheio de pulgas, ele volta irritado e diz à mulher:

- Sua louca, maluca, pirada do cacete... olha a merda que eu tô! Teu marido sou eu, sua doente!!!

- Ah, é?!?!? E pulou a janela por quê?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

POR UM DIA SEM D.R.!!!


_Boa noite a todos, meu nome é Libanor e hoje eu completo quatro dias e dezesseis horas sem discutir a relação.

_Boa noite, Libanor.

(Responderam em uníssono os mais de 40 homens presentes na sala, todos cientes do problema em comum que partilhavam. Alguns tímidos, outros resignados, outros tantos até com alguma raiva, mas todos em busca do apoio na história do colega, da compreensão que nas suas casas lhes era negada)

_Não é fácil, vocês sabem que não é fácil...

(pequena pausa emocionada)

_Libanor, aqui todos nós enfrentamos esse mesmo problema, você não precisa se sentir constrangido, pode se abrir, pode ter certeza que partilhar suas auguras conosco vai fazer você se sentir melhor.

(nova pausa, Libanor respira fundo)

_Bem, amigos. Eu achava que quando me apaixonasse, viveria uma dessas histórias de amor de cinema, em que as pessoas se apaixonam perdidamente uma pela outra, e pronto, vivem felizes para sempre. Não consigo imaginar, por exemplo, a Julieta reclamando que Romeu não lhe dava atenção. E olha que ela tinha lá seus motivos para falar mal da sogra e de toda a família do Romeu, mas não me lembro disso. Não consigo imaginar a Mama Corleone reclamando para Don Vito que ele fica mais tempo entretido com seus negócios do que com ela. Não dá para imaginar uma cena dessas. Mas a vida real não é assim...

(pequeno cochicho generalizado, concordando com a última afirmação do Libanor. Todos ali sabiam: a vida real não era assim)

_Me apaixonei pela Clotilde e em pouco tempo começamos a namorar. Na primeira vez que saímos, a levei ao cinema. Eu perguntei o que ela queria assistir, ela disse: “qualquer coisa, meu bem, pode escolher, eu só quero estar perto de você!” Quando saímos do cinema ela estava com aquela tromba...

(novo cochicho generalizado de resignada compreensão coletiva)

_Eu perguntava o que tinha acontecido, ela dizia que não tinha sido nada. Eu insistia, ela olhava para o lado e repetia que não tinha sido nada. Deixei a Clotilde em casa e fui para o meu apartamento, mas antes de dormir liguei para dar boa noite. Foi nesse dia que ouvi ela falar pela primeira vez: “Libanor, a gente precisa conversar. Precisamos falar sobre a nossa relação.”
(o cochicho agora já tinha seu volume aumentado, todos ali sabiam o que essa frase significava)

_Eu quis ser gentil: “Claro Neném – eu chamo a Clotilde de Neném – vamos conversar o quanto você quiser, meu amor” só que eu não sabia que dar essa brecha ia gerar tudo o que gerou. Ela veio me acusando de não prestar atenção aos seus anseios, disse que só pensava em mim. Eu não entendi nada, perguntei por que ela estava falando aquilo, aí ela citou o filme, eu tentei argumentar: “mas você falou que eu podia escolher o filme que eu quisesse!” e ela: “MAS TINHA QUE SER JUSTO UM DO STEVEN SEAGAL???” Mas me digam meus amigos, me expliquem, ela não disse: “vamos ver qualquer filme que você quiser, exceto do Steven Seagal” Ela disse apenas: “vamos ver o filme que você quiser!” Por que ela ficou braba? Eu apenas fiz o que ela queria.

(a insatisfação coletiva era cada vez mais efusiva a cada pausa que Libanor fazia em sua narrativa)

_Essa foi a primeira vez, mas tudo bem, superamos. Dois dias depois saímos para lanchar, perguntei o que ela queria comer, ela disse: “qualquer coisa, Neném, pode escolher”. Eu fiquei com medo, juro que fiquei com medo, tentei insistir: “não, Môzinho, escolhe você, hoje eu quero fazer as suas vontades!” mas ela era irredutível: “não, Neném, escolhe você”. Eu escolhi.

