quarta-feira, 31 de março de 2010

Hummmm, abóbora...


Era tarde da noite, o caminhoneiro guiava pensando em mulher. Ao avistar uma plantação de abóboras, ele pensa :

- Uma abóbora... hmmmmm... é.... macia, úmida por dentro...Hummmmmmmm....

Ninguém por perto, ele pára o caminhão, escolhe a abóbora mais redondinha, mais 'gostosinha'... dá-lhe um talho no tamanho apropriado e, morto de tesão, inicia o "serviço".
Na empolgação, nem percebe a chegada de uma viatura da polícia...

- Desculpe-me, senhor ! - interrompe, perplexo, o patrulheiro - mas
acaso o senhor está... transando com uma abóbora ???

O caminhoneiro, assustado:

- Abóbora ? meu deus do céu!!! Já é meia-noite...??? Cinderela..... ! CINDERELAAAAAAA !! CADÊ VOCÊ, MEU AMOR???

terça-feira, 30 de março de 2010

NOTA DE REPÚDIO AVAIANA


Excelentíssimo senhor presidente da república Luís Inácio Lula da Silva.

Certos que estamos de que nas esferas dos órgãos regulamentadores do futebol no Brasil, somos vítimas da mais ardil perseguição, não nos resta outra medida que recorrer à autoridade máxima do nosso país, na intenção de intervir e nos oferecer um pouco de justiça.

A perseguição que cito, não é de hoje que acontece. Já faz alguns jogos que somos vítimas de conluios escusos.

No último dia 17 de março, em jogo válido pela Copa do Brasil, o time do Coritiba esteve no estádio que gentilmente ganhamos de presente do governo do estado, lá na década de 80, e partiu para cima da nossa agremiação, nos pressionando e acuando no nosso campo de defesa do início ao fim do jogo. Será que esse povo paranaense não tem a mínima noção de etiqueta e boas maneiras? Chega na casa dos outros e já quer mandar. Ficamos realmente magoados, chateados de verdade, com aquele nó na garganta, mas seguramos o choro, pois somos valentes. E o nosso artilheiro do Brasil, que gagueja até para fazer gol (só depois da dé-dé-dé-décima tentativa conseguiu acertar), empatou o jogo.

No último domingo, dia 28 de março, em jogo válido pelo campeonato catarinense, o time da cidade de Joinville nos recebeu na sua bela Arena, e mais uma vez um time de futebol mostrou que não tem a menor noção de etiqueta e boas maneiras. Ao invés de tratar bem a visita, oferecer alguma comodidade, eles vieram pra cima com tudo, fizeram um monte de gols. Mas afirmamos, senhor presidente, a culpa é do gramado! Nós queríamos ter jogado bem, de verdade, queríamos mesmo, mas o gramado tinha muita lama, deu nojinho, e voltar para o sul de Floripa com as nossas chuteiras sujas de lama, vamos combinar, ninguém merece!

Mas queremos registrar mais uma vez a nossa indignação, e dizer que estamos REVOLTADÉRRIMOS com o clássico contra o Figueirense Futebol Clube do último dia 24 de março.
Lulinha, foi um A-B-S-U-R-D-O, o que aconteceu, a torcida inteira está C-H-O-C-A-D-É-R-R-I-M-A. Vários foram os lances que favoreceram o time mais vezes campeão do estado, mas citarei apenas alguns, tenho certeza que o senhor, querido presidente, há de concordar conosco:

· Como é de conhecimento público e notório, o time do outro lado da ponte é denominado como o time do povo, eles cresceram jogando bola descalços, com bolas de pouca ou nenhuma qualidade. Já nós, graciosos avaianos, só jogamos com calçados de boa qualidade, para proteger nossos belos pés. Onde eu quero chegar com isso? A BOLA ESTAVA MUITO DURA!!!! Um verdadeiro acinte! Eles estão acostumados a jogar de qualquer jeito, já os nossos jogadores, tinham muita dificuldade para chutar a bola, pois ela estava dura, seca, cheia demais, ardia os pés dos nossos bravos guerreiros de azul;

· Eles afirmam que o Rodrigo Thiesen fez pênalti no Roberto Firmino no primeiro tempo. MAS NÃO É NADA DISSO! A cena que as câmeras mostram claramente, do nosso belo jogador puxando a camisa daquele jogador das classes menos favorecidas, não tratava-se de uma falta. Ele apenas queria testar a qualidade do tecido, pois nos dias de folga ele faz aulas de artesanato em biscuit e corte e costura, e achou bárbaro, aquele tecido utilizado na camisa do Figueirense!

· Como já falei, eles são o time dos pobr... Digo, povo, e estão acostumados a jogar em qualquer horário, na chuva, no sol, de dia, de noite, nós não. A nossa mãe nunca deixou a gente jogar tarde da noite na rua, e mais ainda na chuva!!! UM VERDADEIRO ABSURDO!!! Isso só pode ser coisa do Delfim, marcar jogo para as 21:50, com certeza a intenção dele era boicotar os nossos bravos atletas de azul. Muitos dos nossos atletas estavam preocupados, pois sabiam que chegariam em casa e ganhariam uma bela bronca dos seus pais por estarem até aquela hora na rua. Nem a sagrada instituição da família eles respeitam mais!

· A torcida deles é muito chata e boba, também não têm a menor noção de etiqueta e boas maneiras. Não é por que foram convidados, que necessariamente eles tenham que comparecer. Mas não, tinham que ir e ocupar toda uma parte da casa que o governo nos deu de presente. E não bastasse isso, ainda no ápice da falta de educação ficaram gritando, falando alto, nós na nossa refinada elegância falando baixinho, torcendo sentadinhos e encolhidos para nos proteger do frio e da chuva, e eles lá como um bando de trogloditas, gritando e pulando, fazendo aquela barulheira toda, UM H-O-R-R-O-R!!!

· Nós até íamos elogiar o juiz, pois ele estava super na moda com uma camisa amarelo fluorescente, e amarelo a gente A-D-O-R-A! Mas não bastasse o Delfim ter marcado o jogo para 21:50, o juiz ainda ficou adiando o final da partida, já pensou o que as mães dos nossos atletas não disseram quando eles chegaram em casa?

· O juiz alegou o adiamento da partida por causa de um foguete que um torcedor da nossa agremiação supostamente teria atirado em campo. Quero deixar claro que ninguém arremessou nada, o nosso torcedor estava segurando o sinalizador quando um amigo dele chegou por trás e fez “BÚÚ!”. Ele levou um sustinho e deixou o sinalizador cair, só isso. Foi um sustinho;

· O nosso zagueiro que caiu no campo e começou a rolar, também ouviu o “BÚÚ!”. Não foi cera, foi sustinho. Só isso.

· Como eu já falei, a torcida deles é composta por um bando de trogloditas, e se o senhor prestar atenção no vídeo, perceberá claramente que de tanto que eles pularam nas arquibancadas do nosso belo estádio de tijolinho a vista, as balizas acabaram se movendo, se deslocando. O chute que culminou no gol de empate certamente não entraria, não fosse esse deslocamento causado pelos trogloditas de preto e branco.

Acredito que os fatos supracitados já são argumentos suficientes para comprovar para vossa excelência o quão prejudicados estamos sendo, o quão perseguidos pelas forças que administram o futebol de Santa Catarina e do Brasil, nós somos. Conto com o senhor e com o seu carisma para interceder a nosso favor.
Peço desculpas pelas eventuais letras borradas nesta carta, pois ao escrevê-la não consegui conter minhas sinceras lágrimas indignadas.

Sem mais para o momento, despeço-me cheio de uma revoltinha amargurada!

Com carinho,

O Leãozinho.

segunda-feira, 29 de março de 2010

As Cores de Mausé


Como bom Manezinho que sou, amo as coisas e gentes daqui. E hoje a noite, às 19:00, para ser mais preciso, um grande Manezinho irá expor seu magnífico trabalho no Espaço Cultural BRDE.

Mausé é um artísta plástico genial, que combina suas cores vivas e alegres para contar o cotidiano ilhéu, expressa nas telas coisas que muitas vezes nos faltam verbos para contar.


Apesar de avaiano, e como tal chora que só ele acreditando que existe um complô intergaláctico que conspira contra o pequeno time do sul da ilha, Mausé é um cara gente-finíssima e super tranquilo. Tive o privilégio de tomar uma cerveja e comer um churrasco na casa dele, junto com um bando de maus elementos, conhecer o seu ateliê e, mais do que isso, depois de perturbar a mente do meu querido amigo Daca (filho de Mausé), ainda ganhei uma belíssima gravura de presente. Mas você também pode ter o privilégio de conhecer a obra deste grande cara, basta ir hoje, dia 29 de março de 2010, no Espaço Cultural BRDE e apreciar a bela obra deste artista de talento ímpar, e ainda filar o coquetel que vai rolar!

Não é sempre que nossa cidade nos oferece uma oportunidade como essa, aproveite!

Tenha Santa Paciência!


TRRRIIIIMMMMM... TRRRIIIIMMMMM... TRRRIIIIMMMMM...


_ Alô?

_Boa tarde, por gentileza, eu poderia estar falando com o senhor Salvador?

_Quem gostaria?

_Correto senhor. Aqui quem está falando é a Kátia Rafaela, eu sou representante da Multicard, a sua melhor opção em cartões de crédito e seguros pessoais. Eu gostaria de estar falando com o senhor Salvador, pois ele está sendo contemplado com um dos nossos melhores cartões, que estará oferecendo as nossas melhores vantagens somente para clientes especiais e pré-selecionados, como o senhor Salvador. Com o nosso cartão...

_Tá bom, tá bom, eu já entendi. Só um minutinho que eu vou transferir para ele.

Tananananã – tã-tã –tã-tã, tananananã – tã-tã –tã-tã (Danúbio Azul)

_Sim?

