segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL, HOHOHO!!! (reeditando)


Lupércio foi batizado, fez dois anos de catequese, renovação de batismo, primeira comunhão, grupo de jovem, crisma, tudo direitinho.

Lupércio teve um filho, o Ariovaldo.
Ariovaldo percorreu todos os ritos, excetuando-se a crisma. (mas mantendo o grupo de jovens, por que ninguém é de ferro, e lá se pode ter gratuitamente a iniciação que em outros lugares se cobra).

Ariovaldo teve um filho, o Genésio.
Genésio seguiu os passos do pai, mas deixou de lado também o grupo de jovens, pois para aquilo que o grupo servia na época de Ariovaldo, existia na rua de Genésio uma menina alguns anos mais velha e bastante solícita aos vários requerentes da sua caridade carnal.

Genésio teve um filho, o Roberval.
Roberval chegou a fazer a primeira comunhão, mas sem cursar os dois anos de catequese. Fez uma espécie de supletivo super-ultra-mega-intensivo, toda a história cristã em uma tarde de sábado.

Roberval teve um filho, o Wescleysson.
Wescleysson chegou a ser batizado, mas só por que seu avô, Genésio, fez aquela pressão. Mas Wescleysson já não entendia direito por que tudo aquilo acontecia, quais as motivações e tudo mais. Roberval ainda contou para seu filho, Wescleysson, aquilo que se lembrava do supletivo catequético, tentou dar detalhes, mas era tudo muito vago, não tinha como ensinar algo que ele mal tinha aprendido. Trocava o nome dos santos, das datas, confundia o motivo das festas. Mas para diminuir a ladainha, Wescleysson fez de conta que entendeu tudo e encerrou a conversa por ali mesmo.

Wescleysson teve um filho, o Luarionésio Robercleysson (bela homenagem aos seus ancestrais).
Luarionésio Robercleysson não foi batizado. Seu pai falou que aquilo era palhaçada, que não fazia sentido nenhum. Mas mesmo que já não fossem exatamente um exemplo de família cristã, aproveitavam todas as festas religiosas para encher a cara e forrar o bucho.

No natal do ano em que Luarionésio Robercleysson completou oito anos, ele resolveu metralhar, Wescleysson, com uma infinidade de perguntas:

_O que se comemora no dia 25 de dezembro? Por que todo mundo troca presente? Quem é o Papai Noel?

Wescleysson, pensou, pensou, pensou, tentou lembrar do resumo do supletivo catequético que seu pai, Roberval, havia lhe dado, e começou a sua explicação:

_Bom, é mais ou menos assim, tinha uma menina novinha que namorava com um eletricista. Quer dizer, acho que não era eletricista, acho que era pedreiro. Não, não. Era bombeiro hidráulico. Não, era... CARPINTEIRO! Isso mesmo, era carpinteiro!
Então, a menina namorava com o tal carpinteiro, mas naquele tempo os casamentos eram arranjados entre as famílias. Ela deveria casar com um cara bem mais velho, que seria o Pai de todos, uma história assim. Era o Chefão, quem mandava na parada, e ela deveria se guardar para Ele. O Cara, pediu para um grande amigo Seu, um parceiro de gelada, dar uma vigiada no namorico da sua prometida com o tal carpinteiro para não deixar que os dois se passassem, e assim garantir que na época do casamento ela estivesse purinha para o Cara. Mas o amigo, não lembro o nome dele, era alguma coisa do Espírito Santo... Como era mesmo o nome do vagabundo... NOEL! Isso, era Noel do Espírito Santo. Isso mesmo, aí o Noel, puta dum fura-olho, foi lá e créu na menina. Ela engravidou do cara, mas Noel não soube disso na época. O Chefão soube, mas não contou nada para o amigo fura-olho, e simplesmente não quis mais saber de casamento, mandou a menina passear, casar com o tal carpinteiro e se virar para cuidar do moleque.
Noel só soube dessa história muito tempo depois, o moleque já estava crescido e andava pelo mundo trocando uma ideia com quem encontrasse pela frente, ele e mais doze camaradas, todos barbudos. Parece que eram do ABC paulista, fundaram o primeiro sindicato, uma coisa assim, mas isso não vem ao caso. Noel ficou puto com o Chefe que escondeu isso tudo dele, os dois fecharam o pau feio. Mas o Chefe era o Chefe, deu um cacete no Noel e disse que se o encontrasse de novo ia acabar com a raça dele. Noel se mandou e, inconformado que ficou, resolveu passar o resto da vida tentando descobrir onde estava o seu filho. Por ter um filho, não aceitava mais ser chamado apenas de Noel, tinha quer ser: PAPAI NOEL!
A noite de natal, é o dia do aniversário do filho do Papai Noel. O nome do moleque era Natalício, se eu não me engano, por isso que se chama festa de Natal. E é por causa disso que todo dia 25 o Papai Noel sai por aí distribuindo presente para a gurizada, ele tem esperança de com isso, encontrar finalmente o seu filho.
E se ele vai sempre de madrugada entregar os presentes, sempre na surdina, é para evitar que o Chefe o descubra, e dê outra camaçada de pau nele.
É isso, ou quase isso. Não tenho bem certeza, mas tenho quase certeza que foi assim.
Agora chega de papo, vai lá na cozinha e traz outra cerveja pro papai.

Feliz natal, hohoho!

3 comentários:

luiza disse...

kkkkkkkkkkkkk

ho hoho ho ho!

Bruna Rafaella disse...

A minha sorte não acreditar no bom velhinho, se meu pequeno irmão ler isso ele vai chorar muito, hahahaha

Anna Apolinário disse...

muito bom...