(expressões apreensivas entre os ouvintes, o temor pelo desfecho era indisfarçável, apesar dele ser previsível)

_Meus amigos, ela passou o lanche inteiro emburrada, sem me olhar nos olhos. Tentei perguntar umas tantas vezes o que tinha se passado, ela só respondia dizendo: “você sabe!”. MAS EU NÃO SABIA, EU NÃO FAZIA A MÍNIMA IDEIA DO QUE ESTAVA ACONTECENDO!!!
(indignação coletiva generalizada, quase incontrolável)

_Depois, por telefone, ela me falou “Libanor, precisamos conversar sobre a nossa relação...”.

(consternação dos ouvintes)

_ “Diga, Neném”. Aí eu descobri que ela não estava com vontade de comer churrasquinho de gato aquela noite, MAS ELA NÃO ME DISSE QUE NÃO GOSTAVA DE CHURRASQUINHO DE GATO, ELA DISSE QUE EU PODERIA ESCOLHER A PORRA DO LANCHE QUE EU QUERIA COMER!!!
(pausa para, com as mãos trêmulas, tomar um gole d’água e se acalmar. Libanor estava visivelmente abalado)

_Quanto mais aniversários o nosso namoro fazia, mais freqüente era a frase: “Libanor, precisamos conversar sobre a nossa relação”. Discutimos a nossa relação por causa da novela, discutimos a nossa relação por causa do comercial, discutimos a nossa relação por causa da cor do carro novo que o tio dela iria comprar, discutimos a nossa relação por causa da nota baixa que o sobrinho dela tirou na escola, discutimos a nossa relação por que chamei o Dunga de burro quando ele convocou o Felipe Melo pela primeira vez, enfim, tudo era motivo para discutirmos a nossa relação.

(cabeças acenavam negativamente compreendendo empaticamente o martírio de Libanor. Todos ali também passavam por isso)

_No início era pessoalmente, depois por telefone, depois, quando não agüentávamos mais nos ver ou ouvir a voz um do outro, tivemos a nossa fase de discutir a relação através das frases do MSN. Depois passamos a discutir a nossa relação através do twitter, mas agora acho que cheguei ao fundo do poço. Praticamente não nos falamos mais, discutimos a relação através dos nossos blogs, ela posta algo hoje, eu respondo amanhã. Fingimos que estamos falando para todos os leitores dos nossos blogs, mas na verdade todos já perceberam que estamos apenas atacando um ao outro, apenas discutindo a relação em público.

(nesse momento, Libanor já não contém as lágrimas, mas mesmo assim completa seu depoimento entre soluços)

_Por isso, amigos, por isso que eu vim até aqui. Por que preciso acreditar que é possível, preciso encontrar exemplos de pessoas que conseguiram uma vida plena sem discutir a relação.

(todos ali estão visivelmente emocionados, alguns choram copiosamente, identificando-se na dor do colega. Libanor ergue sua mão direita com o punho cerrado, e grita para todos o bordão do grupo)

_POR UM DIA SEM D.R.!
(todos se erguem das suas cadeiras e, emocionados, repetem)

_POR UM DIA SEM D.R.!!!
(antes de deixar o púlpito, Libanor ainda completa)

_Só por hoje!

sábado, 9 de janeiro de 2010

Esqueça a porra do filtro solar!!!


Esqueça a merda do filtro solar!
Você já não é grande coisa, se estiver branquela, aí fodeu, ninguém vai olhar pra você...

Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro seria esta: esqueça a merda do filtro solar, besunte seu corpo com óleo de cozinha, diminua o tamanho do teu biquíni, invista na marquinha, que assim minha filha, pode ser que você tenha alguma chance de pegar alguém. Os benefícios a longo prazo do uso de filtro solar estão provados e comprovados pela ciência. Mas me diz francamente: você já viu algum cientista pegar alguém? Já o resto de meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria experiência errante. Que pode até não ter metodologia científica, mas garanto que serão muito mais úteis do que a porra dum filtro solar!

Mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês...

Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude. Dá para descolar uma graninha legal das coroas necessitadas que existem por aí. Ou então, caso você seja feio(a) esquece, vá estudar, vire cientista e compre um filtro solar. Você nunca vai entender mesmo o poder e a beleza da juventude, você é feio, e sejamos honestos, já não é tão jovem assim! Mas pode crer, daqui a vinte anos, quando esse poder da juventude tiver se apagado, provavelmente você já vai ter um emprego estável, uma graninha legal, e se você estiver necessitado(a), é só ir atrás das menininhas, elas adoram um Tiozinho! Agora, se você perdeu o poder da beleza da juventude, não estudou para virar cientista e vender filtro solar, e não está estabilizado, com grana no banco suficiente para vez ou outra dar umas voltinhas com as menininhas, então meu amigo, siga meu conselho: se mate! Vai por mim, vai ser melhor assim.

Se você acha que está gordo, ou gorda, é por que muito provavelmente você está! Neste caso, esqueça aquela história do biquíni pequeninho. Mas esqueça o filtro solar também, existem outras alternativas para pegar uma cor sem agredir os olhares alheios: vá tomar sol na laje, por exemplo. Se não tiver uma laje por perto, vá estudar e vire cientista.

Não se preocupe com o futuro. Até lá a marquinha do seu biquíni já vai ter sumido, e provavelmente você já terá dinheiro. Caso não tenha, já sabe...
Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que "pré-ocupação" é tão eficaz quanto botar seu filhinho de oito anos na casa paroquial, achando que ao lado do padre ele vai estar seguro. As encrencas de verdade em sua vida tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada, mas que chegam para ficar em definitivo cravadas na sua testa, nessa tua cabeça burra que ainda cogita usar a porra do filtro solar. Esses problemas vão pegar no teu ponto fraco às quatro da tarde de uma terça-feira modorrenta, quando você voltar mais cedo do trabalho e não avisar a sua esposa que está indo pra casa.

Todo dia enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo de verdade. Você tem medo do câncer? Desafie-o, deixe o filtro solar em casa, por exemplo.

NÃO CANTE!
Se você soubesse cantar, você não estaria agora lendo um texto de auto-ajuda para tentar se sentir melhor, você estaria ganhando dinheiro cantando. Como você não está ganhando dinheiro cantando, e está lendo um texto de auto-ajuda para se sentir melhor, não esqueça: NÃO CANTE!

Não seja leviano com o coração dos outros, faça suas merdas e filhadaputisses sem deixar que eles descubram.
Não ature gente de coração leviano, mande-os virarem cientistas.

Use fio dental.
(mas lembre-se, eu não estou falando dos dentes)
Meias 7/8 também ajudam!

Às vezes, se está por cima; às vezes, por baixo. Se estiver de 4, não esqueça: puxe o cabelo com jeitinho e faça soar sua mão direita na nádega da pequena... A peleja é longa e, no fim, é só você contra você mesmo, a única auto-ajuda que funciona, 5x1 e deu pra bola. Não perca tempo com inveja, eu sei que você queria comer aquela mulher da capa de revista que só o artista come. Mas não o inveje, compre a revista e se divirta sozinho. Auto-ajuda! Não é disso que você gosta?

Não esqueça os elogios que receber, esqueça as ofensas. Se conseguir isso: vá se foder!
Guarde as antigas cartas de amor, só para de vez em quando relê-las, e pensar: pra quantos caras essa vagabunda já não deve ter dito isso tudo? Jogue fora os extratos bancários velhos, você pode ficar muito deprimido se perceber que já ganhou muito dinheiro na vida, e se der conta que ele não foi inteiramente gasto com mulheres, bebidas e sinuca.