_Senhor?

_Fala Gabriel, o que tá pegando?

_Tem uma moça na linha que quer falar com o Senhor.

_Que moça, tem hora marcada?

_Não Senhor, ela não tem hora marcada. O nome dela é Kátia Rafaela, quer falar sobre uma promoção que o Senhor foi sorteado, ou algo do gênero.

_Porra Gabriel, você sabe que eu detesto ser interrompido quando estou jogando buraco. Pede para ela ligar mais tarde que agora eu estou ocupado.

_Sim Senhor.



_Alô, senhora Kátia Rafaela?

_Correto senhor. É o senhor Salvador que está falando?

_Não, não, aqui é o Gabriel, eu trabalho para Ele. Negócio é o seguinte, Ele agora está meio ocupado, você pode ligar mais tarde?

_Senhor Gabriel, eu compreendo que o senhor Salvador esteja ocupado no momento, entretanto, o motivo do meu contato é para estar disponibilizando um excelente cartão, que ele só poderá estar adquirindo através desta ligação, pois somente através deste contato, que ele vai poder estar usufruindo de todas as nossas facilidades, por um preço super especial que nós vamos estar fazendo para ele estar aproveitando, correto?

_Peraí Kátia, vou tentar falar com ele de novo.

Tananananã – tã-tã –tã-tã, tananananã – tã-tã –tã-tã (Danúbio Azul, de novo.)

_Que é?

_Quem está falando?

_Com quem você quer falar?

_Com O Senhor.

_Ai meu cacete, Gabriel, qual é o teu problema? Você sabe que só eu atendo esta linha, o que foi agora, rapaz?

_É... Bem Senhor, desculpe incomodá-lo, mas a Kátia Rafaela...
_Quem?

_A Kátia Rafaela, a moça da promoção, ela insiste falar com o Senhor, diz que o senhor só poderá aproveitar nesta ligação, e que...

_Ô Gabriel, dá um perdido nessa moça e não me enche mais o saco. Eu tô jogando, porra. Você sabe que o meu parceiro aqui é malandro, se eu bobear ele me dá um lençol. Dá um jeito nessazinha aí.

_Sim Senhor.



_Alô, Kátia?

_Correto senhor. É o senhor Salvador que está falando?

_Não, não. Sou eu de novo, o Gabriel. É que Ele falou que está realmente ocupado e não vai poder te atender agora.

_Correto senhor Gabriel, entretanto, é necessário salientar que a Multicard, a sua melhor opção em cartões de créditos e seguros pessoais, está entrando em contato para estar disponibilizando um excelente cartão, que ele só poderá estar adquirindo nessa ligação. É a última chance dele. E você não vai estar querendo que ele esteja perdendo uma boa oportunidade de negócios, e acabe ficando revoltado com o senhor, correto senhor Gabriel?

_Ele brabo comigo??? Não, não. Nem pensar, quando O Homem se irrita, sai de baixo.

_Correto senhor Gabriel. Por esse motivo que eu gostaria de estar falando com o senhor Salvador, para estar oferecendo o nosso novo cartão de crédito da Multicard, a sua melhor opção em cartões de crédito e seguros pessoais, o único cartão com o qual ele vai poder estar aproveitando...

_Eu já entendi Kátia Rafaela, eu já entendi. Peraí, vou tentar de novo.


Tananananã – tã-tã –tã-tã, tananananã – tã-tã –tã-tã (Danúbio Azul, mais uma vez!)


_QUE FOI GABRIEL???

_Senhor?

_Não Gabriel, é a Rita Cadillac.

_Ah, desculpe senhora Rita, foi engano.

_É CLARO QUE SOU EU GABRIEL, O QUE VOCÊ QUER, INFELIZ????

_Desculpe interrompê-lo mais uma vez, Senhor, mas a moça insiste em falar com o Senhor, diz que é a Sua última chance.

_P-u-t-a-q-u-e-o-p-a-r-i-u Gabriel, tá bom, tá bom. Faz o seguinte, passa essa maluca pra cá que eu dou um fim nela, e você vai lá na venda comprar mais cigarro que o meu acabou.

_Vai querer que eu compre o cigarrinho do Capeta também?

_Peraí que eu vou perguntar pra ele. Ô, você quer que o Gabriel compre mais do teu cigarro?

_Onde ele vai?

_No bar do Gasolina, ali na esquina.

_Então só pede para ele trazer uns daqueles guardanapos bem fininhos que tem do lado do pote de ovo cozido. O fumo eu tenho, só preciso do papelzinho.

_Não precisa comprar o fumo não, traz só uns guardanapos pra ele, e dois maços de Derby vermelho pra mim.

_Sim Senhor, vou passar a Kátia Rafaela para o senhor, só um minuto.

_Ué, você não falou que ia parar de fumar?

_Pois é rapaz, eu tô tentando, mas tá foda... Ei, ei,ei que carta é essa aí embaixo da manga. Qualé rapaz, tá pensando que eu sou otário só porque sou bonzinho? Abre teu olho mané, não esqueça que eu sou onisciente.Quer mais cerveja?


Tananananã – tã-tã –tã-tã, tananananã – tã-tã –tã-tã (Danúbio Azul)


_Alô?

_Boa tarde, eu gostaria de estar falando com o senhor Salvador.

_Aqui é o Pai dele, mas pode falar.

_Correto senhor, entretanto, o motivo do meu contato é para estar falando exclusivamente com o senhor Salvador, correto senhor?

_Eu sei minha filha, mas pode falar comigo que dá na mesma.

_Compreendo senhor, entretanto, a nossa empresa determina que nós estejamos falando exclusivamente com os clientes que constam no nosso cadastro, por isso eu peço para estar falando com o senhor Salvador, correto senhor?

_Vem cá, minha filha, você não lê a Bíblia não? Se você quiser falar com ele, comigo ou com o Espírito Santo, dá na mesma, somos tudo farinha do mesmo saco, entendeu? A tal da santíssima trindade, sacou? Ô vagabundo, pode colocar essa carta de volta que eu tô de olho, já falei que eu tô de olho!

_Correto senhor. O meu nome é Kátia Rafaela, eu sou representante da Multicard, a sua melhor opção em cartões de crédito e seguros pessoais, e o motivo do meu contato é estar lhe informando que o senhor foi contemplado e vai poder estar adquirindo um dos nossos melhores cartões de crédito, que estará sendo oferecido em condições super especiais, somente para clientes pré-selecionados e exclusivos como o senhor, correto senhor?

_Ãh?

_Correto senhor. Com o nosso cartão de crédito Multicard Special Shopp Money, o senhor vai estar podendo estar aproveitando inúmeras vantagens, e vai estar aumentando o seu poder de compras com um limite que é até o dobro do oferecido pela concorrência.

_Ô minha filha, desculpa te decepcionar, mas eu não preciso disso não. O que eu quero eu vou lá e fabrico, não preciso de cartão de crédito não, tá bom querida?!
_Correto senhor, mas para clientes empreendedores como o senhor, que gostam de estar fazendo aquilo tudo que vai estar consumindo, o nosso cartão vai estar facilitando ainda mais a sua vida, pois o senhor vai poder estar contando com o nosso atendimento exclusivo para clientes especiais, que vai estar oferecendo ao senhor consultorias totalmente gratuitas, para que o senhor possa estar ampliando o seu negócio.

_Você não está entendendo, minha querida. Eu não sou um empreendedor, eu sou, como posso te explicar... Eu sou o que É, entendeu?

_Correto senhor, e para clientes especiais como o senhor, que são assim tão importantes, o senhor vai poder estar contando com os nossos seguros pessoais contra perdas, roubos e danos físicos e materiais, para que o senhor esteja se sentindo muito mais seguro, mesmo nos momentos de dificuldade. A Multicard, a sua melhor opção em cartões de crédito e seguros pessoais, está sempre pensando em estar oferecendo o que há de melhor para os seus clientes.

_Putz, hoje tá difícil, viu?! Ô dona Kátia, eu não preciso de segurança, eu estou em todos os lugares o tempo todo, a galera gosta de mim, reza pra mim, liga pra mim, só às vezes que liga pra ele.

_Correto senhor, e é exatamente para clientes como o senhor, que gostam de estar viajando bastante e estão sempre em todos os lugares, que a Multicard, a sua melhor opção em cartões de créditos e seguros pessoais, desenvolve seus produtos. Pois com o nosso cartão Multicard Special Shopp Money, o senhor vai poder estar realizando compras no mundo inteiro, pois o nosso cartão Multicard Special Shopp Money vai estar sendo aceito em mais de 1.000.000 de estabelecimentos em todo o mundo.

_Ô menina, faz o seguinte, finge que eu morri. Aliás, finge não, pode falar aí para o teu chefe que o cliente Salvador morreu de verdade! Uma morte trágica, inclusive, na cruz, com uma lança atravessada, tomando vinagre, aquela coisa toda, pode falar sem medo que eu garanto!

_Perfeito senhor, inclusive, o Multicard Special Shopp Money, da Multicard, a sua melhor opção em cartões de crédito e seguros pessoais, vai estar disponibilizando para o senhor juntamente ao seu Multicard Special Shopp Money, um excelente serviço de auxílio funeral, para estar garantindo à toda a sua família um pouco de alento e apoio nesse momento tão difícil, que é a perda de um ente querido. O senhor não vai estar permitindo que os seus filhos, familiares e amigos estejam, além de sofrendo pela sua perda, tendo que estar se preocupando com questões burocráticas como cemitério, sepultura, caixões, coroas de flores e afins. A nossa equipe vai estar cuidando de tudo para o senhor. Basta que o senhor esteja escolhendo o modelo do seu caixão, tipo de velório que prefere, e nós vamos estar cuidando de tudo para o senhor, para que o senhor possa estar descansando verdadeiramente em paz, correto senhor?

