quinta-feira, 18 de março de 2010

Ele X Ela (Apita o árbitro, fim de espetáculo!)


Ele: Você tinha é que ter ficado em casa assistindo Faustão!

Ela: Foi você que me convidou, meu amor.

Ele: Tá, mas você tinha que ter ido justo de mini-saia?

Ela: Não vem pra cá reclamar, meu querido, foi você quem quis me convidar!

Ele: Tudo bem, mas só por que eu convidei, não significa necessariamente que você tenha que aceitar!

Ela: Mas eu sempre quis saber o que tinha de tão interessante no campo de futebol, a ponto de você me deixar plantada todo domingo em casa, cheirosinha, bonitinha, pronta para o que der e vier, só para ir ao estádio com os seus amigos!

Ele: Não é bem assim, futebol é coisa pra homem.

Ela: Então por que você me convidou?

Ele: Por educação! Por que você sempre diz não! Por que você sempre fica em casa assistindo o Faustão. Por que... Por que... Ah, sei lá por que. Você não tinha nada que ter aceitado. Campo não é lugar pra mulher! Você tinha que ter ficado em casa vendo o Faustão e ponto final!

Ela: Você convidou, eu aceitei. Só isso. Não pedi nada, apenas aceitei o seu convite.

Ele: Mas tinha que ter ido justo de mini-saia?

Ela: Com esse calor, meu amor, era mini-saia ou biquíni! Mas como o meu biquíni é bem, mas beeeeem menor do que a minha mini-saia, eu achei que ela seria mais apropriada para a ocasião do que aquele minúsculo pedacinho de pano que eu uso na praia, ainda que você não goste e fique pedindo para eu colocar a canga o tempo todo.

Ele: Só o que me faltava, você de biquíni no estádio...

Ela: Tá vendo como eu sou legal? Então para de reclamar!

Ele: Legal o cacete! Tinha que ficar subindo e descendo as arquibancadas a cada cinco minutos?

Ela: Eu pedi para você sentar lá embaixo. Você sentou em cima por que quis.

Ele: Mas a galera sempre fica lá em cima, porra! Nós vamos juntos ao estádio desde que eu era moleque. Tinha graça agora eu ficar lá embaixo só para atender aos seus caprichos.

Ela: Tudo bem, não estou reclamando de ter ficado lá em cima. Você que está reclamando de eu ter ficado subindo e descendo o tempo todo. Agora eu sou a culpada pelo fato do mocinho da cerveja não subir até a sua galera, com medo de ter a bebida roubada pelos seus amiguinhos barra-pesada. Mas, pensando bem, acho até que os seus amigos gostaram de eu ter ficado lá em cima com você. Até me convidaram para voltar...

Ele: Como assim, te convidaram pra voltar?

Ela: Ah, deixa pra lá...

Ele: Ooolha...

Ela: Esquece isso, meu amor. O jogo acabou, e continuamos aqui juntinhos.

Ele: O jogo acabou para você, que não gosta de futebol. E agora, por sua causa, nunca mais vou poder pisar no estádio do meu time outra vez. Que vergonha... O estádio inteiro, mais de 30.000 pessoas entoando o grito de “Corno, corno” cada vez que você subia ou descia...

Ela: Ah... Foi por causa disso? Achei que eles conheciam o teu apelido.

Ele: Como assim, meu apelido?

Ela: Ué, sempre que nós estamos transando você pede para eu te xingar de safado, filho da puta, corno... Essas coisas. Achei que vinha daí o seu pedido. Fiquei até orgulhosa de você, meu amor.

Ele: Mas você é muito cínica mesmo...

Ela: Não fica nervoso, meu amor. Você precisa repousar. Agora você só tem que pensar em descansar.

Ele: Tá bom... Por sua causa, eu tenho que ficar aqui parado, preso nessa maldita cama de hospital.

Ela: Você não me explicou que só podia comemorar quando o time de camisa listrada marcava gol. Eu vi a rede balançando e gritei, ué. Os seus amigos é que tinham que ter mais espírito esportivo.

Ele: Espírito esportivo é o cacete! Você tinha é que dar graças a Deus por ter um marido como eu, que te proteje. Se fosse outro, você é que tinha apanhado, e não eu.

Ela: Que é isso meu amor...

Ele: Por que você está vestida desse jeito? Precisa vir com esse vestidinho tão curto, tão decotado para me visitar no hospital?

Ela: Não, meu amor. É que eu vou dar uma saidinha quando eu sair daqui.

Ele: Como assim, uma saidinha?

Ela: É, uma saidinha. Coisa rápida, não precisa se preocupar.

Ele: Mas aonde você vai, vestida desse jeito?

Ela: Sabe o Paulão?

Ele: Paulão? Que Paulão?

Ela: Paulão, o chefe da sua torcida organizada. O que quebrou o seu braço com um chute quando você caiu no chão.

Ele: Ah... O Paulão, sei sim. Gente fina, o Paulão. Mas o que tem ele?

Ela: Então, ele falou que vai ter um pagode hoje para comemorar o jogo. Por que você não sabe, mas depois que você veio para o hospital, o seu time virou e ganhou por 3 x 1. foi bem legal. Depois que você foi embora, acertei em todas as vezes que eu gritei gol.

Ele: Como assim pagode? Tá maluca? E eu? Você vai me deixar aqui sozinho, nesse quarto de hospital enquanto você vai pro pagode da torcida?

Ela: Não fica assim não, meu amor. Faz assim, ó: estende o seu braço direito, que não foi quebrado na briga, pega o controle remoto da televisão ali na mesinha de cabeceira, e liga na globo. Você ainda vai pegar o finalzinho do Faustão!
Tchau-tchau, querido!

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