Estique-se. Mas cuidado pra não derrubar nada que estiver por perto, lembre-se que você sempre foi meio descoordenado!

Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida. Só não vire cientista. As pessoas mais interessantes que conheço não sabiam aos 22 o que queriam fazer da vida (mas nenhuma delas virou cientista). Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda não sabem (mas eles têm dinheiro para passear com as menininhas! E, em hipótese alguma viraram cientistas!).

Tome bastante cachaça. Ela vai amenizar a dor dos teus joelhos quando já estiveres decrépito e com o pé na cova.

Talvez você case, ou talvez vire cientista. Talvez tenha filhos, ou talvez vire cientista. Talvez se divorcie aos 40, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante, ou talvez vire a porra de um cientista branquelo empalamado de filtro solar. Faça o que quiser fazer, e diga em alto e bom som: “EU SOU FODA!”, caso o que você fizer der merda, culpe o argentino mais próximo de você. Na falta de um argentino, use gaúchos. As suas escolhas têm sempre metade das chances de dar certo. Se deu merda, a culpa é do argentino. É assim para todo mundo.

Desfrute de seu corpo, use-o de toda maneira que puder mesmo, só não vai morrer na punheta, senão vai acabar virando cientista. Mas não esqueça de vez ou outra se olhar no espelho, você não é aquilo tudo que acredita ser, então cuidado com o que fores vestir quando sair na rua.

Não dance... Se você já não nasceu pra cantor, imagine pra dançarino.
Não leia as instruções, só cientistas fazem isso. Leia revistas de beleza. Elas só vão fazer você se achar feio. E você é!

Dedique-se a conhecer os seus pais. É impossível prever quando você vai precisar de dinheiro. Seja legal com os seus irmãos. Eles também podem ter dinheiro.
Entenda que amigos vão e vêm. Mas que tragam a cerveja quando vierem, e ajudem a lavar a louça, antes de irem. E que não fiquem muito tempo, a tua casa não é albergue! Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas e destinos de vida, exceto na distância que se coloca entre você e sua sogra. Se ela estiver morando em Florianópolis, pense com carinho na possibilidade de trabalhar na Macedônia.

More uma vez em Nova Iorque, mas vá embora antes de virar mendigo. More uma vez no Havaí, mas se mande antes de virar surfista. Viaje, mas não trague.

Respeite os mais velhos. Eles podem ter dinheiro e não saber para quem deixá-lo.

Não espere que ninguém segure a sua barra. Talvez você arrume uma boa aposentadoria privada, talvez case com um bom partido, mas não esqueça que um dos dois pode, de repente, acabar. Por isso, afogue o bom partido na privada e fique com a grana toda só pra você, antes que ele te troque por uma das menininhas com as quais volta e meia ele vai dar uma voltinha.

Não mexa demais nos cabelos, senão quando você chegar aos 40, vai ficar parecendo a Ana Maria Braga, e isso pode ser pior do que virar cientista.

Cuidado com os conselhos que comprar, e mais cuidado ainda com quem te dá muitos conselhos. Provavelmente esse cara é um puta dum fura-olho que só quer fazer com que tu chores as pitangas pra ele, e depois vai sair espalhando para todo mundo como tu és estúpido por sofrer por aquela piriguete que já deu para a turma inteira. Junta!

Mas não esqueça: jogue fora a porra do filtro solar!
Na marquinha de biquíni, acredite!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Reeditando: Ele x Ela - Nervos de Aço!


Ele: Não meu amor, não tem nada de errado entre nós, eu juro! Só estou cansado, só isso, não precisa ficar preocupada.