_Só um pouquinho minha filha – vem cá, foi você que inventou o gerúndio, não foi?

_Eu???? Tás é louco, rapaz! Não esqueça que eles são a SUA imagem e semelhança, e não a minha.

_Senhor Salvador?

_Oi Kátia, o que eu preciso te dizer para desligar esse telefone?

_Correto senhor, basta que o senhor esteja adquirindo o nosso novo Multicard Special Shopp Money, estar preenchendo o nosso cadastro para que eu possa estar enviando para sua residência em no máximo 15 dias úteis o melhor produto da Multicard, a sua melhor opção em cartões de cré...

_CHEGA KÁTIA RAFAELA, EU ESTOU ME SEGURANDO PARA NÃO MANDAR VOCÊ PARA O QUINTO DOS INFERNOS!!!!

_Epa, epa, epa, pra lá não. Você cria esses serezinhos e eu que vou ter que agüentá-los por toda eternidade?

_Tudo bem, tudo bem. Então faz assim, vê ali naquele livro de capa marrom, o grandão, abre na página 42 e me lembra quais são os comandos para o dilúvio, por favor. Acho que isso deve resolver o meu problema.

_Calma, calma. Não é pra tanto. Passa o telefone pra cá que eu resolvo.

_Como assim?

_Anda porra, eu quero terminar esse jogo de uma vez, que tenho umas possessões para fazer. Passa esse telefone pra cá e não enrola.

_Alô, senhor Salvador?

_Não, é o Diab... Sim, sim, é o senhor Salvador. Escuta, você quer me vender um cartão de crédito, certo?

_Correto senhor, o motivo do meu contato é para estar disponibilizando o nosso novo Multicard Special Shopp Money, o mais moderno cartão da Multicard, a sua melhor opção...

_Tá bom, tá bom. Eu já entendi. Seguinte, eu vou querer.

_Perfeito senhor, basta que o senhor me dê o seu CPF e o seu RG.

_Tudo bem, anota aí: 000.000.000-01 é o CPF 1/R 01 é o RG.

_Peraí maluco, tá pensando o quê? Eu não quero um cartão de crédito!

_Fica frio meu amigo, fica frio que eu sei o que estou fazendo.

_Correto senhor, o senhor vai estar pagando apenas três parcelas de R$69,90 pela sua anuidade, mais oito parcelas de R$9,90 pelo seu auxílio funeral, mais uma parcela única mensal durante 24 meses de R$2,90 pelo seu seguro de proteção pessoal.

_Que maravilha! Posso botar adicionais também?

_Perfeito senhor, o senhor vai poder estar colocando mais duas pessoas como adicionais do seu cartão, com um desconto de 50% no valor da anuidade e dos serviços destes cartões.

_Beleza! Pode fazer então um para o Pai, eu no caso, um para o Filho e um para o Espírito Santo.

_Perfeito senhor. O seu cadastro foi concluído com sucesso peço para que o senhor esteja aguardando na linha mais um minuto, pois eu vou estar transferindo a sua ligação para o controle de qualidade.

_Tá ótimo, minha querida!

_O senhor tem alguma dúvida que eu possa estar esclarecendo?

_Não, não, tá tudo certo. Ah, só uma coisinha, eu estou no SPC e no Serasa, não tem problema?

_É... Bem... No SPC?

_Exatamente, estou com o nome sujo, mas isso não vai atrapalhar em nada, né?

_Bem, senhor Salvador, neste caso, senhor, o senhor não vai poder estar adquirindo o seu cartão nesta oportunidade. Mas o senhor continua sendo um cliente preferencial para a nossa empresa, e num momento futuro, quando o senhor resolver esta sua pendência de restrição cadastral, basta estar entrando em contato conosco para estar adquirindo o nosso Multicard Special Shopp Money. A Multicard agradece a sua atenção e tenha uma boa tarde.

_Ah, que pena. Boa tarde então.

_Pronto, resolvido!

_Caralh... Se eu soubesse que era tão simples... Cara, eu nem me lembrava que tinha inventado esse tal de SPC.

_Não lembrava por que não foi você que inventou.

_Como assim?

_Simples, você inventa os produtos, eu os serviços. Bati!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Samambaia Sound Club X Don Mattos - Segundo Round


Há alguns dias eu escrevi um texto solicitando que a Samambaia Sound Club encerrasse as atividades após a saída do vocalista e compositor Jean Mafra.

Neste texto deveras polêmico, três comentários bastante interessantes, dois deles muito inteligentes, contestaram minha solicitação, apresentando argumentos contrários a minha opinião.

ÓTIMO!

Isto é excelente!
Gosto de debate, quando alicerçado em bons argumentos ao invés de achismos ou pela vontade exclusiva em ser do contra.

Sir Mattos, meu irmão, e André Guesser, baterista da referida banda e amigo de velha data, contestaram meu ponto de vista com ótimos argumentos.

Sir Mattos embasou seu ponto de vista partindo da ideia de que quem deve opinar sobre o relacionamento em questão (a continuidade ou não da banda) é quem se relaciona, e não quem assiste ao relacionamento.

André Guesser , por sua vez, argumentou em defesa da continuidade da SSC o fato de que ela é um dos pilares da sua vida, que bons e longos anos de trabalho foram dedicados por ele à esse projeto, e que depois de tanto empenho não faria sentido ele abdicar dos litros de suor derramados em prol de um novo projeto. Disse ainda que a minha percepção ao fato é limitada, por ter restringido a minha observância à frente do palco, sem um necessário conhecimento dos bastidores, para que pudesse ter uma correta compreensão do todo.

Teve ainda um terceiro comentário, este assinado pelo Sr. Anônimo, comparando a banda com um clube de futebol. O Santos, no caso, usando como argumento o fato de nas décadas de 50/60 do século passado apresentou ao mundo Pelé, Coutinho, Pepe e cia., e agora nos brinda com Neymar, Ganso, André e o já semi-veterano (e não por isso menos talentoso) Robinho. Segundo o raciocínio do Sr. Anônimo, tivesse o Santos encerrado as atividades com a saída de Pelé, não teríamos hoje os Meninos da Vila. E que de certo modo, a SSC é uma espécie de Santos, Jean é Pelé, e em breve Neymar subirá ao palco para nos alertar que, aconteça o que acontecer, não devemos confundir Maracatu com Maculelê.

Cada um dos argumentos rende um post em resposta, mas condensarei as respostas em um texto um tanto quanto extenso.

Sir Mattos, meu Cherinho, sim, o relacionamento diz respeito a quem se relaciona. Contudo, entretanto, porém e todavia, o relacionamento de uma banda é com o seu público. As atitudes deles refletirão na minha reação que impactará novamente neles e assim infinitamente. É lindo o discurso que vários artistas utilizam dizendo que criam suas obras apenas pelo seu impulso artístico, sem se preocupar nas opiniões favoráveis ou contrárias, sem pensar se irão ou não agradar. Mas isso é uma grandessíssima balela.

Quando se cria, se cria para alguém. Ao menos a partir do momento em que se resolve mostrar o que foi criado à outrem. A partir desse momento, o público passa a fazer parte do relacionamento. Se não estiver interessado em saber a opinião do público, não mostre para ninguém, passe o resto da vida tocando no seu quarto ou na garagem de casa, e estará tudo certo. Neste caso sim, o relacionamento se restringe apenas à banda. A partir do momento em que o que é feito é exposto, haverá sim uma reação e uma relação com quem recebe. Isso faz parte de qualquer processo comunicativo: Emissor – Mensagem – Canal – Receptor – Feedback. Não quer o feedback, elimine o receptor.

Contudo, ao defender esta argumentação, não estou dizendo que quando se cria algo deve-se pensar em fazê-lo exclusivamente no intuito de agradar aos outros. A arte prima pela originalidade, e isso inevitavelmente vai gerar reações favoráveis e contrárias ao que foi criado. Assim como eu lamento a saída do Jean, é provável que hajam pessoas que tenham dado graças a deus por isso. E é aí que mora a graça da coisa toda.

Sei que talento todos têm, e talvez façam algo tão bom quanto, ou até melhor. Mas já não será mais a Samambaia Sound Club. Como o próprio Guesser falou, vai ser uma coisa nova, que pode ser melhor, ou não. Certamente eu vou assistir, para só depois emitir minha opinião, mas para mim não será a SSC. Será a nova banda de pessoas que eu gosto e por quem tenho uma profunda admiração.

Ser uma coisa nova pode ser bom, pode ser ótimo, pode ser muito melhor, mas em nenhum momento será a Samambaia Sound Club. Não o que eu tenho como SSC na minha ideia, e não digo isso querendo afirmar que o Jean é melhor do que os outros que permaneceram, mas que a química do encontro deles, é que fazia da banda o que ela era. Essa perda de punch já ficou muito clara com a saída do Jaguarito. Com a saída do Jean, há uma profunda descaracterização.

Pegue o Eric Clapton para o lugar do George, o David Gilmour para o lugar do Jhon e refaça os Beatles. Eles são ótimos! Tecnicamente a banda com certeza ficará muito melhor! Mas não serão, nem de longe, o que foram os Beatles.

O Deep Purple faz décadas que se tornou uma banda cover de si mesma.

André, entendo teu sentimento em relação à Samambaia e a valoração que queres dar ao teu empenho em fazê-la dar certo. Mas se algum dia vocês realmente foram uma banda, o foram por que a soma dos talentos de vocês, dos ideais que cada um de vocês tinha para a música, criou o projeto Samambaia Sound Club.

