segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Da amizade


Não tenho dinheiro, mas tenho muita coisa legal.
Gostaria de ter dinheiro, para ter ainda mais coisas legais, e poder curtir mais e melhor as coisas legais que eu já tenho.

Gostaria de dinheiro para três coisas basicamente:

1 – Comprar uma moto um pouco maior que a minha, que me permita encarar chão de Florianópolis até o Chile (ainda faço isso!).
2 – Beber melhor (gosto de vinho, vinho bom é caro.)
3 – Comer melhor.

Mas mesmo que ainda não possa ir para o Chile de moto para tomar bons vinhos e comer em todos os bons restaurantes das cidades que se encontrarem ao longo do trajeto, me sinto feliz e quase pleno pelas coisas que já tenho.

Tenho bons livros. Não tenho muitos, mas gosto muito dos que tenho. Embora leia muito, muito mesmo, não li muitos livros na minha vida, pois tenho o hábito de ler várias vezes o mesmo livro. Quero ler todos os clássicos e quero conhecer todas as novidades da literatura. Fico sempre na dúvida se compro o último do Lourenço Mutarelli ou uma edição especial do Guimarães Rosa, e acabo por reler algo que já esteja na minha estante.
Não acho que seja perda de tempo, abrir mão de ler outras coisas par ler novamente algo já lido. Até por que cada vez que se lê um livro, algo novo se mostra e acaba tornando o livro mais, ou menos interessante. Dificilmente menos, normalmente mais. Pelo menos dos livros que eu já (re)li, o único que decresceu no meu conceito de qualidade foi: “Veronika decide morrer”, do questionável Paulo Coelho. Não gostei da primeira vez que o li. Gostei menos ainda da segunda.

Tenho bons discos, e variados. Tenho mais discos que livros, e apesar de ter vários, acabo ouvindo sempre os mesmos. Gosto muito deles, na verdade tenho um disco para cada estado de espírito, que vai de Cartola à Wando, passando por Led Zeppellin, Gaúcho da Fronteira e Fito Paez. Mas tenho um Chico Buarque de Holanda sempre à mão, para toda e qualquer circunstância, é o disco certo para todas as ocasiões.

Mas o meu bem mais valioso não me pertence, e por isso me encanta tanto: meus amigos!
É lugar comum dizer que têm-se poucos amigos, talvez seja verdade, mas creio ter mais do que a maioria.
Assim como os discos, cada amigo se encaixa melhor em um determinado momento da minha vida, mas tem aquele que serve incondicionalmente. O que não é demérito para os outros, é apenas mérito dele.

Ao citar nomes, invariavelmente incorre-se no erro, mas neste momento preciso citar alguns:

1 - Josué - Seria amigo, mesmo que não fosse irmão. É amigo, apesar de ser irmão.
2 - Jean Mafra - de desafeto à conselheiro literário, de conselheiro literário a ídolo, de ídolo à uma pessoa admirável. Ele é pop, eu sei, tu sabes. Atualmente ouso afirmar que é até mais pop que o papa, que é mais pop que jesus. Mas ainda não é mais pop que os Beatles. Ainda. Mas tem coisas que eu sei e tu não sabes, Jean vai além da arte e da cultura, mas esse além é uma porta acessível a poucos, e creio ter tido o privilégio de acessá-la. Lembra dos filmes das cruzadas, quando a rainha inglesa desce a espada sobre o ombro do novo cavaleiro da Távola Redonda? Então, o Jean tem um ritual parecido, que é ter o privilégio de provar seu creme de batatas com calabreza. Eu provei, perdeu preibói!
3 - Rodrigo Daca - Temos pouquíssimo contato, mas gosto muito desse cara. Não é com qualquer amigo que se divide uma anã banguela e orelhuda. Com ele eu dividi!
4 - Lara - Sem sombra de dúvidas, minha nova melhor amiga. É incrível como as limitações de cada um tem o poder de aproximar as pessoas. Fundamos até um grupo, M.A. Desculpe, piada interna.
5 - Ana Carina - Dia desses estava revisitando meu baú do passado, uma velha arca onde guardo cartas de ex-namoradas, namoradas da infância, e de amigos do passado, e tinha algumas lindas cartas dela no meio daquilo tudo. Não que ela seja uma amiga do passado, mas é que no passado fomos tão próximos, que só um abraço como o que ela me deu no último domingo é capaz de traduzir. Eu não disse nada, Ana, mas me emocionei.
6 - Cabelo - Nem sei por que, mas é.
7 - Rato - Se fosse um disco, seria Chico Buarque.

Poderia listar outros quinze, mas não vem ao caso. Não que não sejam importantes, eles são, mas neste momento minha vontade é de homenagear os que estão acima.

Informações importantes:

* Talvez tenhas chego até aqui esperando uma piada. Não, neste post não tem piada. Mas como antecipei no post anterior, amanhã tem!
* Este post não é uma mensagem suicida, não estou deprimido nem nada do gênero. Pelo contrário, se o fiz, é por felicidade. E se amanhã eu morrer, foi por acaso, não foi por estar pressentindo porra nenhuma. E NÃO! Eu não estou/estava pressentindo nada, não foi um anjo, jesus, deus, o diabo que sussurou no meu ouvido e mandou que eu prestasse uma última homenagem, nada disso. Não esqueça: DEUS NÃO EXISTE, CARALHO!
* Não estou bêbado. Não é uma declaração de amor de bêbado do tipo: "poorra cara, te consssssidero pácarááááioooo!"

Agora, chega, tenho que dormir, volte aqui amanhã que você não irá se arrepender!
(a propaganda é a alma do negócio!)

Saravá!

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