Ela: Eu não estou preocupada, eu estou carente, é diferente. Antes você era todo carinhoso, me levava para passear, se preocupava comigo, agora mal chega em casa e já quer ir direto para a cama dormir. Nem para me dar um carinho, namorar um pouco antes de deitar. Vira para o canto e dorme feito pedra!

Ele: Vem cá, você fica aí reclamando o tempo todo, mas acha que é fácil a minha vida? Eu ralo pra caramba, se você quer saber. Pra caramba!

Ela: Rala de idiota, de trouxa. Trabalha, trabalha, trabalha, e tudo de graça! Quem tem que sustentar essa casa sou eu. Você fica só pousando de bom moço para as fotos.

Ele: Epa, peralá! Pousando para foto??? Ta pensando o quê, minha filha, tenho que me preocupar em cuidar da segurança do mundo e, como se isso já não fosse problema suficiente, ainda tenho que fazer turno dobrado para botar dinheiro dentro de casa!

Ela: Ah, mas era só o que me faltava... Vem pra cá me dizer que você é que bota dinheiro dentro de casa???? O que você ganha, mal dá para pagar essas suas roupinhas especiais, a nossa sorte é que eu sou editora chefe, senão estaríamos em maus lençóis.

Ele: Ô minha filha, você ta pensando que é o quê, hein? Tens idéias de quantas mulheres gostariam de estar no seu lugar???

Ela: No meu lugar? Vamos ver, quantas mulheres no mundo estariam dispostas a trabalhar para sustentar a casa, ser responsável por limpar essa mesma casa, passar horas sozinha, enquanto seu amado maridinho resolve ir dar uma voltinha para resgatar poodles do alto de árvores. Nossa, que pergunta difícil...

Ele: Escute aqui, minha querida, você sabia que ia ser assim quando aceitou casar comigo, portanto não me venha pra cá com esse discursinho de mulher infeliz, e trate logo de ir fazer o jantar que eu estou com fome!

Ela: Como é que é???

Ele: Isso mesmo que você ouviu! Vai preparar minha comida que eu estou com fome, e rápido!

Ela: Você acha que está falando com quem? Eu não sou sua empregada não, meu querido. Tá com fome? Pois bem, tá vendo aquela porta aberta, ali atrás de você? Então, é a porta que dá acesso a cozinha, vai lá e se vira. E não adianta me olhar de cara feia, que super-poder nenhum é páreo para o meu rolo de macarrão.

Ele: Quer saber de uma coisa? Eu vou é jantar na casa da mamãe!

Ela: Vai lá, vai. Corre para o colinho da mamãe. Quer bancar o machão pra cima de mim, mas no primeiro probleminha já quer sair correndo para o colinho da mamãe. Aquela velha te mimou demais!

Ele: Escute aqui, não fale desse jeito da minha mamãe, você não tem o direito de falar dela assim!

Ela: Ô bebê chorão, quer fazer o favor de parar de choramingar e deixar eu ver a minha novela sossegada?! Se você não tem disposição física para namorar, então que não tenha para ficar chorando no meu ouvido também. Dá licença que eu quero ver minha novela.

Ele: Então ta bom, fica aí com a sua novela que eu vou embora! Passar bem.

Ela: Fecha a porta quando sair.

Ele: BLUM.

Ela: Ô seu ET de merda, quer fazer o favor de voltar aqui e colocar essa porta no lugar? Se ficou brabinho, não adianta descontar na minha casa. Volta e conserta essa cagada.

Ele: Do que foi que você me chamou?

Ela: E-T-D-E-M-E-R-D-A: ET de merda, por que?

Ele: Isso dá cadeia, sabia? Isso é preconceito.

Ela: Então vai lá e me denuncia. Vai ficar lindo pra tua cara, chegar na frente do delegado, com esse tamanhão todo, enfiado nessa roupa justinha e falar para o delegado: “ela me chamou de ET de merda, doutor” vai lá, vai. Mas vai logo que a novela já começou.

Ele: CHEGA, LOIS! Eu não sou palhaço para ser tratado dessa maneira!