Joãozinho se casou com Mariazinha, nesta época, planejaram ter dois filhos, um menino que se chamaria Pedrinho, e uma menina que se chamaria Paulinha. Planejaram ainda que morariam na praia e que teriam um fusquinha, e além disso um cachorro, um poodle, chamado Totó. Eis que os anos se passaram, e o divórcio se meteu no casamento de Joãozinho e Mariazinha. Algum tempo depois Mariazinha conheceu Alfredinho, e reciprocamente se apaixonaram. Estavam planejando se casar, mas a coisa ficou complicada por que Mariazinha insistia veementemente que queria ter dois filhos, um chamado Pedrinho, e uma menina chamada Paulinha, ela ainda queria morar na praia e ter um fusquinha, e além disso um poodle chamado Totó. Não faz sentido.
Os planos eram com aquela primeira pessoa, eram os planos dos dois.
Eram sim planos muito bons, mas não faz sentido querer realiza-los com outra pessoa assumindo o papel de executor de algo que fora planejado por outra. É injusto com quem foi e com quem vem.

Mas isso não impede que novos planos sejam traçados, que planos tão bons quanto aqueles sejam feitos, ou até mesmo melhores do que os anteriores.
Dia desses li um texto excelente do Marcelo Rubens Paiva, chamado “E daí que acaba?”. O texto falava exatamente dessa questão de acabar ou não algo pelo qual tenhamos apostado tantas fichas. O enfoque do texto são os relacionamentos amorosos, mas ele dá vários exemplos interessantes, como: “Uma noite de prazer acaba. Um banquete acaba. Uma viagem inesquecível acaba. O fim de semana na ilha paradisíaca, um campeonato, o dia, o ano, o gozo, um livro, um disco, um banho de banheira acabam. Não por isso, evitamos outros.”

Acabar, neste caso e no meu ponto de vista, não significa uma traição e/ou abandono ao empenho que foi dado ao projeto, mas apenas um reconhecimento de que a banda alcançou um patamar que poucas por estas plagas conseguiram: uma identidade. Se eu defendo o fim da banda, é exatamente por achá-los muito bons! Não acho que o Jean seja o melhor de vocês e que ele carregava a banda nas costas, em hipótese alguma acho isso. Acho que vocês juntos, eram ótimos, excelentes. E de tão bons que foram, conseguiram uma unidade, uma identidade muito forte. Não vejo outra banda de Florianópolis com essa característica. Isso é uma virtude, não um defeito.

Tanto quanto eu quero ver o Jean no teatro do SESC com seus tantos projetos, eu também quero te ver tocando, admiro demais tua versatilidade enquanto baterista, e tens uma musicalidade realmente muito apurada. Um dos meus programas preferidos é ir no Donovan ver TH e a Claudionor’s tocar. O fato de terem feito algo muito bom, pelo qual se empenharam tanto juntos, não significa que mudar os rumos seja negar o que foi feito, pelo contrário. A vida, absolutamente tudo na vida, é cíclico.

Sim, eu vejo a banda da frente do palco. Mas não acho que a banda seja a pessoa que está no centro do palco. A frente do palco é o lugar que me cabe, os bastidores não estão ao meu alcance, e ainda que estivesse, não tenho interesse nele. Mas a vista da frente do palco me dá uma visão totalizada da obra que vocês são, e que dos bastidores vocês não conseguem enxergar. Do palco, vocês vêem uns aos outros. Da frente do palco, eu vejo a banda.

Dar sequência neste projeto então coletivo, em função do empenho e do sonho pessoal, seria algo como tornar a banda Samambaia Sound Club, em: André Guesser e a Samambaia Sound Club.

Por fim, ao terceiro comentário, praticamente um comentário infanto-juvenil, eu quase não respondi, exatamente por achá-lo tão superficial, bobinho. Mas vamos lá. Quando se torce para um time, tu torces pela instituição, o time é maior do que as pessoas, o Santos existia antes do Pelé, e existirá depois do Neymar. Por vezes ele dominará o Brasil, e em outras ocasiões será o saco de pancadas do Brasil, e mesmo assim ele continuará com a grandeza do coração dos seus torcedores. Torcedor independe dos jogadores que estão em campo. Utilizemos o próprio Guesser, que por dez anos seguidos viu o seu Avaí ser o grande freguês do meu Figueira, e nem por isso tornou-se menos avaiano. Agora ele sente o doce sabor da breve inversão de papéis, mas não é isso que o tornará mais avaiano. A relação time-banda, é uma falácia de generalização apressada, falsa indução ou, tecnicamente falando: Dicto Simpliciter. Pegar duas entidades que não possuem nenhuma relação direta, que não tem fins convergentes e compará-las, é ingênuo demais. Digo ingênuo, para ser cortês.
Repito a canção que já citei anteriormente: NÃO CONFUNDA MARACATU COM MACULELÊ!

Eu não quero ser o dono da verdade e nem determinar o que deve ou não ser feito, mas tenho a plena convicção de que, hoje, a SSC já faz parte da história da música catarinense. Ela é/foi única, em estilo, em pegada, em presença de palco, em provocação, e isso tudo pela soma dos talentos que só a minha querida Barreiros seria capaz de unir. Mas ao modificar, ainda que surjam novos talentos, será sempre a banda que será comparada com ela mesma, e isso é totalmente desnecessário. Até pelo fato de que todos os que fazem parte da banda têm plenas capacidades de criar novas coisas, tão boas quanto aquelas que criaram com a SSC. Mas separados (e ainda juntos), correrão o sério risco de se tornarem uma banda cover de si mesma.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Pergunte ao psicólogo


Caro Dr. Antônio Roberto, psicólogo e psicoterapeuta

Peguei meu carro e saí para trabalhar, deixando meu marido em casa vendo televisão, como sempre. Rodei pouco mais de 1km quando o motor morreu e o carro parou. Voltei pra casa, para pedir ajuda ao meu marido. Quando cheguei, nem pude acreditar, ele estava no quarto, com a filha da vizinha!
Eu tenho 32 anos, meu marido 34, e a garota 19. Estamos casados há 10 anos, ele confessou que eles estavam tendo um caso há 6 meses. Eu o amo muito e estou desesperada. Você pode me ajudar?

Antecipadamente grata.

Patrícia

RESPOSTA

Cara Patrícia,

Quando um carro pára, depois de haver percorrido uma pequena distância, isso pode ter ocorrido devido a uma série de fatores. Comece por verificar se tem gasolina no tanque. Depois veja se o filtro de gasolina não está entupido. Verifique também se tem algum problema com a injeção eletrônica.
Se nada disso resolver o problema, pode ser que a própria bomba de gasolina esteja com defeito, não proporcionando quantidade ou pressão suficiente nos injetores. A pessoa ideal para ajudá-la seria um mecânico.
Você jamais deveria voltar em casa para chamar seu marido. Ele não é
mecânico. Você está errada. Não repita mais isso!

Espero ter ajudado.

Cordialmente,

Dr. Antonio Roberto.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Lição Corporativa número 01


Um homem está entrando no chuveiro enquanto sua mulher acaba de sair do banho, se enxugando numa felpuda toalha.

A campainha da porta toca. Depois de alguns segundos de discussão para ver quem iria atender a porta a mulher desiste, se enrola na toalha e desce as escadas.

Quando ela abre a porta, vê o vizinho Abelardo em pé, com o dedo cravado na campanhia
na soleira da porta de entrada.

Antes que ela possa dizer qualquer coisa, Abelardo diz:

"Eu lhe dou 500 reais se você deixar cair esta toalha!"

Depois de pensar por alguns segundos, a mulher deixa a toalha cair e fica nua.
Abelardo então entrega a ela os 500 reais prometidos e vai embora.

Confusa, mas excitada com sua sorte, a mulher se enrola de novo na toalha e volta para o quarto.

Quando ela entra no quarto, o marido grita do chuveiro:

"Quem era?"

"Era o Abelardo, nosso vizinho." - diz ela.

"Ótimo! Ele lhe deu os 500 reais que estava me devendo?"

Moral da história: Se você compartilha informações a tempo, você pode prevenir exposições desnecessárias !!!

Ele X Ela (Apita o árbitro, fim de espetáculo!)


Ele: Você tinha é que ter ficado em casa assistindo Faustão!

Ela: Foi você que me convidou, meu amor.

Ele: Tá, mas você tinha que ter ido justo de mini-saia?

Ela: Não vem pra cá reclamar, meu querido, foi você quem quis me convidar!

Ele: Tudo bem, mas só por que eu convidei, não significa necessariamente que você tenha que aceitar!

Ela: Mas eu sempre quis saber o que tinha de tão interessante no campo de futebol, a ponto de você me deixar plantada todo domingo em casa, cheirosinha, bonitinha, pronta para o que der e vier, só para ir ao estádio com os seus amigos!

Ele: Não é bem assim, futebol é coisa pra homem.

Ela: Então por que você me convidou?

Ele: Por educação! Por que você sempre diz não! Por que você sempre fica em casa assistindo o Faustão. Por que... Por que... Ah, sei lá por que. Você não tinha nada que ter aceitado. Campo não é lugar pra mulher! Você tinha que ter ficado em casa vendo o Faustão e ponto final!

Ela: Você convidou, eu aceitei. Só isso. Não pedi nada, apenas aceitei o seu convite.

Ele: Mas tinha que ter ido justo de mini-saia?

Ela: Com esse calor, meu amor, era mini-saia ou biquíni! Mas como o meu biquíni é bem, mas beeeeem menor do que a minha mini-saia, eu achei que ela seria mais apropriada para a ocasião do que aquele minúsculo pedacinho de pano que eu uso na praia, ainda que você não goste e fique pedindo para eu colocar a canga o tempo todo.

Ele: Só o que me faltava, você de biquíni no estádio...

Ela: Tá vendo como eu sou legal? Então para de reclamar!

Ele: Legal o cacete! Tinha que ficar subindo e descendo as arquibancadas a cada cinco minutos?

Ela: Eu pedi para você sentar lá embaixo. Você sentou em cima por que quis.