Ela: Mas com essa roupinha, poderia trabalhar num circo sem problema algum!

Ele: Antes você achava minha roupa sexy.

Ela: Antes eu ouvia Beto Barbosa, antes eu usava vestido com manga fofa, antes eu achava charmoso esse seu “pega rapaz” no cabelo empalamado de brilhantina. As pessoas evoluem meu querido, você não sabia não? Pelo menos aqui no meu planeta, as pessoas evoluem.

Ele: Adeus Lois, eu vou embora.

Ela: Ainda não foi? Se diz mais rápido do que a velocidade da luz e continua aí plantado...

Ele: Quer saber? Criptonita, Lex Luthor, catástrofes da natureza, vulcões, terremoto, maremoto, incêndio, assalto a banco, isso tudo dá para levar numa boa. Mas TPM, puta que o pariu, TPM nem com saco de aço!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Judas não fez por mal, não mesmo...


_Nome?

_João.

_João do quê?

_João de Betsaida, irmão de Tiago, sou o mais novo do nosso grupo. Se bem que depois disso tudo, nem grupo tem mais...

_Tu andavas com aquela gangue desde quando?

_A gente não era uma gangue...



PAAAAFFFF (som de tapa na cara)



_TU TÁ DE PALHAÇADA COMIGO GURI? TU TÁ DE PALHAÇADA? TU ACHA QUE EU TENHO CARA DE OTÁRIO? ACHA? NÃO ERAM UMA GANGUE É O CARALHO! O CARALHO, OUVIU BEM?! ERA UMA GANGUE SIM, UM BANDO DE MARGINAIS QUE FICAVAM TUMULTUANDO TUDO POR AÍ, OU TU ACHA QUE EU NÃO SEI DO QUEBRA-QUEBRA QUE VOCÊS FIZERAM LÁ NO TEMPLO? EU TÔ SABENDO DE TUDO MOLEQUE, DE TUDO! ENTÃO É BEM MELHOR PRA TI QUE COMECES A CONTAR TUDO DIREITINHO, SE NÃO TE ARREBENTO, TÁ OUVINDO BEM? EU TE ARREBENTO! TE PARTO NO MEIO!

_Calma doutor, calma. Não precisa ficar nervoso não, eu conto tudo, não precisa bater em mim não, doutor, eu conto tudo!

_Então vai, desembucha. O que aconteceu com o cara lá enforcado, quem era ele?

_Pô, aquele era parceiraço, mas era cabeça fraca, tinha muito problema com tóxico, sabe como é, o cara se perde quando cai no tóxico.

_Mas não foi ele que dedurou tudo? Como tu diz então que ele era “parceiraço” se ele foi lá e caguetou o bundalelê que tava rolando?

_Pô, sei que ele fez, mas não foi por mal, tanto que o cara tá lá, pendurado naquela árvore pelo pescoço... O que rolou foi o seguinte. O Magrão ia sair para uma missão, disse que tinha umas informações privilegiadas e tal, falou que o pai dele tinha dado a letra que ele ia ter que se mandar, mas voltaria depois de três dias, uma lance assim.

_ Humm?!

_Aí ele resolveu curtir uma balada de despedida, chamou toda a galera, juntou a cabeçada toda no Santa Ceia, aquele barzinho ali na Palhoça, perto do Jardim Eldorado,rango e comida rolando solta, muito pão, peixe, vinho, sertanejo universitário ao vivo e outras paradas sinistras! Tinha um cara ali da turma que conseguia de tudo, o cara meio que vendia umas paradas para tirar uns por fora. Eu não vou dizer quem foi por que não sou caguete, eu vou dizer pro senhor tudo o que aconteceu, mas não vou dizer nome não, por que aí o cara me apaga lá fora. Mas o que rolou é que um dos camaradas apareceu com doce e deu um para o Judas. O cara era gente boa, mas muito cabeça fraca, meio emo, vivia com mania de depressão, tomou o doce e começou a viajar. Eu falei pra ele: “cara, vai lá fora tomar um ar, dá uma respirada, tu não tá legal mermão...” Só que o cara tava muito louco, aquele vinho que não parava de se multiplicar, o doce, o cara tava piradão mesmo! Só que deu bobeira, ele tava lá na rua quando os meganha apareceram, mas ele não se ligou que eram meganha por que tavam tudo a paisana, perguntaram pra ele onde ele tinha conseguido as paradas que ele tava usando e tal, aí ele na inocência, achando que os caras só queriam comprar um pouco pra curtir também, foi lá e disse onde tava rolando a bagaça. Pô, aí a treta ficou cabulosa, os caras entraram chutando a porta e gritando: “MÃO NA CABEÇA, TODO MUNDO COM A MÃO NA CABEÇA, POLÍCIA FEDERAL, TÁ TODO MUNDO EM CANA, FICA TODO MUNDO QUIETINHO, PARADINHO SE NÃO LEVA CHUMBO, VAMO LÁ, TODO MUNDO COM A MÃO NA PAREDE, MÃO NA PAREDE, PORRA!” Cara, bem nessa hora as paradas tavam tudo na mão do Magrão. Porra, o cara se deu malzaço, mal pacarái mesmo. Ele não era o dono de nada, mas quando os homi chegaro tava tudo na mão dele, deu pena, porra, deu muita pena. E o sacana que tava com as paradas negou tudo. Disse que não era nada dele. Os caras perguntaram três vezes, três vezes ele negou. Aí um galo cantou, ele disse que tinha que vazar e os caras acreditaram nele, na cara de inocente que ele sabia fazer melhor do que ninguém, e deixaram o cara vazar.

_Tá, muito tristinha essa tua história, mas eu quero saber é do cara que apareceu lá enforcado, o que houve com ele?

_Então doutor, quando ele viu a treta toda que deu, o Magrão saindo algemado, entrando no camburão, o outro lá saindo de fininho, com uma risadinha sacana no rosto, pô, o cara com o doce na mente, não deu outra, maior Bad Trip.

Não é nem que ele fosse suicida, é que bateu a maior Bad Trip!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

FELIZ ANO NOVO!!!


Feliz ano novo!
Pois bem, eis que hoje já é ano que vem!
(a rima não foi proposital, mas nem por isso deixa de ser escrota, eu sei.)

Há pelo menos uns dez anos, eu me habituei a fazer uma listinha de objetivos para o ano que se inicia. Há uma semana eu encontrei várias destas listinhas, e percebi que não realizei praticamente nada daquilo que intentava.
Passadas algumas turbulências da minha vida, somadas as turbulências às listinhas, tomei uma decisão muito importante: não mentir mais!

O que em princípio parece fácil, com o passar dos dias percebe-se que não é tão simples assim, é complicado falar a verdade o tempo todo. Por exemplo, esses dias uma menina me mostrou uma foto dela tirada há um tempinho atrás, e educadamente eu disse: “nossa, como estás bonita nessa foto!” Ao que ela prontamente emendou: “por que, tá dizendo que eu sou feia?” (maniazinha desgraçada, essa que as mulheres têm. Se tu elogias a foto, ela acha que estás falando mal dela ao vivo. Só que tu não tá falando dela, tá falando da foto, mas não adianta, é difícil de explicar isso para as mulheres.) Como estou na fase de dizer somente verdades, fui obrigado a dizer: “sim, isso mesmo. Tu és meio feinha, mas estás bonita nesta foto. Não em todas as fotos, mas nesta sim.” Evidentemente que ela não gostou e não fala mais comigo. Mas pelo menos não vai poder dizer por aí que sou mentiroso.

Mas voltemos às listas de fim de ano.
Como meu objetivo é ser verdadeiro, listei apenas coisas que eu sou capaz de cumprir, e agora compartilho esta lista com vocês:

1 – Prometo que vou engordar dois quilos.