Ele: Mas a galera sempre fica lá em cima, porra! Nós vamos juntos ao estádio desde que eu era moleque. Tinha graça agora eu ficar lá embaixo só para atender aos seus caprichos.

Ela: Tudo bem, não estou reclamando de ter ficado lá em cima. Você que está reclamando de eu ter ficado subindo e descendo o tempo todo. Agora eu sou a culpada pelo fato do mocinho da cerveja não subir até a sua galera, com medo de ter a bebida roubada pelos seus amiguinhos barra-pesada. Mas, pensando bem, acho até que os seus amigos gostaram de eu ter ficado lá em cima com você. Até me convidaram para voltar...

Ele: Como assim, te convidaram pra voltar?

Ela: Ah, deixa pra lá...

Ele: Ooolha...

Ela: Esquece isso, meu amor. O jogo acabou, e continuamos aqui juntinhos.

Ele: O jogo acabou para você, que não gosta de futebol. E agora, por sua causa, nunca mais vou poder pisar no estádio do meu time outra vez. Que vergonha... O estádio inteiro, mais de 30.000 pessoas entoando o grito de “Corno, corno” cada vez que você subia ou descia...

Ela: Ah... Foi por causa disso? Achei que eles conheciam o teu apelido.

Ele: Como assim, meu apelido?

Ela: Ué, sempre que nós estamos transando você pede para eu te xingar de safado, filho da puta, corno... Essas coisas. Achei que vinha daí o seu pedido. Fiquei até orgulhosa de você, meu amor.

Ele: Mas você é muito cínica mesmo...

Ela: Não fica nervoso, meu amor. Você precisa repousar. Agora você só tem que pensar em descansar.

Ele: Tá bom... Por sua causa, eu tenho que ficar aqui parado, preso nessa maldita cama de hospital.

Ela: Você não me explicou que só podia comemorar quando o time de camisa listrada marcava gol. Eu vi a rede balançando e gritei, ué. Os seus amigos é que tinham que ter mais espírito esportivo.

Ele: Espírito esportivo é o cacete! Você tinha é que dar graças a Deus por ter um marido como eu, que te proteje. Se fosse outro, você é que tinha apanhado, e não eu.

Ela: Que é isso meu amor...

Ele: Por que você está vestida desse jeito? Precisa vir com esse vestidinho tão curto, tão decotado para me visitar no hospital?

Ela: Não, meu amor. É que eu vou dar uma saidinha quando eu sair daqui.

Ele: Como assim, uma saidinha?

Ela: É, uma saidinha. Coisa rápida, não precisa se preocupar.

Ele: Mas aonde você vai, vestida desse jeito?

Ela: Sabe o Paulão?

Ele: Paulão? Que Paulão?

Ela: Paulão, o chefe da sua torcida organizada. O que quebrou o seu braço com um chute quando você caiu no chão.

Ele: Ah... O Paulão, sei sim. Gente fina, o Paulão. Mas o que tem ele?

Ela: Então, ele falou que vai ter um pagode hoje para comemorar o jogo. Por que você não sabe, mas depois que você veio para o hospital, o seu time virou e ganhou por 3 x 1. foi bem legal. Depois que você foi embora, acertei em todas as vezes que eu gritei gol.

Ele: Como assim pagode? Tá maluca? E eu? Você vai me deixar aqui sozinho, nesse quarto de hospital enquanto você vai pro pagode da torcida?

Ela: Não fica assim não, meu amor. Faz assim, ó: estende o seu braço direito, que não foi quebrado na briga, pega o controle remoto da televisão ali na mesinha de cabeceira, e liga na globo. Você ainda vai pegar o finalzinho do Faustão!
Tchau-tchau, querido!

sexta-feira, 12 de março de 2010

CLUBE DA LUTA 2029!


Há aproximadamente vinte anos atrás, encerrava-se o – até então – mais importante evento musical de Santa Catarina: o Clube da Luta!

Muitas eram as bandas que participavam, todas engajadas na certeza de que, mais cedo ou mais tarde, iriam explodir!

Mas após três anos de embates musicais antológicos, o que ficou foi um rastilho de pólvora molhada, incapaz de fazer explodir o que quer que fosse. Mas, vinte anos mais tarde, eis que alguns dos militantes passaram a se procurar para fazer uma edição comemorativa, e até mesmo para saber o que aconteceu com aqueles antigos parceiros de batalha.

Em primeira mão, eis aqui o relato do desfecho da carreira dos principais envolvidos:

Banda Samambaia Sound Club:

· André Guesser: tentou dar prosseguimento à SSC após a saída do vocalista e compositor Jean Mafra, lá pelos idos de 2010, fez showS com alguns diferentes vocalistas, mas nenhum chegou a emplacar. Em 2012 assumiu a presidência do Avaí Futebol Clube, sucedendo o lendário presidente João Nilson Zunino, deposto do cargo após os dois rebaixamentos consecutivos, da série A para a série B no ano de 2010, e da série B para a série C em 2011. No primeiro ano do seu mandato, André rebaixou o time para a segunda divisão do campeonato catarinense, e ainda em 2012 chegou também à série D do campeonato brasileiro. Em 2013, após ser ameaçado de morte pela torcida mancha azul, abandonou a presidência do time da quarta maior torcida do estado, após perder a semifinal da segunda divisão do campeonato catarinense para a forte equipe do Grêmio de Campo Erê. Atualmente ele está no seu terceiro mandato como vereador de São José, e em suas campanhas sempre estampa os santinhos, folders e out-doors com a foto da tatuagem que fez no lado esquerdo do peito, onde traz um coração com uma flecha atravessada, e a frase: PMDB: Ame-o e filie-se, ou não ame-o e filie-se mesmo assim!

· Thiago Gomes: Com o fim oficial da Samambaia Sound Club, investiu na sua banda paralela “The Claudionor’s”, fez algum sucesso na Escócia, mas morreu em 2014 de overdose. Na entrevista com o médico legista, ele dizia-se chocado com a quantidade absurda de Açaí que Thiago havia ingerido, nenhum ser-humano seria capaz de suportar tantos nutrientes, vitaminas e sais minerais.

· Daniel Gomes: Ainda hoje mora com os pais e faz curso pré-vestibular para tentar entrar na faculdade de Educação Física.

· Jean Mafra: Foi uma vítima do serial Killer que ficou conhecido como: Exterminador dos Músicos Independentes, vulgo: E.M.I. Ele e 17 outros ativistas engajados no movimento Música Para Baixar, foram perseguidos, torturados e assassinados pelo criminoso supracitado, defensor das grandes gravadoras. Investigações e retratos falados apontavam como principal suspeito para Fred 04, mas nada ficou provado e ele acabou sendo solto novamente.

· Jaguarito: Desde 2009, ano em que se descobriu pai pela primeira vez, procriou mais dezessete vezes, e vive confortavelmente das bolsas que recebe do governo federal. Tem uma casa na Urca, no Rio de Janeiro, e dá graças a deus pelo dia em que resolveu sair de Florianópolis.

Banda Aerocirco:

· em 2010 foram para São Paulo para, finalmente, explodirem nas paradas de sucesso. Não explodiram. Depois de seis meses o dinheiro que tinham guardado acabou.

· Henrique: voltou a dar aulas de história em cursinhos pré-vestibular para adolescentes cada vez mais sexualmente ativos;

· Fábio Della: ainda em 2010 conheceu a Hebe Camargo e se casou com ela. A famosa apresentadora durou mais 17 anos, para, aos 234 anos finalmente morrer e deixar Della confortavelmente instalado em uma cobertura triplex no Morumbi. Além disso, Della herdou o posto de garçom do programa da Hebe, que hoje é apresentado pela Luciana Gmienez, que por sua vez teve mais três filhos, um do Paul MacCartney, um do Brian May e outro, acreditem, do Marcill da Maltines;

· Maurício Peixoto: Ganhou numa promoção de um pacote de bolachas, uma viagem pela rota das cervejas em Santa Catarina. Foi encontrado morto três dias depois do encerramento da viagem dentro de um dos barris de cerveja que abrigava 30.000 litros, mas que na ocasião restava no barril apenas 384ml. Apesar do corpo inchado, ele trazia no rosto um belo sorriso de saciedade.

· Rafael Lange: Neste ano ele completa seU trigésimo segundo aniversário de namoro com Taís Michele, e agora está determinado a dar um passo importantíssimo no relacionamento de ambos, vai dar de presente para ela no dia dos namorados um par de alianças de compromisso compradas ns Só Prata. Atualmente ele mora com os pais e trabalha de estagiário numa agência de publicidade.

Banda Maltines:

· Depois de lançarem a música “A festa continua”, cujo astral lembrava muito o astral da música “Deixa eu te levar”, da finada SSC, lançaram ainda as músicas: “Vista do córrego”, “Não me leve a sério”, “Beleza britânica” e “Jardim das gostosuras”. (qualquer semelhança com “Vista do canal”- Tijuqueira, “Não me leve a mal” – Aerocirco; “Beleza Inglesa” – Daca e os faixa preta; e “Jardim das delícias – Gubas e os possíves Budas, é pura coincidência. Eles juravam! A banda toda morreu queimada enquanto ensaiavam num pequeno estúdio localizado num antigo casarão da rua Conselheiro Mafra. A perícia apontou para uma pane elétrica na edificação, mas várias pessoas viram uma moça bonita de voz aguda, com uma bebezinha no colo, jogar gasolina na escadaria, acender um fósforo e ficar na frente do casarão gargalhando e gritando histericamente: “FIM DO JOGO, FIM DO JOGO, DEPOIS DE UM TEMPO FIM DO JOGO, HAHAHAHA”. De certo modo, eles explodiram.