Não adianta me enganar, eu não vou entrar na academia. E não adianta me enganar, eu não vou comer menos. E não adianta me enganar, já estou na casa dos trinta, mesmo que eu coma metade do que eu comia quando tinha vinte, ainda assim vou engordar o dobro do que engordaria naquela época. Aliás, eu não engordava naquela época. Ai que saudade...

2 – Prometo que não vou me matricular nas matérias de terça e sexta feira.

Deste modo, não vou mais rodar por frequência em função de ter ido ao Scarpelli ver o Figueira jogar a fantástica Série B do campeonato brasileiro. Champions League não é nada perto da segundona! Real Madri x Milan tu podes ver todo dia, agora, não é sempre que acontece um: Figueirense x Asa de Arapiraca!

3 – Prometo que vou beber melhor.

Não, não adianta os apelos da minha mãe, eu não vou beber menos. Que ela se dê por satisfeita caso eu mantenha o que bebi em 2009. Mas pretendo beber melhor. Vou me esforçar para comprar vinhos cada vez melhores, caso meu orçamento não permita, cortarei os supérfluos, como o feijão e o leite, por exemplo.

4 – Não vou lavar minha moto semanalmente.

Quem é que anda nela? Então, problema meu. Deixa que na revisão mensal que eu faço na boa e velha Gertrudes, já está inclusa uma lavação! Uma por mês tá mais do que bom.

5 – Não vou fingir que gosto de algo, só para ser educado.

O infeliz que nasceu ali na Costeira do Pirajubaé, a viagem mais longa que o safado fez na vida foi até Águas Mornas, e aparecer na minha frente com uma bota de couro, medalhinha da Nossa Senhora Aparecida, imitando sotaque goiano e ouvindo no seu Gol rebaixado o último disco do “João Neto e Frederico”, vai ser mandado à merda sem dó nem piedade. Pode não adiantar porra nenhuma, mas tenho certeza que o desabafo vai me fazer muito bem! Ele pode ficar chateado? Foda-se ele! Foda-se ele e todas as duplas de “Sertanejo Universitário” do universo. Fodam-se todos batendo na palminha da mão, dançando na sola da bota, beijando a medalhinha da Santa protetora pregada no chapéu! Se foooooooooooooodaaaaaa peããããããoooooo!!!!!!

6 – Sacanearei com tantos argentinos quantos me for possível sacanear.

Se estiver no centro, e algum boludo me perguntar que ônibus tem que pegar para ir à Canasvieiras, vou colocá-lo dentro do ônibus que vai para Santo Amaro da Imperatriz. Sei que isso conflita com meu intuito de falar a verdade. Mas essa regra não vale para argentinos, apenas para seres-humanos.

7 – Não vou dar moral pra gaúcho folgado!

Para todo e qualquer gaúcho, seja ele colorado ou gremista, que vier tirar sarro me perguntando: “Bah, guri, mas me diz aí, o que o teu Figueira já ganhou na vida?”. Eu responderei de pronto: “Ganhou o coração da senhora sua mãe, ou tu achas que terias nascido se teu pai fosse gaúcho?”

8 – Prometo que vou parar de tirar o telefone da tomada para não ter que recusar convites de quase amigos para ir numa baladinha esperta. Vou cancelar minha linha telefônica!

9 – Prometo que irei à mais almoços familiares nos finais de semana.

Afinal de contas, nesses almoços sempre sobra comida pra cacete, posso trazer uma boa marmitinha para minha casa, assim gastarei menos com comida, e com o dinheiro que sobrar poderei cumprir melhor meu objetivo de número 3.

10 – Prometo que em 2011 eu tento uma listinha melhor, mas até lá vai esta daqui mesmo. Pode até não ser grande coisa, mas pelo menos essa eu sei que posso realizar!

Feliz ano novo!