Gubas e os Possíveis Budas:

· Depois desta formação, Gustavo Barreto fundou a Sociedade Soul, depois a Gubas Swing Funk Soul; depois a Groove Sexy Gubas; depois a Gubas e os funker’s boys; depois a Disco Gubas Music; depois a Funk Dico Gubas; depois a Phunky Gubas – O Buda; depois a Gubas o Buda e os possíveis funker’s boys; depois a Buda Gubas e os súditos do rei do swing; depois ele desconfiou que talvez fosse um pouco (pouca coisa) intransigente nos seus relacionamentos, e talvez por isso fosse tão difícil de manter uma banda com os mesmos integrantes por muito tempo. Depois de pensar ele viu que o esse pensamento era totalmente descabido, e fundou a Gubas the Groove Machine, e os séqüitos do Buda do swing;

Tijuquera:

· A banda fez mais quatro turnês internacionais patrocinadas pelas verbas do governo federal, uma na Namíba, uma na Eslovênia, a terceira na Guiana Francesa, e a última no Zaire. Depois disso fizeram um protesto em Florianópolis contra o império capitalista da RBS, Marcinho fez greve de fome mas desistiu na terceira hora da greve, quando sentiu um cheirinho de Big-Mac no ar.

· Marcinho, um dos líderes do movimento Clube da Luta, tentou fazer um novo evento, criou o festival: “Rinha de Galo”, cuja regras eram: #01 – Você só faz músicas que a sua mãe ouvia; #02 – Se for sua primeira vez, você terá que tocar Wiskhy à gô-gô. Ele hoje em dia faz show com sua banda “Eu vou tirar meu som desse lugar”, que toca somente os maiores sucessos do Odair José.

Andrey e a Baba do Dragão de Komodo:

· O poeta concreto da ilha, cujos versos lembram vagamente os de Arnaldo Antunes, uniu-se à Emilia Carmona e André FM, e fizeram um trio denominado “Os Tribaleiros”.

Daca & os Faixa Preta:

· Rodrigo Daca, depois de obter excelentes resultados em eleições via internet para eleger o melhor EP lançado na última semana, foi alçado a condição de ídolo local, sendo considerado pela crítica especializada como o novo Raimundo Fagner, tendo sua canção “Toma Impulso” como a “Borbulhas de Amor” do novo milênio, e “Remédio” como a nova “Mucuripe”.

Marquinhos Espíndola:

· O jornalista, principal incentivador do Clube da Luta, ganhou um programa de variedades nos Sábados a tarde, no lugar do Raul Gil na rede Bandeirantes, onde apresentava diversos calouros com músicas autorais. No ano seguinte foi contratado pela Rede Globo para assumir o lugar de Pedro Bial à frente do Big Brother Brasil. Recentemente esteve envolvido em um escândalo sexual com a Sandy, Junior, a Preta Gil e um bode;


Don Mattos:

· O mais incrível blogueiro daquela geração, responsável pelas coberturas das primeiras edições do Clube da Luta para o site Tô Puto, lançou no fim de 2010 um livro que contava a história de um menino de sete anos que era um bruxinho, e quando adolescente virava vampiro e brigava contra um lobisomem pelo amor de uma adolescente humana, depois virava um anão de pé grande e peludo e ia atrás de um anel que continha todas as forças do mal, mas no fim descobria que tudo não passava de um programa sofisticadíssimo de computador, e que na verdade ele, o bruxinho/vampiro/gnomo, e toda a humanidade, estavam sendo dominados por um grande computador. Este livro virou série, lançada em 38 edições, e deixou o famoso blogueiro multimilionário. Com o dinheiro da venda dos livros, e dos direitos autorais para transformar sua história em filme de cinema, Don Mattos comprou o estádio da Ressacada, mandou implodir aquele estádio de tijolinho a vista que mais parecia uma churrasqueira, e construiu no lugar uma estátua de 38 metros de altura em homenagem à Fernandes, o maior jogador de futebol de todos os tempos. Aquele mesmo que foi convocado por Dunga às vésperas da copa de 2010, e foi o principal responsável pela campanha do hexa-campeonato, tendo marcado em uma única copa 38 gols.

Por enquanto é só, assim que forem confirmadas as datas e a ordem das atrações da edição comemorativa do clube da luta, este veículo será o primeiro a informá-lo!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Filme ou jogo?


Um homem assistia futebol pela TV, mas mudava de canal a toda hora: do canal de esporte para um filme pornô que mostrava um casal em plena ação.

“Não sei se assisto ao filme, ou se vejo o jogo”, disse para a mulher.

“Pelo amor de Deus, assista ao filme”, ela respondeu. “Futebol você já sabe jogar”.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Vão s'imbora, que o diabo os carregue!


Hoje, casualmente resolvi almoçar num lugar diferente. Fui até um shopping perto da minha casa (moro bem pra caramba, não estou em São Paulo, e mesmo assim perto da minha casa existem dois shopping’s center’s!) , e avistei no estacionamento um Gol puxando uma carrocinha toda adesivada, pensei comigo: “conheço aquilo ali!”.

Era o carro de Maurício Peixoto, guitarrista e coreógrafo da banda Aerocirco.
Na praça de alimentação, encontrei Maurício na companhia de Rafael Lange, e sua amada Taís Michele.

Coisa boa encontrar pessoas que gosto tanto, por acaso.

A banda Aerocirco está indo para São Paulo, os quatro gajos (Fábio, Henrique, Lange e Maurício), saíram dos seus empregos, venderam seus carros, rasparam suas economias e vão se mandar para a capital econômica da América Latina, apostando no sonho que os mantém unidos: a música. Ou, como disse o Maurício, vão lá gastar o dinheiro que guardaram, depois voltam.

A Aerocirco vai fazer por ela, aquilo que sonhamos a vida inteira fazer por nós, jogar tudo para o alto e apostar naquilo que acreditamos ser o nosso destino, nosso talento, jogar todas as fichas no que cremos sermos realmente bons, soltar qualquer tipo de amarras e cair de cabeça no sonho que, para muitos, pode parecer inconseqüência, mas no fundo, quem pensa assim o pensa por recalque.

Aerocirco é uma banda muito boa. Não é um som inovador, mas tem muita qualidade em tudo o que fazem. Cuidam dos arranjos, das produções, dos shows com a dedicação de quem quer deixar claro que se preocupa em fazer bem o seu trabalho. Algumas letras são ótimas, outras são comuns, mas tudo é muito bem feito.

O que diferencia a Aerocirco de todas as outras bandas de Florianópolis, é a maneira como eles conduzem a própria carreira. Eles são profissionais, sabem que tocam bem, mas não são mais adolescentes esperando que uma música caia no gosto do cara que aperta o play nas rádios, e que pelo simples fato de terem tocado nas rádios vão explodir no mundo todo. Eles correm atrás. Eles se dedicam com afinco em cada detalhe que envolve a séria decisão de tornar-se músico profissional.

Aerocirco não se limita ao som que fazem, eles procuram qualidade em cada maneira de interação da banda com o público.

Têm um site muito bonito e constantemente atualizado.
Que outra banda de Santa Catarina o tem?

Têm twitter, orkut, facebook, fotolog, tudo atualizado constantemente, o canal de comunicação da banda é múltiplo e constantemente ligado.

Eles sabem que são um produto, e cuidam muitíssimo bem desse produto.

Sim, música é arte, mas isso não faz com que ela perca sua condição de produto.
E é por cuidarem tão bem do produto que são, que eles sabem que ao investir neste sonho, ao jogar tudo para o alto e alugar uma casa em São Paulo, onde os quatro dividirão os ônus e os bônus da escolha feita, que eles têm tanta chance de dar certo.

Não sei se algum dia eles terão uma música tocando na Malhação ou na novela das oito, mas é certo que “No nosso canto” faria frente para qualquer balada do Nando Reis que povoa as trilhas dos folhetins da globo (exceto “Pra você guardei o amor”, que música linda...).

Lá estarão perto dos principais canais de comunicação, terão mais contatos - ou a possibilidade deles – e estarão cada vez mais próximos de viverem daquilo que amam: música!

Não basta ser bom no que se faz, tem que ir atrás e fazer acontecer. É isso que eles estão fazendo!

Não vou dizer: “vão com deus”, deus leva para o céu, e o céu é monótono, toda aquela galera de branco num gramado imenso, e ninguém fumando porra nenhuma. Um tédio do cão.

Digo: “vão com o diabo que os carregue!” Lá sim o agito é legal, as pessoas usam camisetas pretas, coloridas, dão mosh, tomam cerveja, pedem bis e a coisa toda pega fogo!

Boa sorte, meus queridos, quebrem tudo!

(ali do ladinho tu encontras o link para o myspace e para o site deles. Vá lá, vale a pena!)

terça-feira, 9 de março de 2010

1985, direto do túnel do tempo!


O magrelo de cabelos loiros, sou eu, Don Mattos; o moreno mais baixinho, é meu irmão, Sir Mattos.
O ano é 1985, na rua João Câncio dos Santos, em frente ao número 74, bairro Pantanal, Florianópolis – SC. E acho que esse foi o último ano em que eu fui mais alto do que meu irmão.

De lá pra cá, muitas coisas mudaram.
Eram 5 os filhos de Lorde Mattos, nosso progenitor, patriarca deste clã de elegância parca, mas de fígados extremamente resistentes. Somados os 5 ao casal Mattos, 7 pessoas habitavam o número 74 da rua supracitada.

Para os 7, uma garrafa de 1 litro de Pureza aos domingos (e olhe lá), bastava. Acredite;

Eu era coroinha.

A televisão era em preto e branco, não existia controle remoto, e quando a ligávamos, íamos à cozinha pegar um copo d’água enquanto as válvulas do tubo de imagem esquentavam;

Nós tínhamos um Atari, mas não podíamos usá-lo pois ele estragava a imagem da televisão.

Morar no Pantanal era muito barato, as residências eram baratas.

As crianças eram magras.

Minhas irmãs mais velhas, sonhavam em casar com o Robbie e com o Charles, dos Menudos. Mas achavam o Ricky Martin sem graça, era muito novinho, feinho.

O Joinville desfilava soberano sobre os gramados catarinense, ninguém o ameaçava, e havia na cidade rumores de que Figueirense e Avaí se fundiriam para formar um único time na capital, capaz de fazer frente aos poderosos tricolores do norte e do sul do estado.

Havia a esperança que na copa de 1986, o Brasil vingaria a decepção de 1982. Pena que a França cruzou nosso caminho, não vingou.

A cidade, o país fervia politicamente. O movimento das diretas injetou um sentimento de patriotismo em todo mundo. Edson Andrino surgia como a liderança popular que faria frente à Espiridão Amim e Jorge Bornhuansen.

Ninguém me derrotava no futebol de botão!

Eu não derrotava ninguém no bafo...

Escrevi meu primeiro livro: “C.B., o E.T” que narrava a fantástica história de um alienígena grande e gordo feito de sorvete, cuja nave aterrisava nas matas do Pantanal em frente à minha casa. (este livro ainda existe, e além de escritor, fui também o ilustrador. Vendo-se a qualidade dos desenhos, percebe-se por que desisti desta segunda carreira. Como escritor eu ainda teimo.)

Ninguém ficava doente por tomar banho de chuva.

Ninguém ficava doente por brincar na poça de lama.

Ninguém ficava doente por andar descalço na rua no meio do barro.

Meu pai tinha um Chevette, e sonhava com o dia que poderia comprar um Del Rey Ghuia, sonho realizado quatro anos mais tarde.

Ter casa de praia não significava ser rico, era normal.

Não se usava pulserinhas coloridas, mas tinham várias brincadeiras bem legais com as meninas da rua, nas casas em construção que, hoje em dia, abrigam dúzias de quitinetes para estudantes da universidade federal.

Não existia a Gaviões Alvinegros, não existia a Mancha Azul. Eu assistia jogos do Avaí com meu irmão, meu irmão assistia jogos do Figueirense comigo, e isso nunca foi motivo para brigas, mesmo com o inevitável deboche que vinha, dependendo do resultado.

Não sei se os brinquedos duravam mais, ou se as crianças eram mais cuidadosas, mas nossa coleção de bonequinhos dos Comandos em Ação, e a coleção de carrinhos de ferro, duraram muito, muito, muito tempo.

Não existia a ponte Pedro Ivo Campos.

Telefone em casa era luxo.

Interurbano tinha que ser feito na Telesc, na praça Pereira Oliveira.

Ligações em telefones públicos eram feitas com fichas, não cartões.

No início do ano letivo nós ganhávamos o joguinho do TP, para aprender a conservar os telefones públicos.

Estudávamos no Alferes Tiradentes, e fazíamos Educação Física na FAC.

Aos domingos, no aterro da baía sul, tinha concurso de Pipas.

Neste ano eu assisti “E.T., o extra-terrestre” no Cine Cecomtur.

Tinha ainda o Cine Carlitos (onde assistimos “História sem fim”) na rua Tiradentes, o Cine São José (o mais luxuoso da cidade) e o Cine Ritz.

Enfim, muita coisa mudou. Tudo mudou.

Menos uma coisa, se hoje eu fosse sair para tomar um banho de chuva, ainda seria a mesma pessoa que eu chamaria para me acompanhar.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Á, Á, Á, PAU NO CU DO AVATAR!


Á,Á,Á PAU NO CU DO AVATAR!

Óquêi, eu deveria – e, mais do que isso, queria – ter escrito um belo texto em homenagem às mulheres, ao dia merecidamente dedicado à todas elas. Mas tudo o que fiz ficou muito brega, e não foi um brega legal (como o Wando, por exemplo), foi um brega mauzinho, meio Fresno. Logo, desisto. Fica só o registro de que eu não esqueci, tentei, mas não consegui. Parabéns a todas vocês, vocês são importantíssimas, aquela coisa toda.

Feitas as considerações iniciais, vamos ao que interessa.
Eu gosto muito de cinema, muito mesmo. Tenho vários filmes, assisto pelo menos quatro filmes por semana (às quintas-feiras a Vídeoteca aluga tudo pela metade do preço, sendo que a devolução fica para segunda, ou seja, quatro acervinhos por 10 pila, 4 dias em casa, côzamaxquirida).

Mas eis que um belo dia fui ao cinema, e como os filmes que me interessavam demorariam muito para começar, acabei entrando num filme cujo cartaz ostentava uns monstrinhos azuis, pensei comigo: “Bom, deve ser uma merda, filmes de monstrinhos normalmente são uma merda, mas pelo menos é 3D, no mínimo divertido vai ser!”, e lá fui eu assistir Avatar. De fato o filme é uma bosta, mas nem pelo entretenimento do 3D, serviu.

A história é clichê pra cacete. O que poderia ser contado em meia hora, se arrasta por intermináveis três horas. Nós, seres-humanos perversos querendo consumir os recursos naturais de bichinhos azuis que vivem na natureza em perfeita harmonia com ela, mas que não são os Smurfs. Alguns dos seres-humanos são puros de coração e se unem aos monstrinhos azuis para combater os humanos de coração gelado. É óbvio que um humano vai se apaixonar por uma monstrinha azul, e eles ficarão juntos no final. Dragões alados servirão de montaria, atacarão os humanos malvados, que por sua vez serão comandados por um general fortão com cara de mau e com perfil psicológico parecido com o do Muricy Ramalho, só que não tão mal humorado.

À exceção dos efeitos especiais, nada, absolutamente nada em Avatar chama atenção. Tudo nele é óbvio, dos personagens às atuações dos atores e atrizes, do enredo aos diálogos, dos romances às batalhas, tudo é tão previsível que se eu fosse colocado numa das cenas no lugar do personagem principal sem nunca ter lido o texto, saberia exatamente o que dizer. A diferença ficaria por conta das pernas, eu ando e tenho as pernas finas, ele vive numa cadeira de rodas e tem as pernas saradas.

Fiquei abismado quando soube que Avatar era o favorito para ganhar todos os Oscar’s de 2010, incluindo melhor filme. Não posso crer que a sétima arte está tão desacreditada, que um filminho meia boca e previsível concorre ao Oscar de melhor filme só por que foi campeão de bilheteria, conseqüência dos efeitos especiais. Se eu quiser ver um filme por causa dos efeitos especiais, eu assisto Shrek, que é 100% efeito especial, e o roteiro é bem melhor, o romance é bem melhor e até as batalhas são bem melhores. E pensar que em 1993 a batalha pelo Oscar de melhor filme travou-se entre "Philadelphia", "A lista de Schindler" e "Em nome do Pai". Três filmaços que chega a ser impossível dizer qual é melhor, deveria ser empate técnico.

Não assisti ao filme que levou a principal estatueta deste ano, mas fiquei muito feliz. Estava torcendo para qualquer um dos outros nove indicados, comemorava como se fosse gol do Figueira cada estatueta que o Avatar havia sido indicado, e não levava.

Enfim, Avatar já começa errado na cor que escolheu: azul. Vestiu azul, tem mais é que se foder!


(exceção feita ao meu irmão, meu sobrinho, Rato, Daca e Ronnie)

sexta-feira, 5 de março de 2010

Tá bom, eu admito: deus existe!

Já não sei se posso ser considerado um ateu, como tanto me orgulhava de ser, pois essa manhã tive meu primeiro encontro com deus, segue a prova cabal:



deus seja louvado, irmãos!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Momento Luís Carlos Prates: o caso da "Loirinha Peituda"


Li uma notícia ontem, dizendo que uma mulher está processando uma lanchonete pois um dos atendentes a chamou de “loirinha peituda”, exigindo uma indenização por danos morais.

O caso foi julgado, considerado procedente, e a juíza responsável decretou uma indenização de R$1.500,00. A autora da ação achou pouco, pobrezinha. Ela está recorrendo na justiça, requerendo a quantia de R$30.000,00.

Não estou aqui defendendo a lanchonete, ou considerando correta a maneira pouco elegante com a qual o atendente cortejou a senhorita, autora da ação.

O que me chama a atenção é que a autora da ação não achou pouco por ainda estar se sentindo ofendida, mas assim considerou, pois sua intenção com o dinheiro da ação é trocar suas próteses de silicone, que hoje são de 300ml, por outras novas de 400ml e, para tanto, R$1.500,00 não são suficientes.

O que me leva a crer que aquilo que a ofendeu, não foi o “loirinha peituda”, e sim a pouca ênfase dada aos seus seios.

Tivesse o atendente chamado a mulher de “loirinha peitudaça!”, “loirinha dos peitos gigantes”, “loirinha boing-boing”, é provável que sequer houvesse a ação supracitada.

Momento didático: o mote de toda indenização por danos morais é estabelecer uma quantia que sirva de penalização à parte ofensora, com fins educativos, de tal grandeza que a impeça de repetir o desagravo, ou seja, sinta no bolso a cagada que fez, e nunca mais faça de novo; mas que não seja grande o suficiente a ponto de enriquecer a parte ofendida. O dinheiro tem que compensar a ofensa, mas não a ponto de a parte ofendida pensar: “pô, valeu a pena! Tomara que mais uns trinta desses me chamem de loirinha peituda!”.

Alguém que se sente ofendido a ponto de exigir R$30.000,00 de indenização, jamais retornaria ao estabelecimento ofensor. Contudo, entretanto, porém e todavia, a senhorita em questão, apesar de extremamente ofendida que ficou, continua a freqüentar assiduamente a lanchonete.

Em 2008, um grande supermercado da Grande Florianópolis foi condenado a pagar uma indenização por danos morais à um dos seus colaboradores, pois exigia a realização de revista íntima ao final de cada turno, para verificar se o funcionário não estava saindo com algum produto furtado. Isso mesmo, o cara era obrigado a ficar peladão, em posições constrangedoras para verificar possíveis ocultações em orifícios escusos (vá que ele estivesse com vontade de comer uma baguete com salaminho, por exemplo...). O advogado do funcionário exigiu uma indenização de R$30.000,00, o juiz decretou uma indenização de R$10.000,00, fim de caso. Acontece que o supermercado reincidiu, e outros dez funcionários entraram com a mesma ação, pelo mesmo motivo. Novamente, a indenização foi de R$10.000,00, ou seja, um montante de R$300.000,00 em indenizações, para ver se dessa vez o supermercado aprenderia. Não aprendeu. Um fornecedor de aproximadamente 60 anos, foi exposto ao mesmo tipo de constrangimento que os colaboradores haviam sido expostos, entrou com a ação. Quanto foi a indenização?

R$1.000.000,00 (hum milhão de reais). Opa, peraí, a ofensa dele foi mais cara que a dos outros? O cachê para o velhinho ficar pelado era mais caro?

Não, neste caso, o mérito da questão é que a pena que deveria ser educativa para a empresa, não vinha sendo, por isso a necessidade de desta vez dar uma cacetada bem dada. Agora, até então, o supermercado aprendeu, pois o fato não mais se repetiu. R$1.000.000,00 é muito para uma pessoa, mas não foi na ocasião, pelo histórico da causa. Ainda que a quantia seja grande para uma pessoa, foi necessária para, finalmente, educar a empresa. Ou coibí-la.

Voltemos a “loirinha peituda”.

A ação dela é absurda!
Trata-se explicitamente de um caso de tentativa de enriquecimento ilícito, como existem tantos no nosso estimado país. Se a moda pega, as construtoras do Brasil estão ferradas! Imagina, se para cada cantada que um pedreiro der, a construtora tiver que pagar uma indenização de R$30.000,00, ninguém mais vai se aventurar a empreender no mundo da construção civil.

O jeitinho brasileiro me irrita!
O problema do Brasil, como já disse João Ubaldo Ribeiro, não são os políticos, são os brasileiros.

Mania desgraçada de querer se dar bem do jeito mais fácil, ainda que não seja o correto. Não há avaliação de certo ou errado, a simplesmente a avaliação do que é mais conveniente para mim, onde posso levar mais vantagem.

O Brasil é essa merda que é (sim, o Brasil é uma grandessíssima merda), por que somos geridos por pessoas incompetentes em todas as esferas, levando vantagens pessoais em todas as esferas. E isso não se resume à vida pública, na vida privada é a mesma coisa, uma cabeçada se achando esperta por que ficou com R$0,50 a mais no troco errado que o cobrador de ônibus deu, ou melhor ainda, quems sabe faturar R$30.000,00 de uma lanchonete que talvez não fature isso em dois meses de trabalho (estou falando de faturamento bruto, não líquido),e além da grana ainda ter meus quinze minutos de fama, por ter levado uma cantada de mau gosto do atendente.

VAGABUNDOS! LEVA ESSES VAGABUNDOS NA MINHA DELEGACIA! VAGABUNDOS!

Pronto, acabou meu momento Luís Carlos Prates, mas não folga não, se não eu me irrito e ele volta!

terça-feira, 2 de março de 2010

Por favor, encerrem a Samambaia Sound Club!



Jean Mafra é o maior, e talvez único, artista de fato na nossa ilha.

Não é babação de ovo de amiguinho para amiguinho, e eu não quero comer o Jean, e espero do fundo do meu coração que ele também não queira me comer, detestaria partir o coraçãozinho dele.

O fato é que existe uma penca de ótimos músicos, ótimas bandas na nossa encantadora ilha, mas só há um artista, e ele é o Jean.

Jean é o melhor compositor brasileiro da atualidade!

"Porra Mattos, menos, bem menos!"

Não, menos não. Realmente penso isso.
Acho que o Jean e a dupla Camelo/Amarante, são os melhores compositores da nossa geração, nós nascidos na segunda metade da década de 1970. A diferença entre o primeiro e os segundos, é que os últimos estouraram nacionalmente, Jean (ainda) não. São lindos os versos de Marcelo Camelo, mas só Jean é capaz de compor uma música tão delicada, mas tão delicada, que quase torna subjetivo o erotismo que nela está, como é em Rosebud (acesse o myspace do gajo, clique aqui). Jean tem ainda o talento de, sem grana, estar sempre cercado por músicos de primeiríssima linha.

Se eu puder te dar um conselho (não, eu não vou mandar usar filtro solar), eu digo: Fique atento, e na próxima vez que houver um show solo do Jean, seja no Teatro do Sesc, ou no Credicard Hall, não perca de jeito nenhum. Cada show dele é algo novo, e é impossível dizer qual é melhor, pois eles são bons por motivos diferentes. Só não é bom quando tem participação daquele baterista barulhento da música livre, se é que se pode chamar aquilo de música. Sim, sou radical mesmo. Radical e exagerado, tá no DNA da minha família, o exagero. Mas não é exagero quando elogio Jean.

Jean Mafra tem uma capacidade inventiva singular, e uma energia inesgotável para se mobilizar e mobilizar os que estão a sua volta na busca por algo melhor no campo das artes. Ele é incansável.

Busca parceiros para produzir coisas novas, busca coisas novas para encontrar parceiros. Não se limita às fronteiras de Santa Catarina, interage com o Brasil inteiro, o tempo todo. Está sempre aqui, ali, lá e além. É talentoso e sabe disso, por isso aceitou ser este paladino da boa arte num país tão desleixado com suas crias artísticas.

Jean saiu da Samambaia Sound Club.

Uma banda ótima, sempre divulguei para todos os meus amigos, tanto de Floripa quanto de fora, comprei CDs deles só para dar de presente para amigos de fora, mas sempre com a seguinte ressalva: "Cara, escute o disco, mas te aviso, Samambaia Sound Club não é música para ouvir, é música para ver! Tu só vais entender o que está aí nesse disquinho, depois que assistires um show da banda!" E assim era. Samambaia sempre foi radiante no palco, pulsante, com uma presença de palco incendiária. Todos da banda contribuíam para isso, a entrada de Jaguarito fez da Samambaia uma banda completa.

Primeiro saiu Jaguarito, que foi uma perda enorme para a banda. Por melhor guitarrista que seja o Ulysses, e todos sabemos que ele é muito, muito foda, Jaguarito foi imprescindível para tornar a SSC o que ela se tornou, tanto pelo talento enquanto músico, quanto pela sua presença de palco. Jaguarito é foda!

Agora saiu Jean.

Aos que ficaram, eu desejo boa sorte, mas faço um apelo: por favor, encerrem a Samambaia Sound Club!
Não faz sentido Samambaia sem Jean. Já era esquisito ver a Samambaia sem o Jaguarito, mas sem o Jean a banda perde o sentido. Ele é o principal compositor, ele é o frontman, ele é o deboche que faz da SSC uma banda diferente das outras.

Não estou sugerindo que parem de tocar. André Guesser é, para mim, o melhor baterista de Floripa, Thiago é um fazedor de sons na guitarra, é muito criativo com seus 15685798463513 pedais. Embora não seja uma virtuose (e quem disse que é necessário ser?) ele tem uma coisa que muitos outros guitarristas, por mais técnicos que sejam, não têm, um som próprio. Inúmeras vezes eu ouvi um outro som qualquer, e comentei com quem estivesse comigo: "Olha só, isso aí é guitarra de Thiago Gomes", conseguir isso é prova de talento. Daniel é gente fina pra caramba, toca bem, mas não chega a ser um grande músico (Daniel, meu querido, como diria o Don, o outro, não eu, "não é pessoal, são apenas negócios").

Façam outra banda, criem outro repertório, vocês são ótimos juntos, mas já não são mais a Samambaia Sound Club. Deixem a Samambaia descansar na nossa saudade, na lembrança de uma banda incendiária e única por estas plagas. Isso é uma prova de respeito à vocês mesmos.

Gosto muito de todos da banda, fiz Escola Técnica com o Guesser, o segundo ano do segundo grau com o Thiago, enfim, os considero meus amigos. Mas se aceitam a opinião de quem é (ou foi) fã da SSC, permitam-se ocupar na memória da ilha, o lugar que vocês merecem ter.

Estou ansioso para ouvir o disco que está pronto. Das músicas que ouvi, sei que vem coisa muito boa por aí. Mas por melhor que seja o que ali estiver, não será o mesmo se não for com Jean e Jaguarito, logo, não fará sentido. Usem o disco como o Gran Finale. Permitam-se um Gran Finale!

Se formos sinceros, já percebia-se um desgaste na banda há algum tempo, mas a qualidade de vocês sempre se sobrepunha aos desgastes que todo relacionamento gera.

Salvadas as devidas proporções, não cometam o mesmo erro dos Titãs, que deveriam ter acabado depois do primeiro acústico, talvez estendido até o segundo.

Os elefantes são considerados sábios não por terem boa memória, mas por saberem a hora de se afastar da manada.

Ora, pois, pois, ó Pá!


Joaquim era enfermeiro de uma UTI e tratava de uma mulher internada em estado de paralisia total. Nove meses depois ela aparece grávida, para o espanto de todos!

A Direção do Hospital se reuniu e deu queixa na Delegacia para achar o culpado.

A polícia então começou interrogando o Joaquim:

- O senhor era o enfermeiro da paciente grávida?

- Sim Senhoire!

- E foi o senhor que engravidou a moça?

- Acho que foi sim senhoire! Mas teria sido por ordem do Hospital, pois cumpri rigorosamente o que estava determinado na prancheta da paciente.

- Como assim? O que estava escrito no boletim médico?

O Joaquim, então, sacou uma cópia do relatório e leu para o delegado:

“Mulher, 32 anos, inerte, não reage a nenhum estimulo: Coma.”